Sob crise, VP de finanças do Botafogo fala sobre ‘rodízio’ de funcionários
Luiz Felipe Novis afirmou, à Rádio Brasil, que é difícil exigir assiduidade dos trabalhadores, que estão com dois meses de salários atrasados, mas afirma que busca soluções
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Perto de acumular dois meses de salários atrasados com jogadores e funcionários, o Botafogo passa por problemas financeiros. Luiz Felipe Novis, vice-presidente de finanças do Alvinegro, não foge da situação e admite que o ambiente é difícil. Em entrevista à Rádio Brasil, o dirigente analisou que o clube está assim por um problema de receitas, mas que a diretoria colocou o pagamento de atletas e trabalhadores como prioridade.
- Nossa situação é grave. A diretoria está procurando alternativas para resolver, principalmente, a questão salarial de jogadores e funcionários. Isso é o mais prioritário no momento. O clube não pode deixar perdurar essa situação crítica que estamos vivendo. Mas infelizmente este ano é difícil, houve uma quebra das nossas receitas, principalmente da TV, e isso provocou um desequilíbrio muito grande no nosso fluxo. Nós estamos tentando soluções. Espero que a gente consiga, o mais breve possível, minorar o sofrimento dos nossos funcionários, a quem pedimos um pouco mais de paciência e compreensão. Estamos focados 100% neste problema que atinge a todos - analisou.
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O Botafogo não trabalha com metas em relação a uma data para realizar os pagamentos. Luiz Felipe Novis, contudo, assume que o "plano A" é quitar os salários dos funcionários. Nas redes sociais, a torcida do Botafogo criou uma vaquinha online para arrecadar fundos e comprar cestas básicas às pessoas que trabalham em General Severiano e no Estádio Nilton Santos.
- As alternativas não são muitas e não são firmes. Seria muita irresponsabilidade dar uma expectativa agora, uma data, e não poder cumpri-la. Eu prefiro aguardar mais um pouco, mas existem algumas possibilidades. Nós estamos perseguindo. Pode ficar certo que a prioridade será o pagamento de nossos funcionários - afirmou.
O LANCE! noticiou, na última quarta-feira, que alguns funcionários da sede social do Botafogo não foram trabalhar no começo da semana por não terem como pagar pelas passagens - e os que compareceram ao serviço tiraram a locomoção do próprio bolso. Novis admitiu que a situação dos trabalhadores é justa, afirmou que o clube depositou alguma renda para o vale-transporte e "levantou a bola" para um possível rodízio da equipe.
- É uma questão que a gente não pode exigir do funcionário, já que não estamos fazendo a nossa parte. Em relação a vale transporte, ontem (terça) conseguimos uma reserva e fizemos depósito de vale alimentação e vale transporte. Neste ponto os funcionários estão todos abastecidos pelo menos por uma semana ou mais talvez. Sempre que há alguma sobra, fazemos o depósito. Mas realmente é muito difícil exigir do funcionário uma assiduidade nesta situação. Talvez seja o caso do nosso administrativo pensar em alternativas de rodízio, se a coisa ainda perdurar por mais tempo. Mas temos que procurar soluções. O Botafogo não pode ficar parado. Acredito que vamos passar por isso. Já passamos por situações piores no passado e, enfim, conseguimos vencê-la. Tenho muita esperança que vamos conseguir novamente - completou.
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Situação financeira
- A tendência é melhorar um pouco, porque pelo fluxo das receitas da TV é possível que a gente passe a ter recebimentos que vão nos ajudar nesta reta final do ano, mas realmente a situação é bem complicada. A gente espera sempre que vá melhorar. Contamos com algumas receitas novas da TV até o final do ano.
Vendas de jogadores
- Fora a questão do Jonathan, nós tínhamos expectativa de ter mais receita, mas infelizmente não ocorreu. A janela do Kuwait senão me engano vai até 30 de setembro, então há uma pequena esperança de algum clube lá de fora se interessar, mas a solução primeira são essas receitas extraordinárias de vendas de jogadores. Continuamos na expectativa deste caminho também poder nos ajudar.
Tributos
- Alguns tributos estão em dia. Outros estamos fazendo parcelamento. Esta é uma situação também que merece toda nossa atenção, porque não podemos ficar inadimplentes. É a nossa segunda prioridade, abaixo do pagamento de salários, é honrar compromissos com a Receita. Tem vários parcelamentos e estamos honrando.
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