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Dirigentes avaliam mudanças no calendário nacional para 2017

Questionamento à duração dos estaduais é abordado, e avanços são considerados tímidos. Ausência de Primeira Liga e formato diferente do europeu são questionados

Campeões da Copa do Brasil desde 2008, quando o Sport ficou com o título  
imagem cameraDirigente veem com dúvidas o novo calendário (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 15/11/2016
17:32
Atualizado em 15/11/2016
19:37

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A divulgação do calendário do futebol brasileiro para a temporada de 2017 foi recebida com ressalvas por alguns presidentes de clubes do país afora. Mesmo com a redução para 80 clubes na Copa do Brasil para balancear  o espaço maior da Libertadores e Copa Sul-Americana, os dirigentes ainda têm algumas questões em pauta.

Presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, crê que só há uma alternativa para o futebol brasileiro:

- O calendário brasileiro devia ser nos moldes do europeu, para evitar que clubes se desmantelem no meio do ano e virem meros exportadores de mão-de-obra. No mais, houve tímidos avanços para o que temos hoje, mas o formato segue longe do ideal - afirmou, ao LANCE!.

O calendário para 2017 também rendeu algumas ressalvas aos olhos do dirigente santista:

- É válido a Copa do Brasil ter menos clubes, mas quanto a Estaduais era bom ver caso a caso. Para nós, o Paulistão tem uma importância maior. Podiam também dar um período a mais de pré-temporada, para termos chances de excursionar fora do país.

A duração dos estaduais, porém, foi alvo de críticas do presidente do Atlético-PR, Luiz Sallim Emed:

- Houve alguns avanços, mas os campeonatos estaduais seguem com muitas datas. São 18 datas, praticamente a metade do Brasileirão, dedicadas a uma competição deficitária como a daqui do Paraná. Além disto, há uma desproporção muito grande na maioria das vezes - disse, ao LANCE!.

A não-oficialização da Primeira Liga também deixou o dirigente do Furacão na bronca:

- A Primeira Liga continua a não fazer parte do calendário. A sensação é de que a CBF quer desvalorizar o movimento dos clubes envolvidos, ao não dar esse apoio, mas nós vamos continuar com a competição. A parte válida é a do espaço maior para a Libertadores e a Copa Sul-Americana.

Aos olhos do presidente da Chapecoense, Sandro Pallaoro, a mudança nas duas primeiras fases da Copa do Brasil deixou muitas dúvidas:

- O calendário está muito puxado, e ainda deixou dúvidas quanto às duas primeiras fases da Copa do Brasil. Com esta questão de ser um jogo só, deveriam deixar o mando para quem está melhor no ranking. Caso contrário, a Chapecoense e outros clubes correm risco de perder vaga no torneio para clubes menores- afirmou, ao LANCE!

Já a competição é vista com altos e baixos para Pallaoro:

- A possibilidade de jogar a Copa do Brasil e a Sul-Americana foi interessante, são duas competições importantes. Seria bom que quem jogasse a Copa Libertadores parasse de disputar o torneio, porque daria espaço para outros clubes de menor investimento se destacarem.

Em relação aos estaduais, o dirigente da Chape afirma que o Catarinense terá consequências com o que a CBF estabeleceu:

- O Catarinense vai ficar muito espremido. Como são dez clubes jogando, fazíamos dois turnos com cinco clubes e, depois, semifinal e final. Agora, com 18 datas, não pode ser muito grande. Para clubes médios e menores, essa decisão é muito ruim.

O diretor executivo do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, reconheceu um esforço da CBF. Segundo ele, há o mérito de tentar se adequar ao que vem de fora:

- Como tem de dar espaço o período de Libertadores, a CBF está adequando, mas faz o que pode. O problema é que os clubes costumam criticar só o calendário pronto, dão palpite. Mas fica a certeza: nunca vamos achar o ideal.

Além de não ver mudanças significativas, Cunha tem uma visão crítica sobre  a exigência de adequação ao "formato europeu": 

- A Copa do Brasil já era jogo único em caso de dois ou mais gols, mas agora precisa ver qual é o parâmetro para uma equipe passar. Quanto à adequação do calendário de alguns países da Europa, é questionável. Vamos ficar reféns do maior mercado? E se amanhã a China, os Estados Unidos, forem o centro do futebol, mudamos de novo? O mercado é assim, cabe a cada clube ter estrutura sólida para lidar com isto.

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