Tentativa de pressão alta, fragilidade na bola aérea e Cano: como o Vasco chega para enfrentar o Botafogo
Desde que Lisca chegou, Cruz-Maltino tenta pressionar adversários em bloco alto, mas tiro saiu pela culatra contra o São Paulo; equipes se enfrentam pela Série B do Brasileirão
O décimo quinto de 38 capítulos. O Vasco chega para enfrentar o Botafogo em situação parecida: técnico récem-contratado, pouco jogos de contato e menos tempo ainda para treinar. As equipes medem forças neste sábado, às 21h, pela 15ª rodada da Série B do Brasileirão, no Estádio Nilton Santos.
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Se Enderson Moreira luta contra o calendário no clube de General Severiano, Lisca, outrora alvo do Botafogo, tem o mesmo dilema no Vasco. As duas equipes vêm de compromissos no meio da semana, mas o técnico cruz-maltino acredita que um dia de diferença pode ser crucial. Quem explica é Felippe Rocha, setorista da equipe de São Januário no LANCE!.
- O Vasco chega com um dia a menos de descanso, isso foi citado pelo Lisca, e só um treino efetivo com titulares, nesta sexta, para ajustar o time antes do clássico. Não deve haver uma diferença física muito grande. O time fez, no meu modo de ver, uma boa partida contra o São Paulo (na quarta, pela Copa do Brasil) dentro das possibilidades, e mostrou problemas antigos e alguns méritos - afirmou o jornalista.
ALGUMA COISA JÁ MUDOU?
Com pouco menos de 15 dias no comando do Vasco, Lisca já tenta implementar mudanças no jogo do Cruz-Maltino. A equipe, agora, explora uma forma mais agressiva e arriscada para tentar roubar a bola do adversário. O tiro, porém, saiu contra a culatra.
- O mais importante é que o time com o Lisca está mais agressivo na marcação. O problema é que essa marcação não é necessariamente efetiva. O primeiro gol do São Paulo surge dessa forma: alguns jogadores marcam a saída de bola do adversário na intermediária, mas nem todo mundo encaixa a marcação e aí a linha de defesa ficou muito alta e, por conta da lentidão, o São Paulo soube aproveitar - analisou Felippe.
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Se o Cruz-Maltino jogava em 4-2-3-1 com Marcelo Cabo, a mudança a curto prazo de Lisca é fazer uma mudança de posicionamento na configuração do meio-campo. Neste contexto, novos altos e baixos surgem.
- A principal mudança tática do Lisca, além de anímica, foi na configuração tática do meio-campo e ataque. O time tem um volante e dois meio-campistas mais avançados, sendo que um deles é um volante, o Bruno Gomes, que foi o melhor jogador de linha do Vasco na quarta. O Galarza está sacrificado nesse primeiro momento, mas a característica é um atleta recuado e dois mais avançados - completou.
FRAQUEZAS E VIRTUDES
O Vasco passa por um dilema também conhecido no Botafogo: a dificuldade de marcar as bolas aéreas. Assim como o Alvinegro, o Cruz-Maltino sofre no posicionamento defensivo para povoar a área contra os gols de cabeça em situações de bola parada.
- O ponto fraco do Vasco é a bola aérea defensiva, principalmente na bola parada. Desde o início da temporada tem sido um Deus nos acuda. O time toma gol de escanteio, falta... e quando não leva sempre toma susto. O ponto forte é que o Vasco cria com volume, não necessariamente com qualidade. O time chega no gol adversário, o problema contra o São Paulo foi não ter tido eficiência - comentou Felippe.
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A ameaça do rival tem nome e sobrenome: Germán Cano, é claro. O camisa 14 é a principal fonte de gols do Vasco e uma ameaça constante dentro da área.
- É óbvio que o Botafogo precisa ficar de olho no Cano. É o homem-gol, o jogador mais importante e ele faz gols com um toque só na bola. Além de ficar atento à essa criação do Vasco, o Cano não pode ter meio segundo de liberdade - completou.