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Uma experiência raiz e recheada de temperos sul-americanos na vitória do Botafogo em Villa Elisa

Alvinegro encontrou um local bastante atípico na casa do Sol América, derrotado pelos cariocas por 1 a 0, pela ida da segunda fase da Sul-Americana <br>

Imagens do Estádio do Sol de América
imagem camera(Foto: Lazlo Dalfovo)
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Lance!
Enviado especial à Villa Elisa (PAR)
Dia 23/05/2019
04:50
Atualizado em 23/05/2019
09:05

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A expressão “estádio raiz” encaixa como uma luva ao acanhado e acolhedor Luis Alfonso Giagni, palco da vitória por 1 a 0 do Botafogo sobre o Sol de América, na noite da última quarta-feira, pela ida da segunda fase da Copa Sul-Americana. Curiosidade não faltou em Villa Elisa, cidade ao lado de Assunção.

Antes de a bola rolar, nos arredores da “cancha”, alguns torcedores nos chamavam para perguntavam se Gatito Fernández iria jogar. Ele não só jogou, sob os olhares de Eduardo Berizzo, técnico da seleção paraguaia, como brilhou. Mas ainda há história para contar sobre o entorno.

O simpático Manoel, vendedor de kure (comida típica do país), falou que o Brasil ainda é o país mais temido do continente no futebol e que a Estrela Solitária é “muy linda”, simbolizando o respeito pelo Botafogo. Ao seu convite, tomei um mate e troquei uma ideia com ele, que revelou ser torcedor do Guaraní (pediu sigilo por ali, mas...) e fã de João Mineiro & Marciano - dupla sertaneja estourada no Brasil nos anos 80. 

Dentro do enlameado estádio, chamou a atenção a ausência de um placar, a estrutura em si, a naturalização do improviso para o serviço da imprensa, que ficou em uma tenda suspensa, e o ambiente familiar do público. A torcida local não era de cantar e nem de hostilizar o time rival. Isso não quer dizer que a presença de uma bateria, com cerca de sete dos 4 mil presentes, fizesse barulho durante toda a peleja. E vale sublinhar que a festa aumentou justamente quando os mandantes desperdiçaram um pênalti. Se é no Brasil...

O Sol de América é um clube modesto, de pouca tradição e ainda não atrai holofotes em torneios continentais. Porém dois temperos rechearam a experiência e nos lembraram que o Brasil estava mesmo representado num confronto válido por um torneio internacional: um carismático cachorro se assanhando diante dos torcedores na social e as crianças batendo bola enquanto a partida rolava, numa espécie de geral do local, perto do alambrado.

O futebol respira, assim como a vaga bem encaminhada pelo Botafogo.

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