Botafogo é o time que mais permite finalizações na Série A, mas um dos que melhor se defende; entenda
Alvinegro deixa que equipe rival chute mais de 16 vezes por partida do Brasileirão, mas apenas 37% das tentativas acertam o alvo defendido pelo goleiro
Desde Eduardo Barroca, o Botafogo carece de intensidade sem a bola. Com a chegada de Alberto Valentim, que assumiu a equipe após a demissão do primeiro, em uma partida diante do Vasco, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, este fator não mudou: o Glorioso se movimenta na criação ofensiva, na maioria das vezes por meio da valorização da posse de bola, mas sente dificuldade de se defender do ataques adversários.
Tais pedras no caminho se dão principalmente para defender a entrada da área. Os números explicam: o Botafogo é o time que mais permite finalizações por partida no Campeonato Brasileiro, 15.8 ao todo. A equipe que enfrenta o Glorioso, portanto, sempre encontra oportunidades de arriscar ao gol, seja de perto ou longe. Os dados são do site "Footstats".
A passividade do Botafogo na marcação é um dos motivos que exemplifica a estatística. O Alvinegro é a quinta equipe do Brasileirão com menor número de desarmes, uma média de 15.7 por partida - 13.2 corretos e 2.5 errados. O time é marcado por uma marcação pouco intensa e que permite o adversário de se aproximar da entrada da área sem grandes problemas. Quando a bola está mais perto do gol, contudo, a missão da equipe rival se torna mais difícil.
Apesar de não dificultar a vida do adversário em avançar no campo ofensivo - tanto pela já citada passividade na marcação quanto por usar, com Alberto Valentim, um bloco baixo da linha de defesa -, o Botafogo tem méritos em defender a própria área. Não à toa, apesar do rival chutar 15.8 vezes por jogo, apenas 5.9 acertam o alvo de Gatito Fernández ou Diego Cavalieiri.
Em termos de volume, o Botafogo também é o time que mais recebe chutes na direção do gol por partida - vale ressaltar que a equipe levou 40 gols em 31 jogos disputados no Brasileirão. Se a análise for colocada em aproveitamento, o Alvinegro é o quinto melhor do campeonato no que diz respeito à relação de finalizações tomadas para chutes levados no alvo: 37,1%, atrás de Corinthians, Cruzeiro, Santos e CSA.
Neste sentido, Gabriel é parte importante para segurar o aspecto defensivo do Botafogo no Brasileirão. O zagueiro é o líder da competição nos números de cortes pelo alto (157) e chutes travados (31). Além disso, o camisa 21 também contribuiu com 40 interceptações e 24 desarmes. Joel Carli, usual dupla na defesa, tem 100 cortes, aparecendo no top-20 do quesito no torneio. Os dados foram tirados do portal "Sofascore".
Melhora e projeção do futuro
Atacar a área do Botafogo, portanto, é uma missão complicada, mas a equipe de Alberto Valentim ainda permite que o adversário tenha muito volume de jogo. Diante do Flamengo, principalmente no primeiro tempo, o time mostrou mais intensidade sem a bola, anulou as jogadas do rival na etapa inicial e até assustou em algumas ocasiões por meio de contra-ataques. Nos 45 minutos finais, com um jogador a menos, sucumbiu à pressão e saiu derrotado.
No clássico da última quinta-feira, o cenário não foi diferente do que acontece normalmente: o Flamengo teve 18 finalizações, mas apenas 3 acertam o alvo de Gatito Fernández, que realizou duas defesas durante a partida. O Rubro-Negro, portanto, teve que tentar seis vezes para acertar a meta defendida pelo paraguaio. O Alvinegro teve uma evolução na abordagem ao adversário, com 22 desarmes ao todo e 88% de aproveitamento no quesito.
Diante do Avaí, o cenário promete ser diferente. O time catarinense, ao contrário do Rubro-Negro, não promete sair para o jogo. Por mais que a equipe de Alberto Valentim tenha mostrado melhora na questão defensiva e tática, o 'xis' da questão, agora, envolverá a criação de jogadas. Desde a chegada do treinador, o Alvinegro alternou estilos - entre um jogo direto e algo de maior valorização da posse - ofensivos.
A partida da próxima segunda-feira, no Estádio Nilton Santos, será um desafio para o Botafogo. Não apenas pela pressão de sair da zona de rebaixamento, mas também por entrar em uma partida em que será 'obrigado' a criar chances de gol. O treinador, portanto, terá que focar na melhora da criação de chances.