Barroca adapta Botafogo em superar cenário ruim e se tornar competitivo
Apreciador da valorização da posse de bola, treinador do Alvinegro, após ser dominado no primeiro tempo, muda no perfil da equipe, que equilibrou as ações e conquistou a vitória
Mais do que um estilo de jogo definido, um treinador deve possuir alternativas ao modo de entrar em campo. Eduardo Barroca que está em dia com isto na vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o Fluminense, no último sábado, em partida válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, disputada no Maracanã.
Eduardo Barroca é conhecido, desde o trabalho que fez na base do Botafogo, em 2016 e 2017, pela posse de bola. Na chegada à equipe profissional, porém, destacou que, em curto prazo, a prioridade seria pontuar o máximo possível. Dito e feito. Diante do Fluminense, o comandante abdicou do estilo conhecido, adotou uma postura reativa no segundo tempo para se manter competitivo diante da equipe comandada por Fernando Diniz.
O Fluminense dominou amplamente o primeiro tempo. Criou oportunidades reais com certa frequência e não correu riscos na segunda metade do campo, mas não conseguiu marcar por conta de Gabriel e Joel Carli. A dupla de defesa do Botafogo defendeu bem a própria área e evitou que o Tricolor balançasse as redes, principalmente com uma marcação efetiva em cima de Pedro.
Nos primeiro 45 minutos, Caio Henrique foi o destaque, sendo o principal jogador ofensivo do Tricolor, que utilizou bastante o lado esquerdo. Barroca fez uma substituição crucial para segurar este ímpeto, colocando Yuri no lugar de Rodrigo Pimpão. Apesar de não ter contribuído com a bola no pé, o jovem da base foi fundamental para frear o camisa 19 do time das Laranjeiras, que perdeu muito da criação na segunda metade do campo.
A partir dessa estabilização do setor mais perigoso do Fluminense, o Botafogo pensou ofensivamente. Com apreço por um desempenho mais defensivo em vez da natural valorização da posse - que ainda podia ser vista, apesar desta mudança -, o Alvinegro se adaptou ao contexto de dificuldade colocado por Diniz e se manteve competitivo na partida, melhorando a atuação no segundo tempo e assustando o adversário.
- Acho que jogamos uma grande partida diante de um adversário forte e um grande treinador. Foi um jogo muito difícil, precisamos usar outros repertórios, mas saímos felizes e satisfeitos, com a terceira vitória seguida. Objetivo principal era competir e vencer. Conseguimos isso, agora é virar a página e pensar no Goiás - analisou Eduardo Barroca.
O gol de Alex Santana nasceu após uma roubada de bola e a inteligência nos passes, até que o camisa 10 apareceu na área como elemento surpresa para cabecear a bola no fundo das redes. A vitória no clássico mostrou que, antes de se consolidar como um estilo de jogo, é preciso ser competitivo - e até se adaptar para alcançar isto.