Vale se posiciona e nega que esteja negociando patrocínio com Cruzeiro, Atlético-MG e América-MG
Porém, os clubes mineiros consultados não negaram, nem confirmaram a informação de um possível negócio de apoio financeiro
A mineradora Vale se posicionou e negou que esteja negociando patrocínios com Cruzeiro, Atlético-MG e América-MG. A reportagem apurou que havia uma conversa entre os três times da capital mineira com a empresa, nascida em Itabira, Região Central do estado, com valores aproximados em R$ 7 milhões, sendo R$ 3 milhões para Galo e Raposa, mais R$ 1 milhão para o Coelho.
Por meio de nota enviada à reportagem, a Vale negou que haja planos de fazer investimentos em patrocínios no futebol.
-A Vale esclarece que não patrocina e não manteve nenhum tipo de conversa relativa a patrocínio a clubes de futebol-disse a empresa na nota enviada.
Todavia, quando consultados, Cruzeiro e América-MG não negaram e o Atlético-MG, via assessoria, afirmou que não havia recebido nada da diretoria.
O presidente da Raposa, Sérgio Santos Rodrigues, disse o seguinte, em comunicado enviado à reportagem.
-A equipe de Sérgio Santos Rodrigues tem trabalhado em diversas frentes para trazer novas receitas para o Clube. E como aconteceu nos últimos dias, o Cruzeiro comunicará de forma oficial caso feche algum novo patrocínio ou parceria-disse o presidente, sem confirmar se há uma conversa com a mineradora.
O América-MG, via assessoria também se manifestou.
-Todas as negociações do América são tratadas de forma interna e sigilosa. Não confirmamos ou negamos nada.
Entrada no futebol não é algo comum à Vale
A possível negociação da mineradora Vale com os clubes da capital mineira seria algo raro, já que a empresa não se envolveu recentemente com nenhuma atividade ligada ao futebol profissional. Seu foco de ações de relacionamento com a comunidade está direcionado para a cultura e responsabilidades social e ambiental.
Entrar no esporte poderia ser um meio de criar empatia com o público mineiro, que viveu entre os anos de 2015 e 2019, as duas maiores tragédias ambientais do país, em Mariana, quando uma barragem da Samarco, empresa controlada pela Vale, rompeu, matando 19 pessoas e deixando outras milhares sem moradia e até sem cidade, pois os rejeitos destruiu o distrito de Bento Rodrigues, afetando até as águas do Rio Doce, que tem seu curso entre Minas Gerais e o Espírito Santo. Até hoje a situação das famílias não foi totalmente resolvida.
Outro desastre que gerou mortes e dor nos mineiros foi em Brumadinho, cidade da Região Metropolitana de BH. Outra barragem de rejeitos, da mina do Córrego do Feijão, se rompeu, matando quase 300 pessoas, que ainda lutam para serem indenizadas e receberem apoio da mineradora.
A pouca distância entre as tragédias geraram uma série de ações para tentar recuperar a imagem da Vale ante do público. Recentemente, a empresa doou respiradores para ajudar os doentes no combate ao coronavírus. E, a entrada no futebol gera a dúvida se seria um reforço da marca da empresa ou uma forma de recriar os laços com os mineiros.