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Giovanna Waksman superou o machismo para guiar Botafogo ao primeiro título da base na era SAF

Menina de 13 anos que atua entre os meninos pela falta de categoria de base feminina, meia sofreu lesão na clavícula após entrada dura de rivais, mas se recuperou e foi campeã

Giovanna Waksman - Botafogo
imagem cameraGiovanna Waksman foi campeã com o Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 18/07/2022
23:15
Atualizado em 19/07/2022
11:00

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Giovanna Waksman tem apenas 13 anos, mas já carrega muita superação para poder jogar futebol. Sem categoria de base feminina, ela atua no meio dos meninos e veste a camisa 10 do time sub-13 do Botafogo. No último domingo, o Alvinegro venceu o Flamengo e conquistou o Torneio Metropolitano, com a meia tendo destaque.

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Engana-se quem pensa que tudo foram flores até o troféu. Giovanna sofreu (literalmente) para poder chegar até a decisão. Na semifinal, contra o São Cristóvão, Giovanna sofreu duras entradas dos rivais e fraturou a clavícula.

O pior não foi a lesão, mas a causa do problema. Muitos dos pais dos jogadores do São Cristóvão incentivaram as crianças a darem fortes entradas em Giovanna simplesmente por ser mulher. A camisa 10 do Alvinegro foi alvo de uma sucessão de faltas com uma força desmedida até mesmo para a categoria.

- O que vem acontecendo não é de hoje. O que me deixa mais assustado é às vezes que eu consigo acompanhar os jogos é o comportamento de quem está de fora. Ela começou jogando no sub-12 e hoje está no sub-13. Tenho certeza que os garotos não têm maldade de tirá-la do jogo, mas a gente escuta o tempo inteiro isso da arquibancada. É natural que garotos dessa idade, que ficam ouvindo pais e responsáveis gritando para bater, começarem a fazer isso. Já ouvi que não pode perder para mulher, que tem bater porque ela não aguenta e daí pra pior - explicou Allan Espinosa, empresário de Giovanna, em contato com o LANCE!.

A superação chegou. Giovanna foi abraçada pelo Botafogo. Entrou no gramado do Estádio Nilton Santos junto com o time em uma partida do Brasileirão, seguiu treinando e foi liberada justamente para o segundo jogo da final do Metropolitano, contra o Flamengo.

O Alvinegro venceu o primeiro jogo por 3 a 1 e perdeu o segundo por 2 a 1, o suficiente para levar o troféu para casa. Giovanna foi a melhor jogadora do torneio mesmo perdendo parte da competição pela lesão - foram oito gols e 13 assistências.

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- Ela sempre se destacou e, importante deixar claro, não é porque é uma menina, mas porque ela joga entre os meninos e se destaca entre os meninos. A Giovanna é muito fora da curva, eu nunca vi uma menina jogar da forma que ela joga e ter a relevância que ela tem. Ela não joga entra as meninas porque não tem a categoria dela no Brasil, porque o Botafogo deu essa condição para ela e porque ela destaca entre os garotos. O que me deixa mais assustado é a falta de indignação... Parece que no futebol pode tudo, o certo seria parar o jogo. Já ouvi que tem que quebrar ela. Infelizmente falta muito pra gente evoluir - completou Allan.

O Torneio Metropolitano Sub-13 foi o primeiro título de base do Botafogo na era SAF, desde que John Textor comprou o clube. De qualquer forma, Giovanna Waksman já marcou (ainda mais) a história no Alvinegro.

- É muito bom. A gente vem trabalhando o ano todo para chegar nesse jogo, o jogo mais importante do campeonato. É muito bom vestir a camisa do Botafogo e ainda mais ser campeão - afirmou Giovanna, em entrevista à "BotafogoTV".

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