Fadiga e risco de lesão: como a logística afetou o Botafogo contra o Pachuca
Desafios físicos e logísticos impactaram o Fogão no torneio da Fifa
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O Botafogo foi derrotado por 3 a 0 pelo Pachuca-MEX, nesta quarta-feira (11), em Doha, no Catar, no Clássico das Américas, a primeira partida eliminatória da Copa Intercontinental.
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Campeão da Libertadores e do Brasileirão, o Botafogo enfrentou uma logística complicada para disputar a competição organizada pela Fifa. No domingo (8), a equipe carioca venceu o São Paulo por 2 a 1 no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. O confronto contra o Pachuca ocorreu apenas três dias depois, na quarta-feira (11), em Doha, no Catar, distante cerca de 13.000 quilômetros.
O elenco viajou ainda no domingo (8), mesmo dia do título brasileiro. Com escala em Rabat, no Marrocos, a viagem até a sede da Copa Intercontinental durou 15 horas. O time embarcou em um Boeing 767-300 ER, avião do time de futebol americano New England Patriots, cujo proprietário, Robert Kraft, é amigo de John Textor, dono da SAF do clube carioca.
O curto período de recuperação entre os jogos, somado à viagem de avião, representou um risco à saúde dos jogadores do Botafogo. Dr. João Polydoro, ortopedista e médico do esporte do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica como o voo pode prejudicar os atletas:
— Mesmo estando em um avião que, em teoria, está em repouso, o atleta permanece quieto, mas a qualidade do sono em voos longos é impactada. O ruído do avião, os assentos desconfortáveis, o ar seco e outros fatores podem afetar o atleta, levando a problemas como desidratação, alterações no ciclo sono-vigília e o impacto do fuso horário.
Além do curto período de treinamentos para o primeiro jogo da competição, o Botafogo teve que lidar com a fadiga acumulada ao longo da temporada. Neste ano, entre Paulistão, Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil, o Glorioso disputou 75 jogos.
— Uma partida logo após a chegada, somada à carga de jogos na temporada, certamente pode comprometer a recuperação dos jogadores, além de aumentar o risco de lesões e prejudicar o desempenho em campo — afirmou Dr. João Polydoro.
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Carga de jogos e lesões
Artur Jorge, treinador do Botafogo, optou por poupar alguns titulares para o confronto contra o time mexicano. Alex Telles, Marlon Freitas, Savarino e Almada foram preservados para a partida. O excesso de jogos pode provocar diversas lesões nos atletas.
— Em uma temporada com um número elevado de partidas, o risco de lesões por esforço repetitivo, como tendinites, lesões musculares, fadiga, distúrbios do sono e até problemas imunológicos, aumenta. O impacto da carga de jogos na saúde do atleta é significativo — explicou o médico.
O tempo de preparação para o confronto entre Pachuca e Botafogo variou consideravelmente entre as equipes. A equipe mexicana, vencedora da Copa dos Campeões da Concacaf, fez sua última partida em novembro, enquanto o Botafogo teve apenas três dias para se preparar. No entanto, um estudo aponta que um intervalo entre as partidas pode ser benéfico para a recuperação muscular.
— Um estudo sugere que um período de 72 horas entre as partidas pode ser benéfico para a recuperação muscular — completou o doutor João Polydoro.
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