Zagueiro dar cartão ao árbitro? Sim! E foi num Botafogo x Estudiantes
O defensor André Luís, xerife do Glorioso em 2008, se revoltou com o chileno Carlos Chandía, tomou-lhe o amarelo, mas recebeu o vermelho num jogo de Copa Sul-Americana
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O causo já é lendário, e não só no futebol brasileiro. Gente pelo mundo inteiro sabe que, um dia, um jogador tomou o cartão amarelo do árbitro e aplicou a advertência ao homem do apito, que, naturalmente, o expulsou o atleta em seguida. Aquele dia foi o 5 de novembro de 2008. O palco era o mesmo Estádio Nilton Santos - ainda sob o nome de João Havelange - e os adversários da ocasião eram os iguais Botafogo e Estudiantes (ARG). Os protagonistas daquele lance inesquecível foram André Luís, então xerife da defesa alvinegra, e o chileno Carlos Chandía. O LANCE! falou com eles.
- Foi uma loucura. Hoje eu entendo que não deveria ter feito aquilo. Não é bom para a imagem de nenhum atleta. Nunca vou repetir. Não é bom para ninguém. Passou, foi uma loucura - recorda André, que hoje, aos 37 anos, defende o Taboão da Serra, da terceira divisão paulista.
Naquela ocasião, o time de General Severiano havia perdido por 2 a 0 para a equipe de La Plata, no primeiro jogo das quartas de final da Copa Sul-Americana. No duelo de volta, o time argentino abriu novo 2 a 0. O Glorioso acabava de empatar quando a famosa provocação rival irritou os alvinegros, e a expulsão jogou um balde d'água fria na reação.
- Não foi nem tanto o árbitro. Foi mais a catimba dos argentinos. E irritou não só a mim, o Carlos Alberto também acabou bastante irritado. Aquilo fez com que eu perdesse a cabeça. Deveria ter me contido. Seria outro jogo - lamenta.
E o outro lado? O então árbitro Fifa Carlos Chandía ficou surpreso com a atitude de André, e não se esquece. Agora, aos 52 anos, ele é prefeito de Coihueco, município de aproximadamente 26 mil habitantes e a cerca de 400 quilômetros ao sul de Santiago, capital chilena. E aquele foi o caso mais bizarro da carreira de quem já foi eleito o oitavo melhor árbitro do planeta.
- Nunca, na verdade, tinha passado por algo tão incrível. Foi algo curioso e que foi notícia mundial. Uma das coisas curiosas de um passado que me recordo com muito carinho do mundo do futebol. Nunca tive a oportunidade de falar com ele. Hoje estou longe. Tive outros casos, como quando aplaudi um gol - porque foi um golaço - aqui no Chile. Se você procurar, aquele árbitro sou eu. Deu uma polêmica - brinca.
Aquele Estudiantes tinha nomes conhecidos da torcida botafoguense: o uruguaio Salgueiro passou pelo clube no ano passado e Verón era o comandante daquele meio-campo. Aliás, segundo André Luís, foi o agora presidente e reserva da equipe argentina quem provocou toda a confusão.
- Foi ele quem originou o tumulto. Ele quem se enroscou com o Carlos Alberto e aí eu cheguei meio explosivo. Num jogo importante como aquele, eu deveria ter tido mais calma. Mas também eu vi que não íamos reverter. Não podia, mas perdi a cabeça - recorda o zagueiro.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 2 X 2 ESTUDIANTES
Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 5/11/2008
Gols: Angelleri, 3'/1ºT, Salgueiro, 33'/1ºT; Lucio Flavio, 13'/2ºT, Andre Luís, 20'/2ºT.
BOTAFOGO: Renan, Thiaguinho (Lucas Silva), Renato Silva, Andre Luis e Triguinho (Luciano Almeida); Leandro Guerreiro, Diguinho, Lucio Flavio e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Wellington Paulista (Fábio) - Técnico: Ney Franco.
ESTUDIANTES: Andújar, Angeleri, Desábato, Cellay e Díaz; Galván (Sánchez), Braña, Verón (Moreno) e Benítez; Boselli e Salgueiro (Calderón) - Técnico: Leonardo Astrada.
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