‘Cobrança’ a Carli e os fatores que levaram Zé Ricardo ao Botafogo
Na terceira parte da entrevista exclusiva ao LANCE!, o treinador admite a importância de Anderson Barros para a sua chegada, brinca sobre o Estadual e enaltece a postura do clube
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A contratação de Zé Ricardo pelo Botafogo até poderia acontecer, como feito, mas teria sido, provavelmente, mais difícil se não fosse por Anderson Barros. O gerente de futebol do Glorioso, e parceiro de longa data no futebol, foi mesmo importante para a contratação do treinador. O próprio Zé admite isso nesta terceira parte da entrevista exclusiva concedida ao LANCE!. No bate-papo, ele também brinca sobre as "cobranças" que fez nos algozes que, agora, comanda. Ainda exaltou a postura de diferentes atores do clube durante o período mais complicado neste ano.
Pela relação de longa data que tem com você, o Anderson Barros foi decisivo para a sua contratação?
Não sei se decisivo, mas importante. Eu tinha em mente fazer o meu terceiro trabalho como profissional fora do Rio de Janeiro. Por já ter trabalhado no Flamengo e no Vasco, era uma questão mais profissional, até fora do Brasil, mas fui convencido por ele (Anderson Barros). Depois, refleti o quão importante para mim seria realizar um bom trabalho no Botafogo. Sou carioca, é gratificante. Falei com a minha família e entendi que seria uma ótima oportunidade para o meu crescimento. Mais do que tudo, além da influência do Anderson, fazer parte da história do Botafogo e seguir perto dos meus familiares pesaram.
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'Tinha em mente fazer o meu terceiro trabalho como profissional fora do Rio de Janeiro'
Você citou o Joel Santana na sua apresentação como exemplo de sucesso..
O Joel é supervencedor, foi campeão pelos quatro clubes do Rio. Eu já tive a felicidade de já participar de duas finais, espero estar lá ano que vem novamente.
Agora com gol do Carli a favor (risos)?
No dia da minha apresentação, a primeira coisa que eu fiz foi ir até ele cobrar. Contra o Sport, aqui, ele fez um e veio falar comigo que "está pago". Está valendo... Também brinquei com o Gatito, que estava no departamento médico quando eu cheguei. Logo depois falei: "E aí, vai pegar (pênaltis) comigo também?" (risos).
Algoz no Carioca: 'Primeira coisa que fiz foi cobrar o Carli'
Não houve receio de ficar rotulado como um treinador só de times do Rio de Janeiro?
Não é receio de ficar rotulado. Foi pela sequência, pois trabalhar no Botafogo, agora ou mais para frente, sempre será motivo de orgulho. A saída do Rio, ou do Brasil, será natural. Espero ter a felicidade de trabalhar fora do país com uma boa condição, mas o meu foco, hoje, é aqui. Tomara que esse final de ano sirva como referência para iniciar 2019.
O que mais te surpreendeu positiva ou negativamente no Botafogo?
Eu estava ciente das dificuldades (financeiras), desde o convite do Anderson Barros e do Gustavo Noronha. Havia uma expectativa, na parada da Copa do Mundo, da venda de pelo menos um jogador. Ficou bem próximo (Igor Rabello, que recusou a oferta chechena), mas acabou não acontecendo e comprometeu as questões financeiras pelas dificuldades para pagar salários. Mas o clube me recebeu muitíssimo bem, me chamou com uma convicção muito grande. A aceitação da torcida também surpreendeu bastante. Conhecer um pouco melhor a história do Botafogo, de todos os ídolos e tradição, mais a fundo, foi outro fator positivo. A comissão técnica, em sua maioria jovem - tirando a experiência do Flávio Tênius - sempre esteve muito afim, e isso foi me deixou ainda mais animado para trabalhar e aumentar o nível do nosso trabalho. Por isso que, depois daquela derrota para o Bahia (pelo Brasileiro), foi ruim, pois parecia que estávamos dando o máximo, mas os resultados não vinham. A partir daí, o respaldo da diretoria para eu continuar, reforçando a convicção no nosso trabalho, foi determinante. Eles estavam no a dia a dia e viam que, uma hora, a fase ia mudar naturalmente. Ainda bem que aconteceu num momento em que conseguimos tirar o Botafogo de uma situação aguda e, mesmo que tenha sido por uma rodada apenas, alimentar o sonho da Libertadores. Faremos uma pré-temporada muito boa, e tenho certeza que a torcida vai se orgulhar desse grupo em 2019. Degrau por degrau, chegaremos lá.
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