Em busca da boa fase: como Ramón Díaz pode posicionar Salomon Kalou no Botafogo
Novo treinador do Alvinegro já trabalhou com esquemas tendo dois atacantes mais de uma vez na carreira e atuar centralizado pode ser benéfico ao marfinense
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Um dos principais desafios de Ramón Díaz à frente do Botafogo envolve Salomon Kalou. O marfinense, apesar de um início promissor, ainda não mostrou a que veio e acumula recentes atuações sem brilho com a camisa alvinegra. Caberá ao argentino descobrir uma forma de potencializar o jogo do camisa 8.
Kalou surgiu como um ponta de velocidade no Feyenoord-HOL no início da década passada e passou com destaque pelo Chelsea-ING. Desde o Lille-FRA, clube que atuou após sair de Londres, o marfinense deu sinais que perdeu um pouco da explosão sem a bola no pé. Na França, atuou como segundo atacante em boa parte da passagem.
Não foi diferente no Hertha Berlin-ALE, última equipe que defendeu antes de assinar com o Botafogo. Apesar de ter acumulado momentos pela ponta na capital alemã, o marfinense terminou a passagem no futebol europeu atuando mais centralizado, com liberdade para sair da área e explorando os espaços criados pela referência do setor, um autêntico segundo atacante.
No Botafogo, até pelo esquema adotado por Paulo Autuori - e, posteriormente, Bruno Lazaroni e Flávio Tenius - Salomon Kalou retornou ao lado de campo. O marfinense teve um bom começo no futebol brasileiro, mas caiu de produção pouco tempo depois. Ramón Díaz, porém, já trabalhou um esquema que pode ajudar no desenvolvimento do marfinense com exaustão.
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Uma das formações favoritas do argentino é o 4-4-2 tradicional. Duas linhas de quatro jogadores e dois atacantes no comando do terço final. Na linha ofensiva, 'Don Ramón', geralmente, opta por um atleta de maior porte físico e outro mais móvel, para garantir movimentação e jogo de pivô. É aí que Kalou pode voltar a entrar no Alvinegro.
O trabalho mais recente de Ramón, no Libertad, passou por essa situação. O argentino utilizou a 4-4-2 com frequência antes do adiamento das competições pela pandemia do novo coronavírus. No Paraguai, Sebastián Ferreira era o homem de mobilidade - às vezes, colocando a equipe até mesmo em um 4-2-3-1 - e Óscar Cardozo (aquele) a referência no ataque.
Existem outros exemplos recentes: em 2015, quando eliminou a Seleção Brasileira de uma Copa América com o Paraguai, teve, na maioria das partidas, Roque Santa Cruz e Nelson Haedo Valdez como dupla de ataque - com o segundo tendo maior liberdade de movimentação. No River Plate, um ano antes, os nomes eram Téo Gutierrez e Fernando Cavenaghi, que ficava mais fixo à área.
Ainda não há sinais que Ramón Díaz adotará o 4-4-2 - o 4-2-3-1 é outro esquema bem bem utilizado por 'Don Ramón' durante a carreira, mas é uma formação que encaixa nas características de Salomon Kalou. O argentino, pelos casos recentes, sabe lidar com as táticas envolvendo esse esquema.
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