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Luiz Gomes: Vida ou morte

Manter-se na elite é fundamental para que o Botafogo consiga levar adiante a intenção de formar uma sociedade empresarial, atraindo investidores na próxima temporada

Botafogo x Avai - TORCIDA DO BOTAFOGO
imagem cameraBotafogo busca escapar da degola na reta final do Campeonato Brasileiro (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 12/11/2019
09:41

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O que está em jogo para o Botafogo nesta reta final de Brasileirão é muito mais do que a simples briga para escapar do rebaixamento. É a própria sobrevivência do clube. Manter-se na elite é fundamental para que o alvinegro consiga levar adiante a intenção de formar uma sociedade empresarial, atraindo investidores que, com todo certeza, se afastariam, não veriam razões para colocar suas fichas no projeto se o time estiver, em 2020, de volta à Segundona do futebol brasileiro.

O projeto Botafogo SA, baseado num estudo encomendado pelos irmãos Walter e João Moreira Salles, está em franco desenvolvimento. E isso é uma ótima notícia. O plano de negócios já foi concluído e essa semana, segundo divulgou o site Globo Esporte.com, deverá estar sobre a mesa em uma reunião dos responsáveis pelo projeto com a direção do clube dando início, inclusive, a eventual captação de recursos que, no entanto, só a partir do ano que vem chegariam aos cofres da nova organização.

A situação do Botafogo é dramática. Com uma dívida que ultrapassa os R$ 700 milhões, a maior entre os clubes brasileiros, o Alvinegro na prática, beira a insolvência. A diretoria enfrenta dificuldades para honrar o pagamento de parcelas do Profut – o programa de renegociação das dívidas públicas da União -, uma situação agravada pela limitação de receitas com patrocínios insossos e uma média de público inferior a 15 mil torcedores nos jogos do Nilton Santos – a 13ª entre os clubes da Série A, a pior entre os cariocas. Não é raro o Botafogo pagar para jogar.

O resultado dessa triste equação são atrasos frequentes de salários e outras obrigações com jogadores e funcionários. E mais do que isso, o impacto das finanças atinge em cheio também a parte social do clube e outras modalidades – como se sabe, o Alvinegro abandonou o Estadual de vôlei de Rio antes de jogar a semifinal e abriu mão de disputar a Superliga masculina por falta de recursos e apoiadores para manter o time nas quadras. Até o remo, modalidade que faz parte do próprio nome do clube, junto com o futebol, sofre os efeitos da crise: após seis anos de hegemonia, como campeão carioca, a equipe perdeu o título da temporada para o Flamengo.

A proposta da nova governança, se de fato levada a cabo, será capaz de resolver tudo isso. Para relembrar os pontos principais: a Botafogo SA assumiria a gestão do futebol, ficando em contrapartida com as receitas de patrocínios, bilheterias e programa de sócio-torcedor, negociação de direitos econômicos de jogadores e de direitos de transmissão de TV. Todo o restante permaneceria no clube associativo que teria como fonte de renda as mensalidades dos sócios patrimoniais e a receita do shopping que funciona junto à sede de General Severiano.

Ao projetar a arrecadação de recursos – que chegariam através de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – os responsáveis pela Botafogo SA preveem, na primeira fase, a liquidação de cerca de R$ 300 milhões em dívidas de curto prazo, a injeção de recursos na construção do tão sonhado Centro de Treinamento e a contratação de atletas para reforçar o elenco já a partir da temporada do ano que vem. Tudo isso, contudo, depende da manutenção do time na Série A.

Antes da paralisação para a Copa América, o alvinegro até fazia uma campanha razoável, mantendo-se ali pelo meio da tabela. A queda de rendimento que se seguiu foi tratada como se trata esses momentos na quase totalidade dos clubes brasileiros: com a demissão do treinador. Os resultados foram pífios e pouca mudança se viu. Declarações atabalhoadas de influentes conselheiros – o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, à frente – só colocaram lenha na fogueira. Ambas são exemplos de atitudes amadoras e passionais que em nada ajudam. Algo que, definitivamente, não combina com o profissionalismo empresarial com que sonha o clube.

PS: essa coluna foi escrita antes do jogo desta segunda-feira, Botafogo 2 x 0 Avaí.

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