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Especial Jair Ventura: técnico projeta maior evolução do Botafogo em 2017

Ao LANCE!, comandante alvinegro demonstra ambição por voos mais altos no Glorioso, exalta a manutenção do trabalho e garante: 'Tem muita coisa que quero fazer no time'

Jair Ventura - Palmeiras x Botafogo
Jair Ventura tem 37 anos e está no comando do Botafogo há quatro meses (Foto: Marco Galvão/Agência Lancepress!)

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A vaga para a Libertadores foi alcançada, mas Jair Ventura queria até mais. A intenção, conforme mantra aplicado por todos do elenco e da comissão técnica, era de levar o Botafogo para "o lugar mais alto possível" da tabela. Agora, com a assinatura do novo contrato nos próximos dias, a expectativa é de que o trabalho bem sucedido tenha continuidade com títulos em 2017.

Nesta segunda parte da entrevista exclusiva que o treinador alvinegro concedeu ao LANCE!, Jair revela o planejamento para melhorar o desempenho ofensivo do time, garante não minimizar o Campeonato Carioca e lembra o "abraço" que os jogadores deram às suas ideias com a obtenção de vitórias e fuga do rebaixamento.

O ano de 2016 foi melhor do que você imaginava?

Nos preparamos na vida para o melhor e para o pior. São 11 anos que eu me preparei para esse momento. Você sabe que ele vai chegar algum dia. Estava preparado para as duas situações. Logicamente, você quer o melhor. Trabalhamos, fizemos o melhor e levamos ele ao lugar mais alto que pudemos. Queríamos até mais, mas não pudemos. Fico feliz de levar o Botafogo para a Libertadores e dar esse presente para a torcida.

O que te surpreendeu na rotina de treinador principal?

Eu convivo no futebol desde que eu nasci, trato com naturalidade. Lógico que quando você vira o treinador é diferente, mas é gostoso. O que é bom e ruim faz parte. Oswaldo (de Oliveira, técnico do Botafogo entre 2012 e 2013) discutia com o torcedor e eu falava: "Calma, faz parte." Eu vejo torcedor reclamando do Tite, que está invicto na Seleção! Não posso reclamar.


Quando assina o novo contrato?

Já está tudo apalavrado, só falta assinar. O Botafogo já tinha me procurado e só falta colocar o preto no branco. Mas o importante é a manutenção do trabalho. Queremos dar continuidade. Tem muita coisa que eu quero fazer com o time, melhorar, e podemos melhor algum aspecto. Mas estou chegando agora de viagem, no meu primeiro ano já concorrendo com outros treinadores, como o Cuca, é gratificante. A cara de cansado é porque descansei pouco. E amanhã (hoje) vou para o curso da CBF. Meus companheiros estão lá, já ganhando mais conhecimento que eu e, depois, eles vão ter que me passar (risos).


No ano de Libertadores, em 2014, o Carioca foi deixado em segundo plano. Como será agora, sob seu comando?

Acho importante irmos forte em todas as competições. Esse ano de 2014 foi ruim e não queremos repetir. Em alguns momentos, temos que priorizar alguns atletas. E não queremos nem reclamar, mas já vamos perder parte da pré-temporada. Vamos jogar para ganhar, com certeza.

Qual jogo foi mais importante?
Todos foram. Se não tivéssemos feito bons jogos, não disputaríamos nada na rodada final. Os primeiros jogos me deram sobrevida. Os primeiros, mais ainda, que deram a chance de dar continuidade ou não. No Morumbi, 11 anos sem vitória nossa lá, e foi muito importante. O grupo foi abraçando. E conseguimos a - para muitos - tão inesperada vaga.

O ataque do Botafogo foi um problema durante muito tempo este ano. É o principal desafio em 2017?
É mais fácil desarmar do que armar. Mas eu busco o equilíbrio, precisamos estar sempre organizados. Criamos situações no terço final, mas ali vai muito também do que eles podem te dar. Trabalhamos, mas tem vezes que a coisa não acontece. O Camilo ontem (domingo) bateu uma bola na trave. E quando bate na trave, a culpa é sempre do treinador, porque falta treino... então temos que buscar o equilíbrio.

O que houve ente Airton e Sassá?

Acho que foi o calor do jogo. É assim, acontece. Foi errado, lógico. Poderia ter custado uma classificação e eles sabem disso. Já se recuperaram, são águas passadas e, felizmente, estamos na Taça Libertadores.


É gratificante ter terminado na frente de Oswaldo de Oliveira e Paulo Autuori, dois nomes campeões pelo clube e que já levaram o Bota para a Libertadores? 

Importante. Sabemos que é difícil. É legal você, logo no primeiro trabalho, conseguir esse feito. E disputar com nomes assim... o Oswaldo é um grande amigo, sempre nos falamos. E o Paulo foi um cara que eu sempre admirei, sem nem ter trabalhado. Na coletiva após o nosso jogo na Arena da Baixada, ele falou que fomos muito melhores que eles e, por isso, eles não mereceram a vitória naquela ocasião. E isso é legal. Porque você vê gente que dá qualquer desculpa, o gramado, desfalques, e o Paulo é autêntico. Não é um cara politicamente correto. Gente assim que precisamos, que cobrem, porque senão o mundo não mudará. O Oswaldo é um grande amigo, mas já conquistou bastante, deixa eu conquistar um pouquinho também... Sei que ele vai entender e está feliz comigo.

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