Crise financeira e expectativa por investidor: o panorama do Paraná, adversário do Botafogo
LANCE! traz análise do Tricolor, que passa por problemas dentro e fora de campo; equipe comandada por Allan Aal foi montada às pressas e se classificou com um milagre
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Um time que convive com seguidos problemas financeiros e vê a solução para o retorno do fluxo de caixa em possíveis futuros investidores. As características podem definir a atual situação do Botafogo, mas este é o panorama do Paraná, justamente o adversário do Alvinegro nesta terça-feira, às 19h15, no Estádio Nilton Santos, pela terceira fase da Copa do Brasil.
Com salários atrasados desde o ano passado, o Paraná entrou em 2020 sem dinheiro. Por isto, a equipe foi montada às pressas e, sem recursos, com jogadores, em grande maioria, por empréstimo. O LANCE! falou com Guilherme De Paula, jornalista que acompanha o Paraná no portal "De Olho no Jogo", que explicou as questões que cercam a equipe fora de campo.
- É um dos anos mais difíceis do Paraná por conta da questão financeira. Há um histórico, o Paraná já atrasou salário, perdeu algumas sedes que tinha, porque quando ele nasce na fusão em 1989 tem dinheiro e isso se perde ao longo do tempo. Esse ano, tudo ficou mais grave porque não há fluxo de caixa. O Paraná deve salários do ano passado e não teve dinheiro para montar o time de 2020. A ideia do mercado foi contratar jogadores que pertenciam a clubes que pudessem pagar o salários dos atletas. Praticamente todos os jogadores chegaram nesse modelo. Foi um mercado de emergência - analisou.
- É um time com problemas. O Paraná está, desde o ano passado, trabalhando com a ideia de ter uma parceria no futebol. Ou terceirizar o departamento ou ter um investidor. Esse time pode ser chamado como um time de sobrevivência, é uma transição, por isso foi um mercado tão problemático. O técnico é caseiro, o Allan Aal foi auxiliar do Matheus Costa no ano passado. Foi uma escolha também pelo perfil financeiro - completou o jornalista.
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EM CAMPO
Nas quatro linhas, a situação também passa longe de estar fácil. O Paraná é o oitavo colocado do Campeonato Paranaense - a última vaga que dá uma vaga na fase mata-mata da competição -, com três vitórias, quatro empates e três derrotas. São nove gols feitos e sete tomados. Guilherme De Paula explica que o foco do Tricolor é a parte defensiva. Por outro lado, a equipe ainda passa longe de empolgar no setor ofensivo.
- A primeira ideia do Allan foi montar um time organizado defensivamente para poder competir. Ele até consegue organizar a defesa nesse começo de temporada, apesar dos muitos problemas técnicos. Defensivamente é organizado mas tem muitos problemas para atacar. Não é criativo e nem tem a capacidade de envolver o adversário com troca de passes. O ponto mais forte do time é marcar alto, desarmar e tentar chegar ao gol com poucos toques. Isso diminui o tempo que o time precisa para criar uma jogada - afirmou.
O Paraná promete ser um time que vai incomodar a saída de bola do Botafogo. Até aqui, o Tricolor mostrou um padrão defensivo bem definido: esperar o adversário atacar e, em determinados momentos das partidas, pressionar os zagueiros com o intuito de roubar a bola no campo de ataque.
- O time joga de maneira compacta, marca em um bloco médio e, quando surge a possibilidade, as linhas se adiantam para ter uma transição rápida. A grande discussão atual é em relação ao camisa 9, porque quem passou por ali não conseguiu jogar bem. Para o jogo, parece que a ideia jogar com um atleta de mobilidade - colocou Guilherme De Paula.
CLASSIFICAÇÃO HISTÓRICA NA COPA DO BRASIL
Apesar dos problemas dentro e fora de campo, o Paraná chega empolgado para a partida. Na segunda fase, o Tricolor eliminou o Bahia de Feira de forma heroica. Na Vila Capanema, a equipe de Allan Aal perdia por 2 a 0 até os 40 minutos de segundo tempo, mas correu atrás do prejuízo e marcou três gols nos instantes finais do duelo.
O autor do gol da vitória nesta partida foi Renan Bressan, de falta. Com um itinerário um tanto quanto alternativo, o meio-campista naturalizado bielorrusso é, tecnicamente, um dos destaques do Paraná.
- O personagem mais curioso do time do Paraná é o Renan Bressan. É um cara que já disputou Olimpíadas pela Bielorrússia e fez gol na Seleção Brasileira em 2012, em Londres e jogou a Liga dos Campeões. Ele fez gols importantes no Paraná, incluindo o da virada épica contra o Bahia de Feira. É um meia interessante, cadencia o jogo e entra bastante na área - finalizou.
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