O que Tiago Nunes pode fazer de diferente para levar o Botafogo ao título brasileiro?
Saiba como o estilo de jogo do treinador pode reverter a situação do Glorioso no Brasileirão
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Fora da liderança após 31 rodadas e com um jogo a menos, o Botafogo terá o seu quinto técnico nesta edição do Campeonato Brasileiro: Tiago Nunes. O novo comandante alvinegro chega com a missão de superar obstáculos para buscar o título.
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Uma das missões de Tiago Nunes será recuperar o moral do elenco. O Botafogo vem de uma sequência de seis jogos sem vencer. Ao todo são dois empates e quatro derrotas.
Outro ponto a ser corrigido é o sistema defensivo. Após a chegada de Bruno Lage e a substituição por Lúcio Flávio, a defesa do Botafogo se desorganizou e passou a ficar desprotegida.
Prova disso, é que o Alvinegro sofreu 19 gols em 13 jogos no returno. Já no primeiro turno, a equipe foi vazada em 11 oportunidades em 19 partidas.
Para a correção de rota, Tiago Nunes tem a seu favor o estilo. O novo técnico do Botafogo pensa o futebol de maneira semelhante ao português Luís Castro, que deixou o Alvinegro com folga na liderança do Brasileirão. Marcado por um estilo de jogo ofensivo e de ataques rápidos, construídos desde a defesa, o treinador costuma organizar suas equipes no 4-2-3-1 ou no 4-3-3.
Para dar segurança na saída de bola, Tiago Nunes utiliza um volante no meio dos três zagueiros, para gerar superioridade numérica no início das jogadas e liberar os laterais para subir ao ataque. Caso o adversário pressione a saída de bola, os outros dois meio-campistas também aproximam da construção para dar ainda mais segurança.
A ideia é que as jogadas sejam iniciadas sempre pelo chão, evitando lançamentos e, ao mesmo tempo, sem toques laterais, considerados "inúteis". Para liberar espaço no ataque e colocar em prática essa proposta, Tiago costuma montar uma "armadilha" para a defesa do outro time: enquanto o adversário pressiona sua saída de bola, o técnico orienta seus três atacantes a sobrecarregar a linha de defesa rival, para descompactar a marcação e liberar espaço entre zagueiros e volantes.
Uma vez que a pressão do adversário é vencida, os atacantes se movimentam no espaço vazio para se colocar como opção de passe. Além dos movimentos no ataque, outra opção de criação de jogadas são as infiltrações dos pontas, para os passes enfiados entre lateral e zagueiro.
Na defesa, a prioridade de Tiago é a marcação-pressão, com encaixes individuais - o popular "cada um no seu" - na saída de bola. Quando não é possível pressionar a saída de bola, o time prioriza a proteção à entrada da área, com a linha de quatro posicionada. Nestes momentos, entretanto, a defesa não fica tão protegida quanto deveria, justamente pela escolha em marcar por encaixes individuais.
Com volantes e zagueiros que largam sua posição para caçar o adversário pelo campo, muitas vezes a linha de defesa fica quebrada e exposta a infiltrações. Essa talvez seja a maior diferença entre os estilos de Tiago Nunes e Luis Castro.
O técnico ganhou destaque nacional em 2018, quando assumiu o comando do Athletico-PR e conquistou a Copa Sul-Americana de 2018 e a Copa do Brasil de 2019. Nos trabalhos seguintes - Corinthians em 2020, e Grêmio e Ceará em 2021 - não obteve o mesmo sucesso (veja mais abaixo). No Sporting Cristal (Peru), seu último trabalho, classificou o clube para a Libertadores e fez bons jogos contra grandes adversários, como River Plate (Argentina) e Fluminense.
Com uma trajetória ainda iniciante no alto nível, e com a missão de recuperar o Botafogo para a disputa do Brasileirão, Tiago Nunes chega ao clube para aquele que, provavelmente, é o maior desafio de sua carreira.
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