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ANÁLISE: Botafogo sofre, amadurece e dá mais um passo rumo à Glória Eterna

Alvinegro supera pressão uruguaia e chega à final inédita na Libertadores

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imagem cameraArtur Jorge, técnico do Botafogo, comemora classificação para final da Libertadores. (Foto: Eitan ABRAMOVICH / AFP)
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Isabelle Favieri
Rio de Janeiro
Dia 31/10/2024
04:00
Atualizado em 31/10/2024
12:10

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Botafogo perdeu por 3 a 1 para o Peñarol, nesta quarta-feira (30), no jogo de volta das semifinais, mas confirmou a vaga para a decisão da Libertadores de forma inédita. O confronto parecia que seria por mera formalidade depois da vantagem de cinco gols conquistada no duelo no Nilton Santos, mas com um time misto e desfalcado, o Glorioso sofreu mais do que esperava, em uma das partida mais tensas da campanha até aqui.

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Sem dúvidas, o jogo mais importante da trajetória alvinegra na competição foi a goleada de 5 a 0 em cima dos uruguaios, no Rio de Janeiro. Ali, perto da torcida, parecia o roteiro perfeito para consagrar, de fato, a vaga na final da Libertadores. Com o resultado, os torcedores puderam, enfim, respirar aliviados e transformar a viagem para Montevidéu em uma grande festa.

Mas, esta semana, o duelo se transformou em uma novela de bastidores entre o governo do Uruguai, Conmebol e os clubes envolvidos, em um imbróglio que perdurou até momentos antes da bola rolar, com ataques aos ônibus da delegação alvinegra e comitivas botafoguenses. O clima de tensão pairou no ar para uma partida que parecia, até então, resolvida. Mas, em campo, também ficou longe de ser tranquila.

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Artur Jorge optou por poupar grande parte dos titulares para o confronto. Gregore, Luiz Henrique, Igor Jesus e Alexander Barboza começaram no banco, e entre os amarelados, apenas John foi escalado entre os 11 iniciais. Com um time misto, a equipe brasileira se viu entoada pela pressão do time de Diego Aguirre do início ao fim. O Peñarol fez 30 intervenções na área do Botafogo no primeiro tempo, o maior recorde de qualquer time, antes do intervalo, em fase final da Libertadores desde 2013.

Os uruguaios não se viram intimidados pela desvantagem de cinco gols no placar, e pareciam determinados e confiantes em reverter a goleada. Aos 30 minutos, Jaime Báez marcou o primeiro dos aurinegros, com um golaço de fora da área no ângulo do gol de John.

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O filme se repetiu na segunda etapa, quando o camisa 28 marcou o segundo gol para os donos da casa para deixar até o botafoguense mais otimista roendo as unhas. Mas, apesar da pressão, que parecia interminável, a equipe de Artur Jorge superou a ofensiva dos Carboneros, com um time mexido, e ganhou a confiança necessária para seguir fazendo história com a camisa alvinegra.

O CRÉDITO DA FOTO É OBRIGATÓRIO: Vítor Silva/Botafogo
Luiz Henrique e Igor Jesus, do Botafogo, comemoram classificação para a final da Libertadores em cima do Peñarol. (Foto: Vitor Silva/ Botafogo)

A trajetória já é marcante por si só. O Botafogo é apenas o quarto time a chegar à final da Libertadores vindo das fases preliminares. Até então, apenas o Estudiantes, em 2009 (campeão), Olimpia, em 2013 (vice) e Independiente Del Valle, em 2016 (vice) tinham esse feito. Além disso, passou por cima de Palmeiras, nas oitavas, São Paulo, nas quartas, e Peñarol, nas semis, que juntos, somam onze títulos na competição.

Apesar de ser um estreante na final, o Botafogo carrega na bagagem o amadurecimento e a mentalidade forte construída pela equipe de Artur Jorge após cada passo dado no mata-mata. Mesmo empilhando vitórias e classificações, tanto o técnico quanto os jogadores sempre presaram pelo pé no chão e o pensamento na próxima fase, frisando que 'nada está ganho'.

O Glorioso foi se construindo com a temporada em curso. Com desfalques importantes por lesões e reforços chegando na janela de transferência no meio do ano, o técnico foi formando o elenco ideal, que encaixou perfeitamente mesmo com pouco tempo de trabalho. É claro ver que o time, hoje, não se desespera em momentos de pressão e se mantém obediente taticamente até o apito final.

A classificação sobre o Palmeiras, com empate relâmpago nos momentos finais, testou a frieza e calma dos jogadores. Assim como a conquista da vaga para a semifinal, em cima do São Paulo, no Morumbis, nos pênaltis. Olhando para trás, uma classificação para a final por 6 a 3 parece até tranquila demais para o torcedor botafoguense.

Após a partida, o técnico admitiu que a equipe sofreu no Centenário, mas que nada além do esperado. Os jogadores souberam sofrer, defenderam mais que atacarem, e que para o balanço final, fica o resultado: 6 a 3 e uma vaga inédita para a final da Libertadores. Mais um feito histórico para um clube sedento por glórias, pela primeira vez, com o pensamento na Eterna.

– Defendemos mais tempo, defendemos mais vezes, defendemos mais baixo. Mas é muito difícil entrar na cabeça dos jogadores neste momento, porque é uma final. É um marco histórico, é chegar a um patamar muito alto. É estar no topo daquilo que é as competições sul-americanas. Mas, dois jogos, 6 a 3. Fomos melhor no completo dos dois jogos. Muito satisfeitos, estamos muito felizes. Muito felizes. Perdemos hoje aqui o jogo, mas ganhamos a eliminatória, estamos na final e o Botafogo está na final da Libertadores.

O Glorioso enfrenta o Atlético-MG pelo título continental, no dia 30 de novembro, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, em final inédita da competição. Antes disso, entra em campo na próxima terça-feira (5) em clássico contra o Vasco, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Nilton Santos, a partir das 21h30m (de Brasília). O Alvinegro defende a posição no topo da tabela, com 64 pontos, três a mais que o Palmeiras, segundo colocado com 61.

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