Remo: Melhor brasileiro da história, Lucas Verthein recusou Flamengo por sequência e identificação ao Botafogo
Mesmo eliminado na semifinal A/B, atleta fez história do Single Skiff na Olimpíada; Lucas é botafoguense de berço, concilia carreira com trabalho e não caiu em investida rival
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Lucas Verthein não conseguiu chegar à final do Single Skiff nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Mesmo assim, o resultado foi histórico: apesar da 5ª colocação e a eliminação na semifinal A/B, o atleta do Botafogo já é o melhor brasileiro na história da Olímpiada no Remo.
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A trajetória de Lucas com o esporte passa praticamente inteira pelo Botafogo. Forte no Remo, o clube de General Severiano, apesar dos problemas financeiros, tem no único representante do Brasil nos Jogos Olímpicos do Japão a estrela na modalidade.
A história de Lucas fora da Seleção é marcada por gratidão e continuidade de um trabalho que dura quase dez anos. O remador iniciou a carreira nas categorias de base do Botafogo em 2012. Desde então, participou de todas as etapas possíveis tendo a Estrela Solitária no uniforme.
Mesmo que o Botafogo não tenha oferecido condições de "primeiro mundo" para Lucas por conta das dificuldades nos cofres - muitas destas oriundas do futebol -, ele não deixou o clube. No início de 2019, oito atletas do Remo deixaram o Alvinegro rumo ao Flamengo, que ofereceu salários e estrutura melhores.
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O número final poderia ser nove, isto porque o Rubro-Negro também tentou contratar Lucas. Verthein, porém, recusou o convite e continuou no Botafogo, assumindo um papel de protagonismo na equipe. O clube também teve papel fundamental ao colocar o atleta como uma espécie de "ícone" da equipe.
O papel de Lucas também foi fundamental. O atleta é botafoguense de berço, torcedor da equipe de futebol de arquibancada e carrega o clube na vida desde que nasceu. Como atleta, trouxe este amor à tona, recusando uma proposta que parecia melhor para dar continuidade a um projeto. Até aqui, deu resultado: nenhum atleta de Remo do Rubro-Negro foi a Tóquio.
No Glorioso, ele é comandado por Paulo Vinícius, o Paulinho, um dos principais nomes do Remo. Os dois valorizam demais a relação criada durante os anos de Botafogo, baseada, como o próprio treinador diz, em "verdade e disciplina". O comandante também tem contato com Uncas Teles, outro atleta revelado na base do Botafogo, outro destaque do Remo nacional.
O contrato com Paulinho, inclusive, foi outro motivo para Verthein ter recusado o Flamengo. A relação e o projeto desenvolvidos com o técnico são valorizados por Lucas. Quem sai ganhando é o Botafogo, com dois dos melhores atletas do Remo do país - incluindo um olímpico.
CONCILIANDO COM A VIDA PESSOAL
Como a realidade de muitos atletas no país, o Remo não é exclusivo na rotina de Lucas. Ele, geralmente, treina de manhã e trabalha nas outras partes do dia. Sem ter políticas de investimento presentes nos Esportes Olímpicos, esta é a solução para sobreviver.
Lucas entrega quentinhas para a loja da mãe, que começou a fazer isto após ficar desempregada, e também trabalha em uma loja de eletrônicos. Tudo isto ao mesmo tempo que treinava para uma Olimpíada.
Mesmo sem poder se dedicar ao esporte de forma integral, Lucas Verthein conseguiu um resultado histórico em Tóquio. Vale ressaltar que ele terá 26 anos nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, e retorna ao Brasil nos próximos dias, após a realização da Final B do Skiff simples, para dar continuidade à temporada com o Botafogo.
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