"Se não fosse jogador, seria economista". Assim respondeu Marcinho em seu perfil no site do Botafogo. E, com o perdão do trocadilho, o que o lateral-direito não tem feito é economizar emoções ao longo deste Campeonato Carioca, que terá a segunda partida da decisão a ser realizada amanhã, às 16h (de Brasília), contra o Vasco, no Maracanã.
Titular desde a estreia de Alberto Valentim, Marcinho esteve presente contra o Nova Iguaçu no fim de fevereiro, quando retornou após dez meses de recuperação de uma ruptura no ligamento cruzado do joelho direito. Desde então, foram dez partidas, nenhum gol, uma assistência fundamental - para o gol de Luiz Fernando contra o Flamengo, pela semifinal do Estadual - e uma notória oscilação, natural para os seus 21 anos.
No primeiro jogo da decisão diante do Vasco, por exemplo, chegou a ser vaiado pela torcida, que já havia reproduzido o gesto contra o Fluminense, na final da Taça Rio - onde, inclusive, foi substituído depois do intervalo. Ainda sobre o Cruz-Maltino, conseguiu recuperar-se na peleja e, depois de iniciar a jogada do gol de Brenner, foi levantado pelo enérgico Valentim à beira do campo.
Neste período de instabilidade às vésperas da partida mais importante da carreira de Marcinho, o LANCE! ouviu o ex-lateral-direito Alessandro, que atuou no clube da Estrela Solitária de 2007 a 2011. Atual auxiliar-técnico do Atlético-PR sub-15, ele comentou sobre fases turbulentas que passou e deu toques ao jovem defensor.
- Comigo, foi assim. Fui muito cobrado, e não é qualquer um que aguenta passar e superar. Eu superei, muito com a ajuda da minha família, dos meus companheiros e funcionários do clube. Eu tive que ter muita força - falou Alessandro, que jogou 199 vezes com a camisa do Bota.
- Em relação ao Marcinho, posso dizer para ele manter a tranquilidade quando vierem as vaias. Ele tem muita qualidade, e o vejo com a total confiança do técnico para dar uma resposta positiva no domingo. Estou na torcida para o Botafogo e pelo Marcinho - completou.
Se Marcinho é certeza e uma peça importante para, em tarde feliz, ser uma válvula de escape, a dúvida no time de Alberto Valentim fica por conta da vaga de Rodrigo Lindoso. Em coletiva, o treinador despistou sobre o substituto no meio-campo.