Desde a temporada 2020, o Red Bull Bragantino vem se consolidando no cenário do futebol brasileiro. O clube do interior de São Paulo está no G4 do Campeonato Brasileiro e na semifinal da Copa Sul-Americana, e um dos principais responsáveis pelo crescimento do Massa Bruta é o zagueiro Léo Ortiz.
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O capitão da equipe atravessa ótima fase e bateu um papo exclusivo com o LANCE! sobre Seleção Brasileira, o momento do clube, a chance de um título inédito e propostas do exterior.
ESCREVER HISTÓRIA NA SUL-AMERICANA
O Red Bull Bragantino briga por uma vaga na final da Copa Sul-Americana com o Libertad, e Léo sonha em poder escrever seu nome na história do clube. Ele analisou a trajetória do Massa Bruta até aqui na competição, e ressaltou o impacto que um título continental teria em sua carreira.
- Estou feliz em estar fazendo história, mas você só deixa seu nome marcado quando levanta taças. O Libertad está fazendo uma boa campanha, passando pelo Santos. Mas nós também estamos bem, começamos a entender como se jogava uma Sul-Americana no meio da primeira fase. Caímos no grupo mais difícil da competição, e acredito que nosso grupo era mais forte do que alguns da Libertadores, pois jogamos contra times de tradição e qualidade. Ainda pegamos Independiente del Valle nas oitavas, uma das sensações na América do Sul, e depois o Rosário Central, com jogadores de qualidade e experientes. E nós passamos, com uma equipe jovem. Ainda temos muito trabalho, mas seria histórico ganhar o primeiro título continental do Bragantino e poder levantar essa taça, certamente marcaria minha carreira - disse Léo.
SELEÇÃO BRASILEIRA
O defensor de 25 anos foi o escolhido para integrar o grupo de Tite na Copa América de 2021 após o corte de Felipe, do Atlético de Madrid. Apesar da derrota amarga diante da Argentina na final, ele contou que a vivência com grandes jogadores foi um grande aprendizado.
- A oportunidade que eu tive foi sensacional. Foi uma experiência incrível para mim, poder conviver com caras que eu admiro e acompanho como referências, como Thiago Silva e Marquinhos. Eles estão em um alto nível há bastante tempo. É bom estar junto deles e adquirir esse tipo de experiência. Foi de extrema importância essa convocação, ainda mais sendo em uma competição tão grande como a Copa América. Vivenciar esse ambiente de seleção foi um aprendizado muita grande e eu vou levar para o resto da minha carreira - revelou o zagueiro.
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PARCERIA COM A RED BULL E NOVO PATAMAR
A convocação de Léo Ortiz foi mais um atestado do sucesso do projeto entre Red Bull e Bragantino. O clube vendeu Claudinho após o título olímpico ao Zenit, e viu o atleta ser convocado por Tite para os jogos das Eliminatórias, diante de Chile, Argentina e Peru, mas os russos solicitaram o retorno do meia.
Sendo o primeiro atleta do Bragantino a ser convocado para defender o Brasil desde Félix em 1994, o zagueiro revelou felicidade ao ver a mudança de patamar do clube.
- É uma coisa sensacional, pois isso valoriza o projeto que vem sendo construído há um tempo pela Red Bull. O clube fica orgulhoso em ter dois jogadores que participaram desde o início do projeto, lá em 2019 na Série B, chegando na Seleção Brasileira. As pessoas, no começo, ficaram receosas com o projeto, por ter muitos jogadores jovens e que não daria certo pela falta de experiência. Mas hoje nós vimos que tudo isso deu certo e as pessoas vão olhando com bons olhos tudo que a Red Bull vem fazendo por aqui. É muito importante, um clube de uma cidade não tão grande, do interior, estar fazendo essa campanha. Abre espaço para outros clubes se organizarem - afirmou.
LIDERANÇA E PAPEL DE BARBIERI
Desde que chegou ao Massa Bruta, Léo Ortiz disputou 107 partidas, sendo 105 como titular. Ainda, o Braga é a time com menos derrotas (2) no Brasileirão. Referência da equipe, ele ressaltou a importância em ajudar os mais novos a se adaptarem a filosofia do clube.
- Fico feliz pelo papel que eu vem exercendo dentro do Bragantino, não apenas dentro de campo, mas fora dele. Sempre que posso, tento ajudar os mais novos e as pessoas que vem chegando, para acolher todos. Nós temos mais do que 11 jogadores, e isso fortalece e é o que faz o clube chegar longe nas competições - ponderou.
Outro personagem importante no Red Bull Bragantino é Maurício Barbieri. Com a demissão de Guto Ferreira no Ceará, ele se tornou o técnico mais longevo da Série A. O treinador está prestes a completar um ano à frente do clube, e Léo Ortiz destacou o trabalho do comandante.
- Ele é um cara que chegou em um momento conturbado no Bragantino. Nós tivemos um período de adaptação com ele e aconteceram alguns tropeços no início. Mas ele foi um cara que deu muita confiança e tranquilidade para nós. Conseguiu ajustar as peças nos seus lugares. O Claudinho foi o maior exemplo disso. Ele não vinha jogando tanto no começo da temporada passada, e terminou como Craque do Brasileirão. Ele teve esse mérito de conseguir ajeitar a equipe, fazendo com que todos os jogadores se sentissem valorizados, e soube lidar bem com os jovens. Nós ficamos felizes por ele ser o técnico mais longevo do momento no Brasil e esperamos que isso siga - contou o defensor.
COVID E SONDAGENS DO EXTERIOR
Léo voltou ao time na 18ª rodada, no empate diante do Atlético-MG. O atleta se recuperou pela segunda vez da Covid-19 e relatou medo quando testou positivo.
- Primeiro, fico feliz em não ter nenhuma sequela ou problema maior. Nós vemos tantas pessoas afetadas e com sintomas complicados. Dá um pouco de medo, contrair esse vírus, você não sabe em que momento pode te afetar, mas eu felizmente passei bem. Não perdi muitos jogos e com essa pausa, espero voltar a 100% da forma física - afirmou.
Recuperado, ele espera terminar a temporada com taça, mas o capitão do Massa Bruta flertou com a saída. No final da janela de transferências, ele recebeu sondagens de Galatasaray e Lyon. O interesse não se materializou em proposta, mas ele se mostrou contente no Bragantino e condicionou seu trabalho a uma chance no continente europeu.
- Fico muito feliz quando acontecem essas coisas, mas eu procuro deixar para o meu empresário. Estou em um clube com uma estrutura fantástica, competindo de igual para igual com os grandes. Sempre disse que tenho a vontade de jogar na Europa, mas não coloco como obsessão, não vou me frustrar se isso não acontecer, mas é algo que eu trabalho. Assim como a busca por retornar a Seleção, ir para a Europa vai na mesma linha, de estar em um alto nível. Se for para acontecer, vai acontecer. Eu tenho que continuar o meu trabalho e evoluir cada vez mais - concluiu Léo Ortiz.
* Sob supervisão de Marcio Monteiro