Qual foi a última vez que o Botafogo ficou fora da fase final do Carioca?
Com risco real de não disputar as finais do campeonato estadual, Alvinegro vê título da Taça Rio como possível solução para não repetir feito de 2014
O início complicado no Campeonato Carioca de 2019 começa a despertar preocupações no torcedor botafoguense. Eliminado na fase de grupos da Taça Guanabara, o Alvinegro corrre risco de ficar fora da fase final do Estadual.
Com apenas cinco pontos conquistados no campeonato, o Botafogo está a nove atrás do Fluminense, que ocupa a quarta colocação da classificação geral. Como apenas os campeões dos dois turnos e os dois melhores classificados no geral disputam a fase final, o título da Taça Rio passar a ser praticamente uma obrigação, caso o Glorioso queira estar presente nas semifinais do Carioca.
Você se lembra a última vez que o Botafogo ficou de fora da fase final do Campeonato Carioca? O LANCE! preparou uma reportagem para relembrar o ano que não terminou como o botafoguense gostaria.
2014, O ANO QUE TODO BOTAFOGO QUERIA ESQUECER
O ano de 2014 tinha tudo pra ser realmente glorioso para o Botafogo. A equipe voltava a disputar a Copa Libertadores após 18 anos e a torcida tinha muita esperança em uma temporada vitoriosa.
Mas não foi o que aconteceu. Logo no início do ano, o holandês Seedorf, que tinha sido um dos principais jogadores da equipe em 2013, anunciou aposentadoria do futebol e foi ser treinador do Milan-ITA.
Sem o craque, a equipe teve uma temporada cheia de competições e que terminou da pior maneira possível para os botafoguenses.
CAMPEONATO CARIOCA
Com a saída do treinador Oswaldo de Oliveira no fim de 2013, a diretoria botafoguense resolveu apostar em Eduardo Húngaro para comandar o elenco.
O grande foco era a Copa Libertadores, competição na qual o Botafogo teria que passar pela primeira fase antes de disputar a fase de grupos. Por isso, o Campeonato Carioca ficou em segundo plano e Eduardo Húngaro resolveu escalar o time reserva em boa parte do torneio.
Na época, a Taça Guanabara era o único turno que classificava as equipes para as semifinais do Campeonato Carioca. Todas os times se enfrentavam e os quatro melhores se classificavam. Com apenas 17 pontos conquistados em 15 partidas, o Botafogo ficou apenas na nona colocação e não se classificou para a fase final. Nos anos seguintes, o Alvinegro sempre esteve presente.
Apesar da decepção, a torcida ainda estava com todo o pensamento na Copa Libertadores.
COPA LIBERTADORES
Na Copa Libertadores da América, o Botafogo enfrentou o Deportivo Quito-EQU na primeira fase. Após uma derrota por 1 a 0 fora de casa, a equipe se impôs no Maracanã e goleou o adversário por 4 a 0, garantindo a classificação para a fase de grupos.
Os cariocas ficaram no mesmo grupo que Unión Española-CHI, San Lorenzo-ARG e Independiente del Valle-EQU.
Com uma vitória por 2 a 0 contra o San Lorenzo, um empate por 1 a 1 contra o Unión Española e uma derrota por 2 a 1 contra o Independiente del Valle, o Botafogo terminou o primeiro turno com quatro pontos.
O segundo turno começou da melhor maneira possível. Vitória em casa contra o Independiente del Valle e boas chances de se classificar para as oitavas-de-final. Mas as duas derrotas seguintes (1 a 0 contra o Unión Española e 3 a 0 contra o San Lorenzo), fizeram o Alvinegro ficar com apenas sete pontos e a lanterna do grupo. Logo após a derrota para os argentinos, o treinador Eduardo Húngaro foi demitido.
COPA DO BRASIL
Disputar a Copa Libertadores garantiu ao Botafogo o acesso à Copa do Brasil já nas oitavas-de-final. Nessa fase, a equipe enfrentou o Ceará e se classificou graças ao critério dos gols fora de casa. Na primeira partida, no Maracanã, vitória do Ceará por 2 a 1. Na volta, vitória botafoguense por 4 a 3.
Nas quartas-de-final, o adversário foi o Santos. No jogo de ida, 3 a 2 para os santistas no Rio de Janeiro. O segundo jogo foi um verdadeiro massacre. Em uma noite inspirada, a equipe paulista goleou os cariocas por 5 a 0, aumentando a crise em General Severiano.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Após a demissão de Eduardo Húngaro, por conta da eliminação na Copa Libertadores, Vagner Mancini foi contratado para tentar recuperar a temporada do Botafogo.
Além dele, a equipe também contratou o atacante Emerson Sheik, que chegou por empréstimo junto ao Corinthians. Com um currículo recheado de conquistas, entre eles três Campeonatos Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial de Clubes, Sheik se tornou referência.
Apesar das boas atuações, Emerson Sheik não conseguiu ajudar o Botafogo e acabou saindo da equipe antes do fim do Campeonato Brasileiro. No dia 3 de outubro, antes da partida contra o Vitória, pela 26ª rodada, o atacante teve o contrato encerrado pelo então presidente Maurício Assumpção.
Além de Sheik, outros três jogadores considerados líderes do elenco também saíram: Edilson, Bolívar e Julio Cesar. Os quatro foram demitidos por divergências com a diretoria, que passava por situação crítica e não conseguia pagar os salários em dia.
O Botafogo voltou de Salvador com uma derrota por 2 a 1 na bagagem e a partir daí, foi ladeira abaixo. Nas 12 rodadas seguintes, apenas duas vítorias (1 a 0 contra o Corinthians e 2 a 1 contra o Flamengo), dois empates e oito derrotas. Com esses resultados, o Alvinegro acabou rebaixado para a segunda divisão.
No ano seguinte, o Glorioso fez campanha segura na Série B, conquistou o título da competição e voltou a disputar a primeira divisão em 2016.
FOCO EM 2019
Para não repetir o feito negativo de 2014, o Botafogo tem um grande desafio pela frente. Na quarta colocação do Grupo C da Taça Rio, a equipe tem apenas um ponto em duas partidas, cinco a menos que Cabofriense e Flamengo, que ocupam as duas primeiras colocações.
Como nessa fase as equipes de um grupo enfrentam os times do outro, o Alvinegro não tem como tirar pontos de Cabofriense e Flamengo, torcendo assim por tropeços de ambos.
Faltam quatro rodadas para o fim da Taça Rio, e o Glorioso busca a recuperação contra o Madureira na próxima segunda-feira, no estádio Nilton Santos. É vencer ou vencer.