Vetado, trio ‘corintiano’ do Botafogo mira protagonismo enquanto mostra importância
Sem estar disposto a pagar multa para que Moisés, Yago e Jean atuem contra o Corinthians, Bota estreará Marcos Paquetá sem os emprestados pelos próprios paulistas
Na décima posição do Campeonato Brasileiro, o Botafogo está atrás de estabilidade para alçar voos maiores na competição. O discurso com Alberto Valentim era de foco partida a partida, evitando projeções. Agora, com o recém-chegado Marcos Paquetá, a mentalidade se mantém à espera da estreia do novo comandante. E o mesmo terá três desfalques para o primeiro desafio, cujo adversário será o Corinthians, na quarta que vem, em São Paulo.
Isso porque, conforme previsto em contrato, o trio emprestado pelo Timão, Yago, Moisés e Jean, não poderá defender as cores do Alvinegro Carioca. Se os dez reforços do Botafogo para 2018 ainda não corresponderam como se esperava, os três atletas vinculados ao clube paulista têm mostrado bom futebol quase sempre que acionados.
Atualmente, contudo, apenas Moisés é titular. Após chegar em fevereiro, o lateral-esquerdo assumiu o comando da posição depois de apenas duas sessões de treinamento. Rapidamente entrou nas graças da torcida e, na campanha vitoriosa do Carioca, mesmo lesionado já nas finais, foi um dos melhores camisas 6 - se não o melhor - do Estadual. Retornou de lesão no tornozelo há cerca de dois meses, contra o Vitória, tem oscilado ultimamente, mas já soma 18 jogos. Ainda não foi às redes.
- Meu primeiro gol virá naturalmente, mas é diferente. Assistência é assistência, gol é gol. Lateral tem que dar assistência, mas gol é muito mais especial e bem mais valorizado do que a assistência - comentou Moisés, pouco antes de retornar de lesão.
Na zaga, Yago, apresentado junto ao volante Marcelo, no início de março, atuou apenas em três ocasiões. Em sua estreia, no já citado jogo contra o Vitória (empate em 1 a 1), foi extremamente seguro e se destacou no sistema defensivo, aproveitando a suspensão de Joel Carli. Em seguida, teve nova chance contra o Ceará, em outro frustrante empate, entretanto passou por um susto que o tirou de campo minutos depois de ter entrado: sofreu uma pancada dupla na cabeça. Teve concussão e só foi retornar diante do Atlético-PR, no último jogo antes da parada; foi titular, outra vez ao lado de Igor Rabello, e teve nova atuação exemplar. Mostrou ser confiável e peça importante, sobretudo com a possibilidade real de Rabello ser negociado.
Por último, o volante Jean, que foi quem menos esteve em campo dentre os três. Atuou apenas em 166 minutos até aqui, com destaque para a ótima estreia como titular, diante do Vasco, seu antigo time, em partida na qual deu assistência para o primeiro gol do Glorioso - em vitória por 2 a 1. Depois disso, voltou a ser escalado entre os 11 na partida seguinte, contra o Ceará, e foi um dos poucos que se salvaram no tropeço (0 a 0, no Nilton Santos). Vinha concorrendo por vaga com a joia Matheus Fernandes, mas uma lesão no pé o deixou em tratamento até a parada para o Mundial. Deve voltar com peso e de ânimo renovado para seguir travando duelo entre os titulares.
- Eu prefiro não comentar se poderei jogar ou não. Mas vou passar o WhatsApp do Andrés (Sanchez) para o presidente do Botafogo (Nelson Mufarrej) - brincou Jean, em entrevista coletiva realizada na última semana, sem querer confirmar se, de fato, não poderá ser relacionado contra o Timão.
CONTRATOS
Nos dois jogos-treinos do Botafogo sob o comando de Marcos Paquetá, Gilson e Marcelo Benevenuto, este muito por conta de Carli ter ido à Argentina para tratar de problemas pessoais, têm treinado entre os titulares - o que indica que não deve haver acordo com o Corinthians pela liberação do trio, ou seja, os cariocas terão que pagar multa caso escale um dos três. Eles, cabe destacar, estão emprestado ao Botafogo somente até o fim do ano.