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Especial 2007: Cuca e a relação de amor explícito com o Botafogo

Técnico do 'Carrossel Alvinegro' admite ao LANCE! que trabalho foi o mais difícil da carreira. Terceira reportagem da série lembra momentos do comandante nos dois anos de Glorioso

Cuca dirigiu o time alvinegro durante dois anos
imagem camera(Foto: Paulo Wrencher/Lancepress!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 05/09/2017
14:10
Atualizado em 06/09/2017
07:00

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Por onde quer que Cuca esteja, seja qual for o time que comande, mais cedo ou mais tarde o carinho pelos tempos de Botafogo aflora em forma de exemplo numa entrevista coletiva. De fato, foi um trabalho para lá de marcante para a torcida e também para o treinador, atualmente no Palmeiras. E é o dono da área técnica o personagem da terceira reportagem da série especial sobre o time de 2007 do Glorioso.

A passagem do treinador por General Severiano teve início, na verdade, em 2006. Para a temporada seguinte, o elenco foi remontado com pouco da base que havia terminado o Campeonato Brasileiro anterior no meio da tabela. O treinador indicou a maioria dos contratados, criou laços afetivos recíprocos com muitos e guiou aquela equipe que encantou os olhos brasileiros.

Após a eliminação para o River Plate, na Copa Sul-Americana, o treinador deixou o clube, mas retornou nove dias depois (Mário Sérgio, que morreu na Tragédia da Chape, comandou o time no período). Depois, permaneceu até a queda na semifinal da Copa do Brasil de 2008, para o Corinthians, quando saiu para não mais voltar. Já faz tempo. Mas ele resume em uma palavra o sentimento pelo Glorioso.

- Amor. Lugar que eu amei mais do que tudo. Lugar onde eu fiz os trabalhos mais difíceis pela pouca condição financeira que tínhamos. Mas montamos um time melhor que o outro. E eu amava morar lá em General Severiano. Amava meu quartinho, as tias. Lembro de um dia, depois que perdemos uma semifinal, em que o Bebeto (de Freitas, então presidente) me falou que, se a gente passasse para a final, ele ia conseguir pagar todos os funcionários. Aquilo me machucou tanto, tanto e tanto. E Deus foi tão bom que, depois, fomos à final do turno e eu perguntei: "E agora, presidente. Se nós formos campeões o senhor vai pagar os funcionários?" Ele disse: "Vou". E eu levei todos os funcionários para o Maracanã, na preleção. Estava "pouco" atrasado. Cinco, seis meses. E ele pagou tudinho, todo mundo. Essas coisas que eu passei no Botafogo me enriqueceram muito como pessoa - lembra o treinador, em contato ao LANCE!.

Antes do Botafogo, Cuca havia se destacado, principalmente, no comando do Goiás e do São Paulo. Contudo, foi só no ano seguinte à saída do Alvinegro que ele foi conquistar o primeiro título: o Campeonato Carioca de 2009, ironicamente, pelo Flamengo. Antes, no entanto, os aplausos que sempre havia recebido dos torcedores alvinegros se transformaram em mágoa momentânea. Após um triunfo do Glorioso, a arquibancada gritou que "Vice é o Cuca". E a resposta, à época, foi:

- Eu recebo com muita dor - admitiu o técnico. A dor, o amor assumido acima é prova, já passou.

Cuca guiou a melhor fase da carreira da maioria dos jogadores que vestiram a camisa preta e branca naquele 2007. Revelou alguns para o país, mudou a posição de outros e o time deu liga. Se até hoje ele lembra do clube, não são poucos os que passaram e que ainda estão no clube que lembram com carinho de quem conquistaria, em 2013, a Copa Libertadores da América que o Glorioso, hoje, disputa e está nas quartas de final.

SUPERSTIÇÃO

O período à frente do Botafogo fez Cuca ficar famoso pelo futebol vistoso desenvolvido por seus comandados, mas também trouxe à tona o lado supersticioso do treinador. Casamento perfeito então, uma vez que tantos torcedores do clube da Estrela Solitária se orgulham dos rituais particulares antes de cada partida.

Faz um ano que o centroavante André Lima lembrou, na televisão, a
história da bala. O treinador intuía quem entraria no segundo tempo e
faria gol. Para este, antes da partida, dava uma famosa bala. Cuca
admitiu. Em 2007, havia também a ordem para o motorista não dar marcha a ré e outras histórias que entraram para o folclore, como recorda o zagueiro Alex.

– Superstição, na nossa época, ele tinha muito. Água na beira do campo, por exemplo. Sempre três copinhos. Tivemos um desentendimento no final, mas foi um dos melhores treinadores que eu tive – exalta Alex.

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