Invasão é o estopim para crise dentro e fora do campo no Botafogo
Com sequência de três derrotas consecutivas no Brasileirão e acumulando problemas financeiros fora do campo, Alvinegro passa por momento delicado na temporada
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O Botafogo atravessa uma crise. Se antes a situação financeira era o foco das reclamações mas o desempenho da equipe dentro de campo era bom, agora, nenhum dos dois se salva. O Alvinegro convive com dívidas com jogadores e funcionários e o time comandado por Eduardo Barroca acumula três derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro.
A torcida, por sua vez, fez questão de protestar. Na terça-feira, após a derrota para o Fortaleza, os muros de General Severiano acordaram pichados com mensagens contra a diretoria e Eduardo Barroca. Após um protesto de quase 14 horas, os dirigentes conversaram com os botafoguenses e esclareceram situações sobre o treinador e o Estádio Nilton Santos.
Isto, porém, não foi suficiente. Na quarta-feira, um grupo com cerca de 15 pessoas invadiu o treinamento da equipe no campo anexo do Estádio Nilton Santos para protestar contra os jogadores. Imediatamente, Eduardo Barroca deu um passo à frente e conversou com os botafoguenses, evitando qualquer tipo de risco físico para os atletas. A situação, é clara, não foi bem vista pelo departamento de futebol do Alvinegro.
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- O Botafogo não aceita, é inadmissível. De alguma forma nós erramos, porque permitimos que os torcedores entrassem. Eu entendo que isso é uma invasão. É a nossa casa, é o nosso trabalho. Mas naquele momento, para que se evitasse o pior, a gente tentou conversar e mostrar que o caminho não era o da discussão, da briga - afirmou Anderson Barros.
Após a invasão, Eduardo Barroca e líderes do elenco conversaram com os torcedores, que foram embora do Nilton Santos após a chegada da polícia. O Botafogo ainda não sabe como estas pessoas conseguiram entrar no campo anexo, mas promete realizar investigações para evitar outros episódios como este. As organizadas, por outro lado, prometem continuar reclamando sobre a situação da equipe e podem realizar novos protestos se o Glorioso perder para o Fluminense, no próximo domingo, pelo Brasileirão.
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Antes, os problemas do Botafogo eram fora de campo. Há muito tempo, o clube de General Severiano acumula dificuldades financeiras, mas tudo isto foi potencializado em 2019. Sem a participação na Taça Libertadores, a precoce eliminação na Copa do Brasil e o adiantamento das cotas de televisão por parte da Rede Globo, não existe fluxo de caixa.
Agora, a questão também acontece dentro de campo. Eduardo Barroca, apesar de criticado por parte da torcida, é um elemento vital no dia a dia dos atletas no que diz respeito ao foco dentro das quatro linhas. Ao lado de Anderson Barros, os dois são, basicamente, os responsáveis por evitar problemas judiciais e quebras de contrato por parte do elenco profissional. A situação é ruim no Campeonato Brasileiro, mas poderia estar ainda pior sem eles.
Os jogadores, é claro, não escondem a insatisfação pelos salários atrasados, mas reforçam a confiança na palavra de Anderson Barros. A dificuldade financeira que alguns funcionários passam, como ter que buscar dinheiro por meio do trabalho informal para quitar contas, também incomoda. O diretor, por estar diariamente no Estádio Nilton Santos e não buscar aliviar a situação por meio de falsas promessas, é um elemento positivo no dia a dia para elenco e trabalhadores.
Os resultados ruins dentro de campo potencializam ainda mais o incômodo com a diretoria. A crise em 2019 nunca esteve tão pesada e começa a atingir níveis também dentro das quatro linhas, com os jogadores tendo contato com intimidações por parte de torcedores. Com a possibilidade a separação do departamento de futebol da parte social por meio da profissionalização, o clube nunca dependeu tanto que este processo desse certo.
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