Dez técnicos em três anos: os comandantes do Botafogo na Era Nelson Mufarrej
Tempo médio de permanência no cargo é de pouco menos que quatro meses; Eduardo Barroca e Alberto Valentim tiveram duas passagens pelo Alvinegro durante o período
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O Botafogo teve idas e vindas no que diz respeito a treinadores durante a era Nelson Mufarrej, que se encerrará no dia 31 de dezembro. Durante a passagem do empresário como presidente, no triênio 2018-2020, o Alvinegro teve dez treinadores - divididos em oito nomes, com dois técnicos tendo passagens repetidas.
A média de tempo de um treinador no cargo durante a “Era Mufarrej” é de menos de quatro meses. Em 2018 foram quatro nomes; no ano seguinte o Botafogo teve três nomes e fechou 2020 com cinco pessoas comandando a equipe - excluindo, claro, treinadores interinos.
O LANCE! preparou um resumo sobre todos os técnicos que passaram no clube de General Severiano enquanto Nelson Mufarrej ocupou a cadeira mais alta do Glorioso. Entre tempo no cargo, aproveitamento e características, confira a relação de treinadores:
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FELIPE CONCEIÇÃO
23/12/2017 a 10/02/2018 - 2 meses e meio
2 vitórias
3 empates
2 derrotas
7 gols feitos
8 gols tomados
43% de aproveitamento
Com a saída de Jair Ventura, a primeira aposta de Nelson Mufarrej foi tentar repetir novamente em um prata da casa para assumir o comando do time profissional. Felipe Conceição, o Tigrão, era o auxiliar-técnico permanente e teria a primeira experiência como comandante de uma equipe de nível principal.
Em campo, contudo, a experiência não deu certo. O Botafogo foi eliminado pela Aparecidense na primeira fase da Copa do Brasil e o treinador não resistiu à eliminação para o Flamengo na Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca, no fim de semana seguinte, deixando o Glorioso com pouco mais de dois meses à frente do time.
ALBERTO VALENTIM
13/02/2018 a 19/06/2018 - 4 meses
11 vitórias
7 empates
7 derrotas
33 gols feitos
30 gols tomados
53% de aproveitamento
O segundo nome foi Alberto Valentim, um treinador mais experiente que Felipe Conceição, mas igualmente jovem. Com passagem pelo Palmeiras no ano anterior, foi o nome escolhido por Anderson Barros, então gerente de futebol. Pegou uma equipe desacreditada, com resultados ruins, e, mesmo sem apresentar um futebol vistoso, foi campeão carioca naquele ano.
O trabalho tinha respaldo e confiança, mas Alberto recebeu uma “proposta irrecusável” do futebol árabe durante a pausa do calendário para a disputa da Copa do Brasil. O treinador avisou à diretoria que havia aceitado o convite do exterior e, assim, deixava o Botafogo com um título na bagagem.
MARCOS PAQUETÁ
26/06/2018 a 01/08/2018 - 1 mês
1 vitória
0 empates
4 derrotas
2 gols feitos
9 gols tomados
20% de aproveitamento
Praticamente um tiro no escuro. Treinador da seleção da Arábia Saudita na Copa do Mundo de 2006, o treinador foi o escolhido após a saída de Alberto Valentim. Era o primeiro trabalho do comandante em solos brasileiros desde 2004, quando treinou o Avaí.
Em campo, não houve conexão entre Botafogo e Paquetá. O trabalho durou pouco mais de um mês, ficou marcado por derrotas e o treinador foi demitido após um resultado negativo diante do Nacional-PAR, pela Copa Sul-Americana. Uma passagem relâmpago.
ZÉ RICARDO
04/08/2018 a 12/04/2019 - 6 meses
17 vitórias
11 empates
13 derrotas
52 gols feitos
44 gols tomados
50% de aproveitamento
Com o Botafogo mal das pernas na Sul-Americana e no Brasileirão, Zé Ricardo, conhecido no futebol carioca, era a bola da vez. Com a ajuda de Erik, reforço vindo por empréstimo junto ao Palmeiras, o Alvinegro deixou para trás qualquer tipo de ameaça de rebaixamento, mas foi eliminado na competição internacional pelo Bahia, nos pênaltis, no Estádio Nilton Santos. Mesmo assim, o trabalho tinha a confiança da diretoria.
O ano seguinte, contudo, começou difícil. O Botafogo teve primeiras rodadas com atuações ruins no Campeonato Carioca e a “cereja do bolo” foi a eliminação para o Juventude na segunda fase da Copa do Brasil. Zé Ricardo foi demitido na mesma noite e foi recebido com muitos protestos no desembarque no Rio de Janeiro.
EDUARDO BARROCA
16/04/2019 a 06/10/2019 - 5 meses e meio
10 vitórias
3 empates
14 derrotas
24 gols feitos
28 gols tomados
41% de aproveitamento
Após experiências ruins, apostar em um prata da casa voltou a ser a opção viável para o Botafogo. Campeão brasileiro sub-20 em 2017 pelo clube, a hora de Eduardo Barroca no profissional finalmente tinha chegado. E ele teve um bom começo, garantindo 27 pontos na primeira metade do Brasileirão e colocando o Alvinegro na parte superior da tabela.
Com o passar do tempo, contudo, o estilo de jogo de Barroca estagnou. Tendo a valorização da posse de bola como virtude para chegar ao gol adversário, a estratégia do Alvinegro era facilmente neutralizada pelos adversários. Após uma sequência de quatro derrotas consecutivas, o treinador não aguentou e foi demitido.
ALBERTO VALENTIM
12/10/2019 a 09/02/2020 - 4 meses
7 vitórias
2 empates
11 derrotas
16 gols feitos
25 gols tomados
38% de aproveitamento
Com passagem vitoriosa em 2018, Alberto Valentim teve uma segunda chance à frente do Botafogo. A equipe não impressionava, tinha dificuldade para estabelecer um padrão de jogo e temeu com o rebaixamento no Brasileirão de 2019. A torcida, que abraçou a equipe na reta final da competição, colocando públicos com mais de 20 mil pessoas, foi fundamental para o Glorioso ficar fora do Z4 e Valentim cumprir a missão que havia sido designado.
Em 2020, pouca coisa mudou. Após fazer 15 dias de pré-temporada no Espírito Santo e a chegada de alguns reforços, a equipe do Botafogo continuava com as mesmas dificuldades. A passagem não durou muito, com Valentim sendo demitido ainda na Taça Guanabara, em fevereiro.
PAULO AUTUORI
12/02/2020 a 01/10/2020 - 7 meses e meio
6 vitórias
13 empates
2 derrotas
25 gols feitos
23 gols levados
45% de aproveitamento
Um dos rostos mais conhecidos da história do clube voltava para tentar “arrumar a casinha”. Paulo Autuori, campeão brasileiro em 1995, aceitou o convite da diretoria e, afirmando que voltava “pelo carinho e gratidão que tinha pelo Botafogo”, era o treinador do Alvinegro novamente.
Após um bom começo, o trabalho de Paulo Autuori também passou por um período de pouca evolução. Com muitos empates, a equipe era marcada por erros de concentração no fim das partidas e erros defensivos. O Botafogo nem ganhava nem perdia, o que era ruim em termos de tabela, já que a equipe ficou na parte inferior da tabela do Brasileirão quando o treinador saiu.
BRUNO LAZARONI
01/10/2020 a 28/10/2020 - 27 dias
2 vitórias
2 empates
2 derrotas
6 gols feitos
7 gols tomados
44% de aproveitamento
Auxiliar-permanente da comissão técnica do Alvinegro, Bruno Lazaroni foi efetivado como treinador após a saída de Autuori. O filho de Sebastião Lazaroni já havia comandado o Botafogo de forma interina em outras ocasiões, mas recebia a primeira chance fixa.
O Alvinegro conquistou duas vitórias seguidas no Campeonato Brasileiro pela primeira vez sob o comando de Lazaroni, mas o treinador foi demitido após uma derrota para o Cuiabá no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, no Estádio Nilton Santos. Sem paciência, os cartolas do Alvinegro buscaram uma solução rápida.
RAMÓN DÍAZ
09/11/2020 a 27/11/2020 - 18 dias
0 vitórias
0 empates
3 derrotas
3 gols feitos
6 gols tomados
0% de aproveitamento
Ramón Díaz, na prática, nunca comandou o Botafogo. O argentino fez uma cirurgia na semana que foi apresentado como treinador do Alvinegro e, por prescrição médica, precisava ficar em repouso. Emiliano Díaz, filho e auxiliar-técnico, que ficava à beira do gramado: apesar de um estilo com mais intensidade, foram três derrotas em três jogos.
O Botafogo resolveu demitir o argentino quando soube que o tempo de recuperação da cirurgia seria maior do que havia sido previamente combinado. Com praticamente duas semanas no Brasil e com o Alvinegro em uma situação dramática no Brasileirão, a comissão técnica de Ramón Díaz se despedia do clube de General Severiano.
EDUARDO BARROCA
27/11/2020 a atualmente
1 vitória
0 empates
4 derrotas
3 gols feitos
10 gols tomados
20% de aproveitamento
O escolhido para tentar salvar o Botafogo da segunda divisão em 2021 foi Eduardo Barroca. O treinador, que estava comandando o Vitória, pediu liberação da equipe baiana para acertar com o Alvinegro. Ele foi o responsável por trazer a primeira vitória da equipe em mais de dois meses, mas a equipe ainda mostra mais defeitos do que qualidades e há um longo caminho a ser percorrido.
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