Jogadores mantêm greve, mas empate em BH evidencia ‘pacto esportivo’ no Botafogo
Atletas continuam sem falar e não deram entrevista antes ou durante o confronto no Mineirão. Dentro de campo, no entanto, empenho foi elogiado por Eduardo Barroca.
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Às vésperas de enfrentar o Cruzeiro, Eduardo Barroca foi à sala de imprensa no Nilton Santos para dar sua coletiva. Normalmente, a frase anterior não entraria em um lead qualquer. A não ser pelo fato de, no Botafogo, o elenco estar passando uma "lei do silêncio" no mês de julho. Insatisfeitos com os dois meses de salários atrasados, nenhum atleta teve qualquer tipo de contato com a imprensa e ainda cancelaram ação de marketing. Neste domingo, depois do empate por 0 a 0 em Belo Horizonte, Alex Santana reduziu sua participação perante câmera e microfone a um singelo "obrigado" ao receber o prêmio de melhor jogador em campo da tv detentora dos direitos do Brasileirão.
Na sexta, Barroca disse entender o motivo da "greve". Mas deixou claro que, apesar da incômoda situação econômica do clube, o elenco estava focado nas questões que diz respeito somente às quatro linhas. Não à toa, mesmo com 21 sessões de treinamentos na inter-temporada e nenhum jogo-treino ou amistoso marcado, não houve caso de indisciplina ou jogador. O treinador chegou a falar em "pacto esportivo", uma espécie de acordo verbal para que os assuntos internos não minassem a boa campanha que o Alvinegro vem fazendo no campeonato nacional.
De fato, o ponto conquistado no Mineirão diante do bi-campeão da Copa do Brasil tem que ser comemorado. Afinal de contas, a atuação, mais do que o resultado em si, ratificou as palavras do comandante. O Botafogo manteve a postura e o estilo com o qual vem ganhando forma. Teve 63% da posse de bola, criou oportunidades coerentes de gol e, não fosse por uma ou outra falta de capricho nas finalizações, poderia até ter vencido.
- A minha responsabilidade é preservar o lado desportivo. Cobrar os jogadores neste sentido. E saio de BH bastante satisfeito pela dedicação e performance dos jogadores. Jogar contra o Cruzeiro no Mineirão e terminar o primeiro tempo com 63% de posse de bola. Teve chance claríssima no fim do jogo, na qual poderíamos ter feito o gol da vitória. Crescemos no segundo tempo, o que indica crescimento físico da equipe no período de preparação de 21 dias. Mantivemos o nível alto. Satisfeitos pela entrega. Agora, é recuperar, fazer ótima semana de trabalhos para enfrentar o Santos, que é adversário muito duro - elogiou Barroca.
Enquanto isso, a diretoria corre atrás de começar a resolver a situação financeira. O clube tenta na Justiça liberar um dinheiro penhorado para que uma parte dos atrasados possam ser pagos. A expectativa é de que possa acontecer nesta semana. Conversas com possíveis patrocinadores também foram iniciadas. Mesmo que de longe, alguns dirigentes enxergam uma luz no fim do túnel.
A segunda-feira é de folga à delegação. As atividades retornam somente amanhã. Eliminado da Copa do Brasil, a semana será livre de treinamentos. No domingo, volta a campo para o duelo diante do Santos, vice-líder do BR-19, no Nilton Santos, às 11h. Será o primeiro contato do time perante a torcida. Em meio a todos os problemas noticiados nos 15 dias de julho, os 90 minutos de "paz" em Minas confortam Barroca.
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