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Um mês da estreia de Zé Ricardo: o balanço do treinador no Botafogo

Irregularidade, presença de jogadores das categorias de base e pouco poder de fogo no setor ofensivo são os fatores que marcam primeiro mês do técnico em General Severiano

Zé Ricardo
imagem cameraZé Ricardo é o quarto treinador do Botafogo no ano (Foto: Rodrigo Gazzanel/RM Sports)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 11/09/2018
19:29
Atualizado em 12/09/2018
09:50

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Há um mês, o Botafogo entrava em campo na Vila Capanema para enfrentar o Paraná e o jogo ficou marcado por ser o primeiro de Zé Ricardo na casamata do clube de General Severiano. Apesar de ser ter sido apresentado no dia 6, sua estreia ocorreu neste duelo, no dia 30. Desde esse tempo, qual o balanço do treinador no comando do alvinegro? O LANCE! avalia.

Irregularidade
A principal palavra que pode definir o Botafogo de Zé Ricardo até aqui é "montanha-russa". Metaforicamente falando, o clube de General Severiano vem de altos e baixos nesse primeiro mês, sendo marcado por uma tremenda instabilidade, já que alterna entre atuações positivas e negativas em um curto período de tempo.

Na 21ª rodada, Zé Ricardo conquistou sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro treinando o Botafogo com um bom desempenho diante do Sport e um triunfo de 2 a 0. No jogo seguinte, o alvinegro teve uma de suas piores atuações nos últimos anos e foi goleado pelo Grêmio em Porto Alegre por 4 a 0.

A dose se repetiu nas últimas duas rodadas: após uma boa atuação no empate em 1 a 1 contra o Cruzeiro, na partida seguinte o Botafogo viu o Fluminense ser melhor e vencer o clássico por 1 a 0. A falta de uma sequência de bons jogos é o 'calcanhar de aquiles' do treinador aqui e um dos principais problemas da equipe nas últimas semanas.

Marcinho Botafogo
Marcinho cresceu com Zé Ricardo (Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)

Aposta na base
Em tempos de crise financeira e poucas contratações, apostar em jogadores vindos da base é quase uma consequência. Com Zé Ricardo, a coisa não é diferente: em todos os jogos, pelos menos três atletas criados nas categorias inferiores do clube começaram como titulares. Contra o Fluminense, um recorde: seis jogadores da base iniciaram a partida e mais cinco estiveram no banco.

Dentre os destaques, é possível enxergar Marcinho, apesar da atuação duvidosa contra o Fluminense, em uma evolução exponencial. Desde que foi elogiado por Tite na convocação da Seleção Brasileira, o lateral-direito vem mostrando uma grande solidez defensiva, justamente o aspecto que mostrava dificuldade no começo da temporada.

Outro atleta que ganhou espaço no elenco principal nesse período foi Gustavo Bochecha, que superou de vez a grave lesão que sofreu no início do ano passado. Com um bom toque de bola, o volante participou de quatro partidas, todas como titular.

Formação com três volantes
No começo, Zé Ricardo acenava para um esquema voltado no 4-2-3-1. Depois da derrota por 3 a 0 para o Atlético-MG, o treinador mudou para uma formação com três volantes na partida contra o Palmeiras, retornou com três meias nos duelos contra Sport e Grêmio para sim colocar o 4-3-3 (ou 4-3-2-1) novamente.

Por conta da goleada sofrida para o Grêmio, Zé Ricardo fixou a formação com três volantes e parece ter encontrado o esquema ideal para essa sequência. Por vezes, Jean permanece como um homem de contenção, focado no trabalho defensivo, e Matheus Fernandes ou Rodrigo Lindoso e Gustavo Bochecha mais à frente.

Além dos três homens no meio-campo, o esquema conta com as presenças de Erik e Luiz Fernando nos lados do campo. Apesar de ser uma contratação recente, o atacante emprestado pelo Palmeiras chegou com moral e ganhou a vaga na equipe titular, sempre colocando muita velocidade nos ataques pelo lado direito. O ex-jogador do Atlético-GO, por sua vez, atua mais pelo lado esquerdo e teve boas atuações durante o comando de Zé Ricardo.

Erik + Luiz Fernando (Botafogo)
Erik e Luiz Fernando se transformaram em uma boa alternativa pro Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

Substituições durante o jogo
Um dos principais pontos negativos apresentados por Zé Ricardo são as substituições. Em muitas ocasiões, as mudanças na equipe feitas durante o jogo não surtem muito efeito e, às vezes, até pioram o desempenho do time.

Contra o Atlético-MG, o primeiro tempo havia terminado em 0 a 0 com as duas equipes criando chances para marcarem gols. No segundo tempo, as entradas de Rodrigo Pimpão e Brenner nos lugares de de Renatinho e Bochecha resultaram em um Botafogo sem presença de meio-campo, justamente o setor em que o Galo teve superiodade para construir a vitória de 3 a 0.

Outro aspecto que não resulta em um aspecto positivo para Zé é a falta de repertório. Quando o Botafogo não consegue se criar taticamente contra o adversário, não é possível enxergar uma mudança no esquema tático que ajude na melhora da equipe. Geralmente, ataques substituem os meias centrais e isso resulta em um time desbalanceado.

Efetividade defensiva
O Botafogo passa por um período caótico no sistema defensivo. Nos oito jogos de Zé no comando, o alvinegro levou doze gols - o que resulta em uma média de mais de um gol levado por partida. Os únicos duelos que o clube de General Severiano conseguiram passar em branco foram contra Sport, pelo Brasileiro, e Nacional-PAR, na Copa Sul-Americana.

Desde a chegada de Zé Ricardo, o Botafogo tem a pior defesa do Brasileirão. Os 12 gols sofridos em sete jogos igualam ao desempenho defensivo do Sport, que levou a mesma quantidade de tentos no período. Num geral, o alvinegro é quarta pior defesa do campeonato, vendo a bola entrar na sua própria meta em 33 oportunidades.

Pouco poder de fogo
Assim como a defesa, outro setor que passa por problemas é o ataque. Desde a partida contra o Paraná, Brenner e Aguirre iniciaram três jogos como titulares na referência do setor ofensivo, enquanto que Kieza começou em outros dois.

A quantidade de mudanças na posição explica o motivo dela ainda não render o esperado sob o comando de Zé Ricardo. Em oito jogos, foram seis gols marcados, resultando em uma média menor que a de um tento por partida.

Dos três atacantes do elenco, apenas Rodrigo Aguirre, contra o Sport, balançou as redes. O artilheiro da 'Era Zé Ricardo' é Rodrigo Lindoso, com dois gols marcados, sendo seguido por Léo Valencia, Joel Carli e Luiz Fernando, todos com um gol.

Estatísticas da bola
Números gerais do time de Zé Ricardo por jogo:

- 46,5% posse de bola
- 14,4 chutes
- 366,1 passes
- 14,25 faltas cometidas
- 10,4 desarmes
- 15 interceptações
- 24,6 cortes pelo alto
(dados tirados do site "Sofascore")

*Sob a supervisão de Aigor Ojêda

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