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Dez técnicos em três anos: os comandantes do Botafogo na Era Nelson Mufarrej

Tempo médio de permanência no cargo é de pouco menos que quatro meses; Eduardo Barroca e Alberto Valentim tiveram duas passagens pelo Alvinegro durante o período

Botafogo - Treinadores
imagem cameraRamón Díaz, Eduardo Barroca e Alberto Valentim (Foto: Arte Lance!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 29/12/2020
23:07
Atualizado em 30/12/2020
07:00

  • Matéria
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O Botafogo teve idas e vindas no que diz respeito a treinadores durante a era Nelson Mufarrej, que se encerrará no dia 31 de dezembro. Durante a passagem do empresário como presidente, no triênio 2018-2020, o Alvinegro teve dez treinadores - divididos em oito nomes, com dois técnicos tendo passagens repetidas.

A média de tempo de um treinador no cargo durante a “Era Mufarrej” é de menos de quatro meses. Em 2018 foram quatro nomes; no ano seguinte o Botafogo teve três nomes e fechou 2020 com cinco pessoas comandando a equipe - excluindo, claro, treinadores interinos.

O LANCE! preparou um resumo sobre todos os técnicos que passaram no clube de General Severiano enquanto Nelson Mufarrej ocupou a cadeira mais alta do Glorioso. Entre tempo no cargo, aproveitamento e características, confira a relação de treinadores:

Felipe Conceição
(Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

FELIPE CONCEIÇÃO
23/12/2017 a 10/02/2018 - 2 meses e meio
2 vitórias
3 empates
2 derrotas
7 gols feitos
8 gols tomados
43% de aproveitamento

Com a saída de Jair Ventura, a primeira aposta de Nelson Mufarrej foi tentar repetir novamente em um prata da casa para assumir o comando do time profissional. Felipe Conceição, o Tigrão, era o auxiliar-técnico permanente e teria a primeira experiência como comandante de uma equipe de nível principal.

Em campo, contudo, a experiência não deu certo. O Botafogo foi eliminado pela Aparecidense na primeira fase da Copa do Brasil e o treinador não resistiu à eliminação para o Flamengo na Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca, no fim de semana seguinte, deixando o Glorioso com pouco mais de dois meses à frente do time.

Alberto Valentim - Botafogo
(Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

ALBERTO VALENTIM
13/02/2018 a 19/06/2018 - 4 meses
11 vitórias
7 empates
7 derrotas
33 gols feitos
30 gols tomados
53% de aproveitamento

O segundo nome foi Alberto Valentim, um treinador mais experiente que Felipe Conceição, mas igualmente jovem. Com passagem pelo Palmeiras no ano anterior, foi o nome escolhido por Anderson Barros, então gerente de futebol. Pegou uma equipe desacreditada, com resultados ruins, e, mesmo sem apresentar um futebol vistoso, foi campeão carioca naquele ano.

O trabalho tinha respaldo e confiança, mas Alberto recebeu uma “proposta irrecusável” do futebol árabe durante a pausa do calendário para a disputa da Copa do Brasil. O treinador avisou à diretoria que havia aceitado o convite do exterior e, assim, deixava o Botafogo com um título na bagagem.

Marcos Paquetá - Botafogo
(Foto: Vítor Silva/SSPress/Botafogo)

MARCOS PAQUETÁ
26/06/2018 a 01/08/2018 - 1 mês
1 vitória
0 empates
4 derrotas
2 gols feitos
9 gols tomados
20% de aproveitamento

Praticamente um tiro no escuro. Treinador da seleção da Arábia Saudita na Copa do Mundo de 2006, o treinador foi o escolhido após a saída de Alberto Valentim. Era o primeiro trabalho do comandante em solos brasileiros desde 2004, quando treinou o Avaí.

Em campo, não houve conexão entre Botafogo e Paquetá. O trabalho durou pouco mais de um mês, ficou marcado por derrotas e o treinador foi demitido após um resultado negativo diante do Nacional-PAR, pela Copa Sul-Americana. Uma passagem relâmpago.

Botafogo x Madureira Zé Ricardo
Vitor Silva/SSPress/Botafogo

ZÉ RICARDO
04/08/2018 a 12/04/2019 - 6 meses
17 vitórias
11 empates
13 derrotas
52 gols feitos
44 gols tomados
50% de aproveitamento

Com o Botafogo mal das pernas na Sul-Americana e no Brasileirão, Zé Ricardo, conhecido no futebol carioca, era a bola da vez. Com a ajuda de Erik, reforço vindo por empréstimo junto ao Palmeiras, o Alvinegro deixou para trás qualquer tipo de ameaça de rebaixamento, mas foi eliminado na competição internacional pelo Bahia, nos pênaltis, no Estádio Nilton Santos. Mesmo assim, o trabalho tinha a confiança da diretoria.

O ano seguinte, contudo, começou difícil. O Botafogo teve primeiras rodadas com atuações ruins no Campeonato Carioca e a “cereja do bolo” foi a eliminação para o Juventude na segunda fase da Copa do Brasil. Zé Ricardo foi demitido na mesma noite e foi recebido com muitos protestos no desembarque no Rio de Janeiro.

Treino Botafogo - Eduardo Barroca
Vitor Silva/SSPress/Botafogo.

EDUARDO BARROCA
16/04/2019 a 06/10/2019 - 5 meses e meio
10 vitórias
3 empates
14 derrotas
24 gols feitos
28 gols tomados
41% de aproveitamento

Após experiências ruins, apostar em um prata da casa voltou a ser a opção viável para o Botafogo. Campeão brasileiro sub-20 em 2017 pelo clube, a hora de Eduardo Barroca no profissional finalmente tinha chegado. E ele teve um bom começo, garantindo 27 pontos na primeira metade do Brasileirão e colocando o Alvinegro na parte superior da tabela.

Com o passar do tempo, contudo, o estilo de jogo de Barroca estagnou. Tendo a valorização da posse de bola como virtude para chegar ao gol adversário, a estratégia do Alvinegro era facilmente neutralizada pelos adversários. Após uma sequência de quatro derrotas consecutivas, o treinador não aguentou e foi demitido.

Botafogo x Vasco - Alberto Valentim
(Foto: Vítor Silva/Botafogo)

ALBERTO VALENTIM
12/10/2019 a 09/02/2020 - 4 meses
7 vitórias
2 empates
11 derrotas
16 gols feitos
25 gols tomados
38% de aproveitamento

Com passagem vitoriosa em 2018, Alberto Valentim teve uma segunda chance à frente do Botafogo. A equipe não impressionava, tinha dificuldade para estabelecer um padrão de jogo e temeu com o rebaixamento no Brasileirão de 2019. A torcida, que abraçou a equipe na reta final da competição, colocando públicos com mais de 20 mil pessoas, foi fundamental para o Glorioso ficar fora do Z4 e Valentim cumprir a missão que havia sido designado.

Em 2020, pouca coisa mudou. Após fazer 15 dias de pré-temporada no Espírito Santo e a chegada de alguns reforços, a equipe do Botafogo continuava com as mesmas dificuldades. A passagem não durou muito, com Valentim sendo demitido ainda na Taça Guanabara, em fevereiro.

Paulo Autuori - Botafogo
(Foto: Vítor Silva/Botafogo)

PAULO AUTUORI
12/02/2020 a 01/10/2020 - 7 meses e meio
6 vitórias
13 empates
2 derrotas
25 gols feitos
23 gols levados
45% de aproveitamento

Um dos rostos mais conhecidos da história do clube voltava para tentar “arrumar a casinha”. Paulo Autuori, campeão brasileiro em 1995, aceitou o convite da diretoria e, afirmando que voltava “pelo carinho e gratidão que tinha pelo Botafogo”, era o treinador do Alvinegro novamente.

Após um bom começo, o trabalho de Paulo Autuori também passou por um período de pouca evolução. Com muitos empates, a equipe era marcada por erros de concentração no fim das partidas e erros defensivos. O Botafogo nem ganhava nem perdia, o que era ruim em termos de tabela, já que a equipe ficou na parte inferior da tabela do Brasileirão quando o treinador saiu.

Bruno Lazaroni - Botafogo
(Foto: Vítor Silva/Botafogo)

BRUNO LAZARONI
01/10/2020 a 28/10/2020 - 27 dias
2 vitórias
2 empates
2 derrotas
6 gols feitos
7 gols tomados
44% de aproveitamento

Auxiliar-permanente da comissão técnica do Alvinegro, Bruno Lazaroni foi efetivado como treinador após a saída de Autuori. O filho de Sebastião Lazaroni já havia comandado o Botafogo de forma interina em outras ocasiões, mas recebia a primeira chance fixa.

O Alvinegro conquistou duas vitórias seguidas no Campeonato Brasileiro pela primeira vez sob o comando de Lazaroni, mas o treinador foi demitido após uma derrota para o Cuiabá no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, no Estádio Nilton Santos. Sem paciência, os cartolas do Alvinegro buscaram uma solução rápida.

Ramon Diaz
Gabriel Baron/Botafogo

RAMÓN DÍAZ
09/11/2020 a 27/11/2020 - 18 dias
0 vitórias
0 empates
3 derrotas
3 gols feitos
6 gols tomados
0% de aproveitamento

Ramón Díaz, na prática, nunca comandou o Botafogo. O argentino fez uma cirurgia na semana que foi apresentado como treinador do Alvinegro e, por prescrição médica, precisava ficar em repouso. Emiliano Díaz, filho e auxiliar-técnico, que ficava à beira do gramado: apesar de um estilo com mais intensidade, foram três derrotas em três jogos.

O Botafogo resolveu demitir o argentino quando soube que o tempo de recuperação da cirurgia seria maior do que havia sido previamente combinado. Com praticamente duas semanas no Brasil e com o Alvinegro em uma situação dramática no Brasileirão, a comissão técnica de Ramón Díaz se despedia do clube de General Severiano.

Eduardo Barroca - Botafogo
(Foto: Vítor Silva/Botafogo)

EDUARDO BARROCA
27/11/2020 a atualmente
1 vitória
0 empates
4 derrotas
3 gols feitos
10 gols tomados
20% de aproveitamento

O escolhido para tentar salvar o Botafogo da segunda divisão em 2021 foi Eduardo Barroca. O treinador, que estava comandando o Vitória, pediu liberação da equipe baiana para acertar com o Alvinegro. Ele foi o responsável por trazer a primeira vitória da equipe em mais de dois meses, mas a equipe ainda mostra mais defeitos do que qualidades e há um longo caminho a ser percorrido.

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