Roger é apresentado no Botafogo ‘com muita fome e muita sede’
Centroavante lembra erros do passado, mas garante ter feito por onde para realizar sonho
A apresentação, na manhã desta quinta-feira, não teve a mesma pompa, mas certamente a importância da contratação de Roger para o Botafogo é bem parecida com a de Montillo. O centroavante, tal qual o meia, chega para posição carente no ano passado, e acredita que o grupo que está sendo montado é de jogadores "com fome". E ele se classifica como um destes, mesmo aos 32 anos.
- Sem dúvida. Se eu não for o que mais tem fome eu estou entre os que está com mais. Sonhei em voltar para uma grande equipe. Nada contra. São outras grandes, mas sonhei com esse momento. Busquei isso para a minha carreira. Trabalhava todo dia sonhando com esse dia. Estou com muita fome e muita sede de fazer a coisa acontecer. O Botafogo está fazendo grandes contratações, não só pela qualidade - explica o jogador, que assinou até o final deste ano.
Revelado pela Ponte Preta, onde estava na quarta passagem e viveu, em 2016, a melhor temporada da carreira, ele admite que um grande ano por uma grande equipe demorou também por causa dele. Ele já defendeu também o Palmeiras, o São Paulo (duas vezes), e o Fluminense.
- A experiência de ter levado algumas porradas faz com que a gente amadureça, cresça. Mas nunca deixei de treinar. Nunca fui chamado de "chinelinho" ou vagabundo. Nunca. Sempre tive características de cara trabalhador. Mas cometi alguns excessos. Gostava muito de sair. Imagina o cara revelado na Ponte Preta, que morava na favela, e é vendido para o São Paulo - ponderou, antes de concluir:
- Sempre dou o exemplo do cara da favela que vai num grande restaurante. Vê vários talheres... A tendência é o cara não saber como utilizá-los. Jogador de futebol muitas vezes não está preparado. Demorou um pouco para as coisas se encaixarem para mim. Depois tive um problema com a minha filha. Mas agora estou na melhor fase da minha carreira - valoriza.
Realmente. Ano passado, na equipe de Campinas (SP) e, antes, pelo Red Bull, ele somou 35 jogos e marcou 22 gols. Mas não saiu bem do interior paulista. Ao saber da vinda dele ao Rio, em novembro, para fazer exames e assinar pré-contrato, a diretoria do clube campineiro rescindiu o contrato do jogador, que ia até o fim de dezembro.
- O ciclo na Ponte tinha acabado. Cheguei lá com sete anos e, ao longo da minha carreira, foram quatro passagens. Queria muito ter terminado a temporada. Não foi legal da parte deles, mas, claro, eu não quis ficar. Optei por trocar, ir para um clube maior, com mais visibilidade, onde é tudo maior - explicou, para depois acrescentar.
- A Ponte segue no meu coração, é meu time de criança, mas, agora, é foco no Botafogo. Tem o tempo perdido devido a essa rescisão. Estava treinando, indo na academia, mas não é igual ao campo. Tenho que buscar a forma física agora, no Botafogo - analisou.