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Um ‘diplomata’ do Botafogo: o primeiro mês do Mufarrej presidente

Novo mandatário do Glorioso apresenta estilo de investir em reuniões e procura comandar a macropolítica de General Severiano para melhorar o quadro financeiro do clube

Nelson Mufarrej - Botafogo
imagem cameraA cerimônia que deu posse oficialmente a Nelson Mufarrej ocorreu no dia 4 de janeiro (Foto: Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 31/01/2018
22:33
Atualizado em 01/02/2018
18:11

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"Sempre dentro da nossa possibilidade financeira." Provavelmente, todo mundo que telefonou para Nelson Mufarrej, o presidente do Botafogo, nas últimas quatro semanas, ouviu essa frase em algum momento da chamada. É que seja qual for o tema, a rotina do mandatário que completa, nesta quinta-feira, um mês no cargo, foi praticamente toda norteada pelas dificuldades monetárias do clube.

O bastão começou a ser passado, na verdade, pouco mais de seis meses antes do fim do mandato de Carlos Eduardo Pereira, que agora é o vice-geral. O então segundo homem na hierarquia passou a ser visto com mais frequência nas reuniões e nos eventos públicos. Após a eleição, porém, é que o celular de Mufarrej começou a tocar freneticamente.

Seja no bairro da Lagoa, onde mora, na sede de General Severiano ou no escritório pessoal, no Centro da cidade, as demandas do Alvinegro o acompanham 24 horas por dia. Aliás, o departamento de futebol dialoga ao vivo pelo menos duas vezes por semana. O vice de futebol e ele trabalham muito perto um do outro, e almoçam juntos com frequência.

A macropolítica do clube foi o foco neste primeiro mês. Advogado e perito judicial, Nelson Mufarrej tem atuado quase que como um diplomata. Aumentar a tal "possibilidade financeira" do clube foi o pano de fundo dos encontros que teve no período.

Desde o encontro com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, até atuais e eventuais patrocinadores, passando por presidentes de outros clubes. Até o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Alexandre Belmonte foi visitado. Neste caso, para o Alvinegro tomar maior conhecimento da nova Lei Trabalhista e evitar aumentar a dívida existente.

Não há um horário específico para ver o presidente no clube. Mas é constante e, quando a presença é noturna, poucos deixam a sede depois dele. Nos jogos, esteve em todos, menos na vitória sobre o Macaé. No Nilton Santos ou no Maracanã, esteve no camarote reservado à presidência com a esposa, Lúcia, e com outros dirigentes do Glorioso.

A discrição e a serenidade são algumas características pessoais antigas de quem, agora, é o chefe maior do clube. Ouvir vozes contrárias e favoráveis em quase toda discussão é um hábito. Mas a palavra final é firme, e ele contrariou parcela considerável da torcida ao abrir o estádio alvinegro para os adversários, sob o velho lema da importância do lado comercial ser ativado.

Os projetos para as divisões de base, as questões que já vinham sendo desenvolvidas e recursos para basquete e remo também foram debatidos nestas primeiras semanas do ano. Estes últimos recursos, inclusive, foram aprovados pelo governo estadual na última quarta-feira, em reunião com Thiago Pampolha, secretário de Esporte Lazer e Juventude. É o tal "Estilo Mufarrej", como concorda o antecessor.

- Está acontecendo o que prevíamos. O fato de ele já ter visto os problemas facilitou a chegada ao cargo. Está imprimindo o estilo dele. Estamos sempre em contato, trocando ideias, ressalvando que as decisões são dele. É um ritmo intenso de decisões, mas que ficam mais fáceis porque está havendo continuidade. Ele vai deixar a marca dele no clube como um grande presidente - acredita Carlos Eduardo Pereira.

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