Bahia confirma que Indio Ramírez será reintegrado ao elenco
De acordo com o Tricolor, os laudos não apontaram ofensas racistas do atleta e por isso o jogador fica à disposição da comissão técnica
Através de comunicado no site oficial, o Bahia informou ao seu torcedor que o meio-campista Indio Ramírez, acusado por Gerson de injúria racial, será reintegrado ao elenco de atletas.
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A decisão foi tomada após os laudos encomendados pelo Tricolor não comprovarem as ofensas do colombiano ao jogador do Flamengo, em jogo disputado no último domingo, no Maracanã.
Na ‘carta à sociedade’, o Tricolor mostrou novamente apoio a luta contra o racismo e prometeu que vai tomar algumas medidas internas sobre o assunto:
1. Inclusão de cláusula anti-racista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas.
2. Proposta de criação de protocolo antidiscriminatório para jogos de futebol no Brasil.
3. Implantação do projeto “Dedo na Ferida” para o elenco na pré-temporada. Não haverá jogador ou jogadora que vista a camisa do Bahia sem que tenha antes a oportunidade de obter acesso a uma imersão sobre racismo estrutural.
4. Encaminhamento junto à mesa do Conselho Deliberativo do clube para incorporação de cotas raciais nas próximas eleições.
5. Inclusão de espaço no Museu do Bahia dedicado ao combate e debate do racismo, xenofobia, sexismo e LGBTfobia e demais formas de intolerância.
6. Apoio ao projeto de lei que Cria o Dia Nacional Da Luta Contra o Racismo no Futebol
Confira a carta emitida pela diretoria do Bahia:
CARTA À SOCIEDADE
— Esporte Clube Bahia (@ECBahia) December 24, 2020
Agir estruturalmente e aprofundar o debate racial ➡️ https://t.co/1UpJcVSi8A#BahiaClubeDoPovo pic.twitter.com/rsoqJ1nalH
'NÃO IDENTIFICAMOS PROVAS', DIZ O PRESIDENTE DO BAHIA
Nesta quinta-feira, o presidente do Bahia, Guilherme Belintani, participou de uma entrevista à TVE Bahia para falar mais sobre o caso. O mandatário afirmou não ter identificado provas de que Ramirez teria dito palavras racistas a Gerson e Bruno Henrique, mas deixou claro que o clube segue atento aos processos que estão acontecendo e aberto a novas análises.
- A gente se esforçou, esforçou e não conseguiu identificar uma outra prova ou circunstância além da palavra da vítima. Quando eu falo isso, não é reducionismo. É dizendo que foi a palavra da vítima, que é relevante, importante, ponto. Eu não consegui cravar que a decisão mais correta seria abandonar a presunção de inocência do Ramírez. Nós consolidamos a ideia de que ele deve continuar no clube e ser reintegrado imediatamente. Ficaremos atentos aos processos paralelos que estão acontecendo e entendendo que qualquer outro fato que surja vai merecer análise - disse, antes de completar:
- Sou dono e responsável pelas minhas decisões, assumo as consequências dela. A responsabilidade é minha. O Bahia seguirá firme nessa luta e eu peço a confiança das pessoas.