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Cícero fala sobre diminuição de salário no Botafogo: ‘Me adequei à situação do clube’

Em entrevista coletiva, meio-campista afirmou que quer fazer parte do processo de transição da S/A e comentou que todos no elenco do Alvinegro ainda têm muito a aprender

Botafogo Cícero
imagem cameraVítor Silva/Botafogo
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Lance!
Domingos Martins (ES)
Dia 22/01/2020
11:16

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Com duas derrotas em dois jogos no Campeonato Carioca com a equipe alternativa, os jogadores principais do Botafogo chegarão à competição estadual com a necessidade de vencer para se recuperar. Nesta quarta-feira, em entrevista coletiva realizada no hotel-fazenda China Park, em Domingos Martins, na região serrana do Espírito Santo, Cícero afirmou que o elenco precisa superar a falta de ritmo para conquistar os resultados positivos.

- As pessoas não querem saber se você está treinando uma semana, 10 dias... Quando você entra dentro de campo, o torcedor quer o resultado. Mas, falar que todos estão preparados é impossível. É pouco tempo de treinamento. Na cabeça, sim, estamos preparados para suportar esse início de campeonato e readquirir aquele ritmo de jogo. Infelizmente não conseguimos os dois primeiros resultados. Domingo, entramos pressionados para ganhar o jogo dentro de casa. Estamos nos preparando para isso e vamos para lá para começar a temporada com bons resultados - afirmou.

O Botafogo passou por singelas mudanças no elenco de 2019 para a atual temporada. Com oito reforços confirmados, a equipe comandada por Alberto Valentim possui caras novas, mas Cícero, que renovou por dois anos, é um remanescente. Para isto, teve que aceitar diminuir seu salário. O volante afirmou que realizou a ação por acreditar em dias melhores no futuro.

- As pessoas falam que nós, jogadores, focamos muito em dinheiro. Procuramos a melhor coisa para a nossa vida, como todo mundo, até vocês (jornalistas). A gente tem família. É um momento complicado do clube, de transição para se tornar essa empresa. Não sabemos o que vai acontecer nos próximos meses, mas esperamos uma coisa bem encaminhada. Apesar do contrato, tentei me adequar à situação do clube. E ajudar para, lá na frente, a gente fazer um Botafogo melhor. Estamos em um momento de reconstrução. Vamos trabalhar com pés no chão e muita humildade. O torcedor tem que vir com a gente, porque no ano passado fizemos um bom primeiro turno - admitiu.

Com tantos reforços, a média de idade do Botafogo caiu. Apenas um dos novos jogadores, Guilherme Santos, possui mais de 30 anos. Mesmo com estes extremos nas datas de nascimentos, Cícero reconheceu que possui um papel importante para os mais jovens dentro do plantel, mas que os jogadores com menor idade não podem fugir da responsabilidade.

- Independentemente da idade, que veste uma grande camisa tem que estar preparado para tudo. Hoje, tenho 35 anos e cheguei onde cheguei, sou um cara que me cuido. Mas, já assumia as responsabilidades desde cedo. Vou dar um exemplo: o Neymar no Santos com 17 anos. Claro que ele é um extraterrestre, mas vi o menino assumindo a responsabilidade. Quem está no profissional tem que assumir a responsabilidade. Quando a coisa não encaixar, vai sobrar para os mais velhos, é normal. Estamos aqui para dar suporte a essa garotada e dar confiança - analisou.

- A responsabilidade é de todos que entram para jogar. Pode acontecer de o mais novo estar bem e o mais velho não estar tão bem. Saí de casa com 15 anos para enfrentar o mundo e consegui. A cobrança é dobrada quando as coisas não acontecem, mas temos que estar preparados para isso. Estamos aqui para suportar o quanto antes. Vamos fazer de tudo para o clube conseguir retomar a partir do próximo fim de semana - completou.

MAIS DECLARAÇÕES DE CÍCERO

Mescla de idade no elenco
- A juventude é boa, o clube sempre tem garotos que despontam em uma equipe profissional. Temos exemplo agora, como o Luís Henrique, que está lapidando algumas coisas e vai nos ajudar muito. Perde um pouco também, porque a experiência faz diferença em jogos mais cascudos, pode ganhar campeonatos. Temos que equilibrar, para os mais jovens aprenderem e os mais velhos passarem isso. Tudo é o equilíbrio. Buscamos um time experiente, mas mais jovem também

Relação com os mais jovens
- A gente procura deixar todos bem à vontade. Na resenha, no almoço... Ficamos muito tempo juntos e procuramos falar sobre os treinamentos, jogo-treino. Até para saber a cabeça deles. Falam que nós somos experientes, mas temos apenas 30 e poucos anos. Ainda temos muito o que aprender. Em um clube grande, como o Botafogo, sempre tem alguém de fora querendo o seu lugar. É um clube grande, do Rio de Janeiro, com visibilidade muito grande. Tentamos passar que todos temos muito o que crescer na vida

Atuar como zagueiro
- Sou um cara que desde pequeno sempre tive facilidade de jogar em várias posições. Depois de um tempo, me firmei na posição que eu sempre queria, de volante. No ano passado, quando precisou fazer a zaga, ele conversou comigo e eu disse: "Não é a minha preferência, mas se é para ajudar, estou aqui". Nesse ano, o Valentim veio conversar comigo. Até pela questão da saída de bola, do cabeceio, encaixa no modelo de jogo que passa na cabeça dele. Disse que estou à disposição, mas acho que posso ajudar mais a equipe de volante 

Alberto Valentim
- A relação é muito boa. O Valentim começou há pouco tempo, tem ideias boas. O resultado influencia em muitas coisas, e ele está tentando dar isso para gente o mais rápido possível. Já foi campeão aqui dentro, que ele possa trilhar um caminho de mais títulos para se consagrar de vez no futebol brasileiro

Treinos como defensor
- Dentro das minhas características, vou tentar me adaptar, mas não estou acostumado. Requer um pouco de tempo. Com inteligência de jogo, tento me adaptar o mais rápido possível. A gente costuma brincar que em time encaixado dá até para jogar de falso 9. Então, é encaixar o amis rápido possível. Tudo depende de como a equipe vai reagir melhor. O Valentim vai ver o melhor para o time, e eu estou aqui para ajudar

Auge físico
- Você treina e tudo, mas é o ritmo de jogo que dá condição de ir melhorando. Às vezes, não é só um mês. Tem jogador que solta lá para dois ou três meses, e depois engrena. Mas, o resultado tem que ser imediato. Temos que nos preparar não só fisicamente, mas mentalmente para suportar esses primeiros jogos e conseguir os resultados

Treinos no Espírito Santo, sua terra natal
- Já fiz pré-temporada aqui uma vez. Sempre procuro ir na minha cidade, Castelo, todo fim de ano. Não consegui no último por conta da loucura do calendário. Ainda mais no ano passado, que foi estressante. Tentei relaxar a cabeça. Agora, consegui rever a família, os amigos e pegar essa energia boa

Posição que nunca atuou na carreira
- Boa pergunta... Lateral-direito, de repente? Acho que foi isso daí. Se bem que a gente também cai na lateral direita para receber a bola. Fiz de tudo

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