Os desafios que o novo treinador do Botafogo vai encontrar
Com a demissão de Alberto Valentim confirmada logo após a derrota para o Fluminense, Glorioso vai ao mercado em busca de um novo comandante para o futebol profissional
Após a derrota para o Fluminense por 3 a 0, no último domingo, na despedida da Taça Guanabara, o Botafogo demitiu o treinador Alberto Valentim. Com a saída confirmada, o clube vai ao mercado para contratar um novo comandante para o futebol profissional. Seja quem for o escolhido para ocupar o cargo, terá pela frente alguns desafios assim que chegar ao clube: acertar o sistema defensivo, melhorar a criação e encontrar uma função tática que extraia o melhor rendimento do meia Keisuke Honda, principal reforço do Glorioso na temporada.
As atuações do Alvinegro sob o comando de Alberto Valentim deixaram a desejar defensivamente. É possível afirmar que o time ainda não se acertou no setor. O zagueiro Marcelo Benevenuto tem sido destaque em 2020, muito em razão das encrencas geradas por um time pouco compacto, que cede muitos espaços aos adversários, em especial na entrada da área, deixando a zaga exposta.
O agora ex-treinador nunca foi unanimidade com a torcida alvinegra. Uma das razões foi a falta de criatividade demonstradas nas apresentações mais recentes. Nos últimos jogos, o Botafogo abusou dos chutões como recurso ofensivo. Com poucas jogadas articuladas para chegar ao ataque, o Glorioso teve as melhores chances do ano com a bola aérea. As três vitórias no Campeonato Carioca não convenceram. Duas delas foram construídas nos acréscimos, na base do abafa.
Fazer render o futebol de Honda
Um esquema tático que tire o melhor futebol do japonês Keisuke Honda é o desejo de dez entre dez botafoguenses. O entusiasmo com a chegada do craque oriental precisa agora ser correspondido. O novo treinador tem, portanto, o desafio de atender às expectativas elevadas e encontrar uma função que faça o talentoso meia render. Na apresentação, no último sábado, Honda deixou claro ter a preferência de atuar na armação das jogadas, servindo os atacantes.
Com Honda, o Botafogo chegou a 13 reforços na temporada. Um outro desafio para o treinador que assumir será achar a melhor formação em um elenco de muitos novatos e com a presença de muitos jogadores jovens.
A pré-temporada de 12 dias em Domingos Martins (ES), comandada por Valentim, não foi capaz de resolver os problemas, que já apareciam desde a reta final do Brasileirão do ano passado. O novo técnico terá uma nova chance de trabalhar com calma antes da estreia. O Botafogo só volta a campo no dia 1 de março, quando estreia pela Taça Rio, contra o Boavista, em casa. Serão 20 dias de uma intertemporada forçada, chance rara com o apertado calendário do futebol brasileiro.