Abel x Turco: estrangeiros no topo do futebol brasileiro, mas com prestígios diferentes
Técnicos de Palmeiras e Atlético-MG são os responsáveis por dirigir os melhores times do país no momento, mas não significa que eles tenham o mesmo status em seus clubes
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Neste domingo, às 16h, no Allianz Parque, dois dos melhores times do país se encontram para um duelo valendo a liderança do Brasileirão-2022. Palmeiras e Atlético-MG protagonizarão um dos mais aguardados embates da temporada, sob o comando de dois estrangeiros, que estão no lugar mais alto do futebol brasileiro. No entanto, eles gozam de status diferentes dentro de seus clubes.
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Enquanto Abel Ferreira bate recordes atrás de recordes, títulos atrás de títulos, e já cava um lugar entre os maiores personagens da história alviverde, Turco Mohamed ainda busca a mesma consolidação que seu rival de domingo alcançou nos últimos anos.
Abel Ferreira já foi criticado, mas hoje é incontestável no Verdão
Quem acompanha o Palmeiras de perto ou torce pelo clube, sabe que são raros os momentos de paz e consenso, e quando isso acontece a torcida até estranha, mas Abel Ferreira atingiu esse status e ajudou na construção dessa rara paz. Situação, oposição, cornetas e amendoins, todos estão encantados pelo português, que chegou desconhecido, sob desconfiança, mas conquistou corações verdes.
Até isso acontecer, o caminho foi tortuoso e as condições não eram as mais fáceis. Foi no meio de uma pandemia que Abel chegou da Europa para assumir um time que havia passado por uma reformulação, carregava um título paulista recente, mas não engrenava. Como ele, recém-chegado, poderia resolver essa situação e levar o Verdão ao topo do futebol brasileiro e sul-americano?
Ele respondeu de forma contundente: com trabalho, com gestão de grupo e muitos planos, muitos mesmo. E havia plano até para um surto de Covid-19 que esfacelou o elenco em jogos importantes, também havia um plano adaptando jogadores a outras funções que eles não estavam acostumados. Em três meses à frente do Palmeiras, ele já era era campeão da Libertadores em pleno Maracanã.
Mas não foram somente glórias para Abel. Mesmo depois de uma Liberta e uma Copa do Brasil, ele sofreu críticas pela participação pífia no Mundial de Clubes, e pelos vices da Recopa, da Supercopa e do Paulistão, que vieram praticamente numa tacada só. Novamente ele conseguiu dar a volta por cima baseado em muito trabalho e muitos planos na Liberta: contra São Paulo, Atlético-MG e Flamengo.
Resultado: mais um título continental, que marcou de vez o nome do português na história alviverde, mudando a discussão para "será que ele já é o maior de todos?". A resposta para isso tem sido dada, com um título da Recopa, um título paulista, uma participação relevante no vice-campeonato mundial e, acima de tudo, uma evolução no jogo da equipe que a torna ainda melhor do que nas outras temporadas.
Neste domingo, Abel terá mais uma batalha importante para seguir rumo a um troféu que ele ainda não tem, que é o do Brasileirão, o qual ele já declarou ser uma das prioridades para este ano, tanto é que chegou até a poupar jogadores na Libertadores, e mesmo assim teve a melhor campanha da história da fase de grupos. Somente um técnico consolidado poderia fazer esse tipo de gestão de grupo.
No comando de um gigante Atlético-MG, Turco busca consolidação
El Turco Mohamed causou bastante expectativa ao ser anunciado pelo Atlético-MG. O treinador argentino de ascendência sírio-libanesa realizou trabalhos consistentes ao longo da carreira, especialmente no futebol mexicano.
Em 2010, ganhou o seu primeiro grande troféu, a Copa Sul-Americana daquele ano, pelo Independiente, da Argentina. Em 2012, o treinador ergueu o primeiro título mexicano da história do Tijuana, mesmo time que quase eliminou o Atlético-MG da Libertadores em 2013, com o famoso pênalti defendido por Victor nos minutos finais da disputa.
Antonio ainda venceu um campeonato nacional com o América do México e outro com o Monterrey. Com bons resultados no currículo, o técnico argentino chegou com bom status para a equipe atleticana.
Entretanto, Antonio Mohamed vive uma fase de provação constante no Atlético-MG. El Turco assumiu o Galo após uma das melhores temporadas da história do time (ou a melhor), e trabalha com a pressão de uma exigente torcida atleticana.
Diferentemente de Abel Ferreira, que já se consolidou como um dos grandes treinadores da história do Palmeiras, Turco ainda tenta se firmar de vez no Galo. Apesar de ter bons números desde que chegou ao time mineiro (21 vitórias, sete empates e três derrotas em 31 jogos), Antonio Mohamed ainda vive sob desconfiança da torcida.
Muito da cobrança para cima de El Turco se dá pelo fato de o Galo ter preservado grande parte do time campeão no ano passado. Com poucas baixas no elenco, parte da torcida atleticana espera o futebol vistoso e dominante do Atlético-MG de 2021, que não aparece em todos os jogos do Galo de Turco.
Apesar disso, Antonio Mohamed é abraçado pela confiança da diretoria e jogadores do Atlético-MG, e tem se mantido firme com os bons números do time até o momento. Entretanto, diferentemente de Abel, Turco ainda tem muito para provar, e precisa saciar a sede de “quero mais” de torcedores atleticanos acostumados com 2021.
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