O raio cai duas vezes no mesmo lugar? O Botafogo tenta repetir a fórmula de sucesso envolvendo Luís Henrique, a maior venda da história do clube, com Cesinha, recém-contratado. O meio-campista, assim como o atual jogador do Olympique de Marselha-FRA, chega por empréstimo junto ao Três Passos Atlético Clube-RS após se destacar no Internacional.
Cesinha, porém, vem direto para o time profissional. Com 20 anos, o meia é uma nova opção que Ramón Díaz terá quando começar a comandar a equipe para a sequência do Campeonato Brasileiro. O meio-campista tem repertório, como conta Geison Lisboa, setorista do Internacional na "Rádio Guaíba".
O meio-campista é habilidoso e pode jogar flutuando entre a parte central do meio e o flanco esquerdo. Tem a organização de jogo e visão de campo como principais virtudes, mas também aparece com frequência dentro da área para finalizar jogadas.
- Cesinha é um jogador destro de pouca estatura, mas que tem muita habilidade. Rápido, pisa na área adversária com facilidade. Por ter 20 anos, ainda é um atleta em maturação. Mas, com certeza, tem potencial para crescer - afirmou, em entrevista exclusiva ao LANCE!.
O meia foi capitão e um dos destaques do Internacional na conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior, no começo do ano. Apesar disso, nunca teve chances no profissional. Ele deixou o Colorado sem participar de um minuto sequer do time principal com Eduardo Coudet.
- Existia a expectativa de que o Cesinha fosse utilizado pelo Coudet. Ele foi relacionado para fazer parte de treinamentos depois do título da Copinha com outros jogadores, o próprio (Bruno) Praxedes é utilizado. Mas ficou só nos treinamentos, não recebeu chances no time principal - conta.
A decepção tomou conta de Cesinha, que alternava a rotina do sub-20 com treinos esporádicos no profissional. Já sem aparentar a mesma vontade do começo do ano, o meio-campista não passou a entregar tudo que sabia nas atividades. Diante da indefinição, o atleta se negou a voltar para a base e, com a oportunidade do Botafogo, buscou novos ares.
- Ele voltou para o sub-20, houve a frustração e isso o prejudicou. O Cesinha não gostou de ter sido rebaixado, isso o incomodou e ele não queria mais treinar na base. Apareceu a possibilidade do Botafogo e aconteceu tudo muito rápido. Ele sempre pediu chances no profissional e pode recebê-las no Alvinegro - completou o jornalista.
Uma das deficiências de Cesinha é justamente a parte física, algo cobrado com exaustão por Eduardo Coudet. Apesar de habilidoso e com capacidade de dar dribles curtos, o meio-campista não se destaca pelo jogo de corpo, principalmente quando está sendo marcado por alguém de maior porte.
- Não sei se o que ele apresentou na Copinha era suficiente para ele ter várias chances de fato no profissional. Ele precisaria de mais alguns processos. O próprio Praxedes entra em pequenas doses. Faltou paciência para o Cesinha. Se ele faz parte do grupo poderia ter sido utilizado pelo Coudet se ele tivesse dado uma boa resposta nos treinamentos - analisou.