Luís Castro se diz culpado por Botafogo ser eliminado no Carioca e explica formação na partida com Portuguesa
Treinador justifica opção por trio de zaga e reconhece falta de ajuste na etapa inicial. Além disso, faz um pedido: 'Não pode haver crítica aos jogadores'
O técnico Luís Castro assumiu a responsabilidade pelo Botafogo ter saído do Estádio Raulino de Oliveira eliminado precocemente da disputa do Campeonato Carioca. Após a equipe ser derrotada por 1 a 0 para a Portuguesa, nesta quarta-feira (8), no Raulino de Oliveira, o comandante mostrou-se frustrado por mais uma atuação fraca da equipe alvinegra.
Em entrevista coletiva, ele foi veemente sobre a situação que força o Alvinegro a tentar garantir sua vaga para a Copa do Brasil de 2024 se conquistar a Taça Rio.
- É 100% responsabilidade minha, 0% dos jogadores. Sempre passei pelos momentos difíceis olhando de frente. Nunca ter sido despedido na minha carreira não significa que eu não tenha passado por momentos difíceis. Eles foram ultrapassados e assumidos por mim como minha responsabilidade. Sou o único responsável pela derrota - afirmou.
O treinador detalhou o que projetou com a formação inicial do Alvinegro. Na etapa inicial, a equipe teve três zagueiros e atuou com Victor Sá e Carlos Alberto como alas.
- Jogamos com uma linha de três, jogamos com dois homens abrindo na largura máxima, Carlos Alberto e Victor (Sá), e um homem à frente da linha. Depois Marlon (Freitas) e Lucas (Fernandes muito perto do Matheus (Nascimento). Quisemos chegar ao gol cedo para dar conforto à equipe e tirá-la da instabilidade que vivemos desde o jogo do Vasco - e reconheceu:
- A equipe não estava tranquila em campo, então mudamos para o 4-3-3. Tivemos uma ou outra oportunidade para empatar, mas não conseguimos, muito fruto da instabilidade que vivemos nesse momento - completou.
Castro lamentou a maneira como a equipe se apresentou em campo.
- Tivemos um sistema inicial em que tentamos ter muitas unidades no ataque, a equipe não se sentiu confortável, tivemos que mudar para o sistema que jogamos habitualmente. Nos trouxe mais paz, controlamos mais, mas a Portuguesa baixou, foi natural assumir, somos mais fortes também, deveríamos ter ganho o jogo pelo que foi desenvolvido, mas não conseguimos - afirmou.
O treinador também descartou a hipótese de algum membro da diretoria alvinegra surgir neste momento turbulento da equipe alvinegra.
- É uma questão complexa, mas não vou fugir. É uma verdade que acabamos o campeonato passado (Brasileirão) em ascendente, exceto no última (rodada), quando não chegamos à Libertadores, e esse trajeto foi fruto de muito trabalho em uma época em construímos uma equipe que nos deu garantias de uma época de sucesso. Eu vou responder, e vão dizer que estou me desculpando, eu não quero me desculpar de nada, quero assumir todas as responsabilidades que dizem respeito ao Botafogo. Me trazem as questões, e tenho que responder as questões... Respondendo, os laterais foram diferentes, dois do trio foram diferentes, os três homens de frente foram diferentes, o que significa que sete jogadores foram diferentes do último jogo e que com continuidade poderia dar uma resposta - afirmou.
O treinador também frisou que não iria fugir do momento desafiador pelo qual passa o Botafogo.
- E para dar uma resposta, podem dizer que estou me desculpando por ter sete diferentes do ano passado. É verdade ou mentira? Ok, temos que dar continuidade, mas tivemos problemas que nos atiraram para essa situação. Não estou dizendo que se os tivéssemos seria diferente, mas temos vivido momentos difíceis. Você pergunta se na coletiva outras pessoas deveria assumir, não, sou eu quem tem que assumir, eu que acabei de perder um jogo e tenho que responder por isso - garantiu.
Além disso, Luís Castro reforçou a confiança na dedicação do seu elenco.
- Os jogadores que têm à frente um treinador que não vai desistir. Não é porque nunca fui demitido que nunca passei por momentos de dificuldade. Para passar por eles e revertê-los, foi através do trabalho. Na vida só sei fazer uma coisa, trabalhar, e venho fazendo isso no futebol há muito tempo, desde os 11 anos. Todo e qualquer treinador, a única forma de passar pelos problemas é trabalhando e levando pra a equipe maneiras de melhorar o jogo. Não temos conseguido, mas uma coisa que ninguém pode apontar aos jogadores é a forma como se dedicam e como saem exaustos do jogo. E eu digo isso porque os dados que temos deles mostram o quanto correm - disse.
Em seguida, o técnico pediu que as críticas sejam direcionadas ao seu trabalho.
- Não pode haver crítica ao trabalho deles, mas à falta de competência do seu treinador. Não é por ter tido resultados ao longo da vida que precisamos ser sempre apreciados, vivemos momentos de instabilidade, é o que acontece agora. O Estadual deveria ter outra dinâmica, com a pressa tivemos que mudar, sem o tempo necessário, e agora estamos aqui dando a cara por ele, como deve ser. Mas não era para ser assim - destacou.
O Botafogo agora volta suas atenções para a Taça Rio. O adversário será definido ao fim desta rodada, mas o confronto da semifinal acontecerá no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.