Cenário preocupante: funcionários e elenco do Botafogo chegam a dois meses sem receber
Contratados que recebem cerca de um salário mínimo têm encontrado imensas dificuldades e, até o momento, o clube não tem previsão para quitar as dívidas
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A grave situação financeira do Botafogo não é novidade para quem acompanha o futebol nacional. Assolado pela maior dívida dentre os clubes brasileiros, o Alvinegro passou a estar em débito de dois meses com o elenco e seus os funcionários nesta quarta-feira - o quinto dia útil deste mês. Ainda não há uma definição quanto aos pagamentos.
O Botafogo deve os salários de março e abril de todos os funcionários do clube, inclusive os de General Severiano e os da comissão técnica. Segundo o LANCE! apurou, um funcionário responsável pela limpeza da sede chegou a passar mal durante o expediente por não ter tido condições de se alimentar no dia. O clube nega.
Houve uma mobilização interna, uma espécie de "vaquinha" oriunda de outros funcionários, para ajudá-lo. Outros contratados que recebem cerca de um salário mínimo também foram auxiliados desta forma.
Uma outra situação que tem ocorrido em General Severiano é a de acordo com funcionários para que alguns mais necessitados financeiramente deixem de ir ao clube para exercerem as suas respectivas funções, pontualmente, em prol de "bicos" para cumprirem com as despesas domésticas.
Procurado pela nossa reportagem, Luiz Felipe Novis, vice-presidente de finanças do Botafogo, externou que "ainda não há como confirmar a data certa" dos pagamentos e que o clube "está trabalhando para resolver esse problema urgentemente". A remuneração, de acordo com o dirigente, virá através de uma "operação financeira" (não especificada) com recursos próprios.
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Dentro de campo, os resultados têm sido positivos neste início de trabalho de Eduardo Barroca, que já fez questão de sublinhar a dedicação dos seus comandados. Contudo, no mais recente parecer do conselho fiscal do clube, foi exprimido, em uma das cinco ressalvas, a importância de não se atrasar salários por conta do "desempenho da equipe", a médio prazo, sobretudo, e no "impacto direto na obtenção de novas receitas e no planejamento para 2019" que tal descumprimento pode acarretar.
A título de curiosidade, o L! ouviu o advogado trabalhista Solon Tepedino para saber mais detalhes a respeito dos benefícios dos atletas e de como se dão os cálculos de seus direitos de imagem - no Botafogo, cabe destacar, a folha salarial do plantel ronda a casa dos R$ 3,5 milhões mensais.
- Os atletas têm, além dos direitos constitucionais, como FGTS, férias, 13º salário e dos direitos genéricos previsto na CLT, por força da Lei 9.615/93 (Lei Pelé), direito a: acréscimos remuneratórios em razão de períodos de concentração, viagens, pré-temporada e participação do atleta em partida, conforme previsão contratual; repouso semanal remunerado de 24 horas ininterruptas, de preferência em dia subsequente à participação do atleta no jogo, quando realizada no fim de semana, e o direito de extinguir o contrato por justa causa do patrão decorrente de atraso salarial. Além disso, os jogadores têm direito de imagem, também chamado de direito de arena, pela exposição pública de sua imagem - disse, emendando sobre o último tema:
- Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, de espetáculo desportivo de que os atletas participem. Os 5% da receita proveniente da exploração de direitos desportivos audiovisuais são repassados aos sindicatos de atletas profissionais, que distribuirão, em partes iguais, aos jogadores.
* Nota atualizada às 12h desta quarta-feira (8)
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