L! na Jogada: Bruno Lazaroni detalha trabalho no sub-23 do Athletico-PR em edição ‘atípica’ do Estadual
De lidar com a ansiedade dos jovens até o planejamento de calendário 'acidentado' pela pandemia da Covid-19, técnico faz um balanço do seu início de trabalho no Furacão
A missão de comandar a equipe sub-23 do Athletico-PR nesta edição do Campeonato Estadual proporcionou a Bruno Lazaroni a tentativa de equilibrar o jovem elenco em uma temporada que começou repleta de obstáculos. Convidado do "LANCE! na Jogada", o treinador contou como time de aspirantes lidou com a rotina acidentada da competição devido à pandemia de Covid-19.
- Muitas das vezes, o calendário da base difere um pouco do profissional. Mas, por conta da pandemia, por conta dos decretos daqui, acabou sendo um ano totalmente atípico. Claro que a gente vive num momento atípico, mas a gente fez o primeiro jogo ainda com o (treinador do time principal) António (Oliveira) e o segundo jogo foi acontecer 35 dias depois - afirmou.
O Athletico-PR havia estreado no dia 27 de fevereiro, com uma derrota por 1 a 0 para o Cianorte. Com 94% dos leitos ocupados por quem contraiu Covid-19, o governador do Paraná, Carlos Ratinho Massa Júnior (PSD-PR), anunciou um decreto que propôs uma série de restrições, entre elas a de circulação de pessoas entre as 20h e as 5h. A Federação Paranaense decidiu adiar a sequência da competição.
As partidas da competição foram retomadas gradativamente, mas o Athletico só voltou a campo em 4 de abril, quando perdeu por 2 a 1 para o FC Cascavel.
- Nesse meio tempo, ainda ficamos 11, 12 dias sem treinar no nosso CT (foi decretado lockdown na capital paranaense, que tem como prefeito Rafael Greca). Só treinamos de forma remota, em casa. Depois, do segundo jogo para o terceiro jogo, foram 14 dias (até a derrota por 4 a 0 para o Operário na Arena da Baixada) de diferença. Esse processo todo em conjunto com não atingir os resultados inicialmente afetou muito a parte emocional dos atletas - e ressaltou a força dos bastidores do Furacão:
- Mas o clube tem um trabalho estruturado, ao longo do tempo teve o suporte de atletas da equipe profissional, acabou tendo o resultado da primeira fase. Aí disputamos a primeira partida das quartas de final e conseguimos uma boa vantagem - completou, referindo-se ao triunfo por 2 a 0 sobre o Paraná no jogo de ida.
O confronto de volta está marcado a princípio para esta quarta-feira.
Lazaroni detalhou como o elenco do sub-23 do Athletico-PR foi se moldando para a disputa da competição. E não escondeu o quanto é preciso ser cauteloso para evitar queimar etapas em uma disputa de "gente grande" como se avizinhou o Estadual ainda mais em condições tão acidentadas.
- É um momento muito delicado essa transição de atleta para o profissional, O clube já tem há alguns anos um projeto de disputar o Estadual com uma equipe com bastante jogadores oriundos da base, alguns ainda com idade de base, e isto ficou ainda mais acentuado neste ano por conta do clube não poder contratar jogadores. Foi uma equipe na qual a maior parte dela em fevereiro disputou um Brasileiro Sub-20, na qual chegou a final (no qual foi derrotado pelo Atlético-MG nos pênaltis). E, meses depois, estava disputando um campeonato profissional, com níveis de força, competitividade e campos diferentes do que estavam habituados na equipe sub-20 - e ressaltou:
- Isso faz parte da formação deles. Muitas das coisas que você não reproduz na formação, como a força, a competitividade e, em especial, o nível maior de acesso maior aos torcedores. Acaba tendo uma pressão maior por resultados, expectativa, que você não reproduz na base. Quando você tem uma transição, muitos atletas acabam se perdendo. Seja num momento bom ou ruim. Isso faz parte da formação. O clube tem esse projeto que vem rendendo frutos ao longo do tempo - completou.
O treinador contou o que pesou para que o Furacão fosse se aprimorando em campo.
- Foi fundamental utilizar atletas da equipe profissional dar respaldo, segurança a eles. Estiveram, não simultaneamente, jogadores como o Zé Ivaldo, ou o Felipe Aguilar. Também foi importante dar rodagem a atletas que estavam há um bom tempo sem jogar e dar ritmo a atletas da equipe principal, como aconteceu contra o Coritiba e o Cascavel CR e acabamos nos classificando. Principalmente uma equipe muito jovem, na qual no início era praticamente uma equipe sub-20 - declarou.
Sobre o "LANCE! na Jogada"
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