Desconforto em coletiva, decisão antes de clássico e perfil: por que Enderson foi demitido do Botafogo
Cobrança por reforços em entrevista após empate contra o Boavista não pegou bem com John Textor, que já tinha se decidido por saída antes da derrota para o Fluminense
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A demissão de Enderson Moreira no Botafogo, oficializada nesta sexta-feira, nada tem a ver com a derrota do Alvinegro por 2 a 1 para o Fluminense na última quinta-feira, pelo Campeonato Carioca. A decisão estava tomada antes mesmo da bola rolar e ela seria cumprida mesmo com uma vitória no clássico.
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John Textor tinha se decidido que o brasileiro não era o nome ideal para tocar o projeto de reconstrução financeira e técnica do Botafogo. Ele havia avisado aos integrantes da própria equipe que ficam no dia a dia do Glorioso que não ficaria com o técnico no começo da semana. A decisão de não comunicar a saída antes foi para não tumultuar o ambiente pelo clássico.
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O americano quer criar um plano de médio/longo prazo com um trabalho integrado entre as categorias de base e o time profissional. Ele acredita que Enderson Moreira não é o nome ideal para isso. Luís Castro, responsável por uma revolução nos times inferiores do Porto e atualmente no Al Duhail, é o grande sonho do norte-americano.
A saída de Enderson foi sentida no Estádio Nilton Santos, mas foi algo necessário para uma nova fase do Botafogo que está a surgir. O treinador era querido por grande parte das pessoas no dia a dia do clube e saiu 'por cima', com mensagens de agradecimento.
Outro fator que pesou negativamente para Enderson foi a entrevista coletiva após o empate com o Boavista na estreia do Campeonato Carioca. O treinador 'cobrou' reforços. John Textor não gostou da postura do treinador porque, internamente, havia pedido para todas as negociações em curso serem paralisadas para um novo estudo de dados e mercado.
– Claro que a gente queria já estar com uma equipe um pouco diferente, contar com alguns jogadores que tínhamos contactado. Queremos fazer esse Estadual de maneira competitiva, não estamos aqui para fazer testes. Sabemos da grandeza do Botafogo, temos que ter equipe para buscar títulos. O clube vive um período de transição que é horrível para nós, o clube não consegue dar um passo à frente em situações que são importantes. Tem um novo dono, a gente está aguardando as novas diretrizes. Com certeza queria ter uma equipe com boa experiência, isso seria importante para os meninos - afirmou.
– Era minha preocupação desde o ano passado, queria ter uma equipe madura desde o início. A gente não pode ficar esperando um time para o Brasileiro. O Estadual é extremamente importante, estou fazendo tudo que eu posso para tirar desses atletas. Nosso objetivo era ter avançado em muitas situações que tivemos que parar por essa aquisição do clube. Esperamos que os papéis possam ser assinados - completou.
Se Enderson já não tinha o perfil de Textor, esse foi o estopim para que o processo de mudança no comando da equipe fosse realizado. A troca não ocorreu antes por questões meramente burocráticas: o Botafogo está em status muito avançado para a assinatura do contrato definitivo da venda da SAF, o que já permite ao norte-americano em 'bater o martelo' nas decisões.
Antes, ele indicava mas não podia 'assinar'. A coisa agora mudou de patamar. John Textor tomou as primeiras atitudes de dono no Botafogo. Enderson Moreira não estava no radar do empresário. Ele deixa o Alvinegro com um aproveitamento de 73%.
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