Pressionado pelas atuações ruins, o Fluminense perdeu para o Internacional no Maracanã por 1 a 0, neste sábado. Após a partida, na zona mista, o atacante Fred falou sobre os problemas do Tricolor na terceira rodada do Campeonato Brasileiro e a oscilação do time na atual temporada. Além disso, o capitão citou as vaias e pediu apoio da torcida principalmente aos jogadores criados em Xerém. Calegari foi um dos alvos de protesto das arquibancadas.
- Vamos resolver internamente. O que faltou? Brilho no olho para ganhar? Vamos nos pegar e resolver. Como colocar intensidade se não tem a bola? O Inter ficou com a bola. O que eu estou querendo dizer é que incomoda alguns jogadores as vaias, críticas. Mas a gente se junta, se blinda e não tem desculpa. Estamos com um calendário super apertado por causa da Copa. A oscilação que é natural dentro da temporada vai aumentar, não é só o Fluminense. Temos que tentar procurar estabilidade aqui dentro, não deixar a pressão externa afetar de novo. Mesmo com tudo isso, se for analisar o grande resultado nosso percentual é grande.
- Não ficamos olhando o passado, terça tem mais um jogo para acertar os erros de hoje para voltar a ter a sequência de vitórias que tivemos no começo do ano. O mais engraçado é que quase batemos o maior recorde de vitórias da história e não estava tudo bem. Agora temos o resultado e não está tudo ruim. Esse equilíbrio é importante. Por isso termos uma diretoria experiente, um treinador rodado e capaz, é bom. A única coisa que nos preocupamos e brigamos são os moleques. Peço que os torcedores de coração coloquem eles para cima quando pegarem na bola. Sabemos que os moleques de Xerém tem muita qualidade para resolver mais uma vez. Estão carregando o clube nas costas há três anos.
Outros alvos foram o técnico Abel Braga e o presidente Mário Bittencourt. Fred falou sobre blindar o grupo nesse momento complicado e relembrou episódios de violência em outros clubes, como no Vasco e no Flamengo recentemente. O próprio Flu foi intimidado após a eliminação na Libertadores.
- A gente tem que tratar internamente. Nossa torcida é o coração do clube e eles têm o direito de expor quem quiserem. Vemos no Brasil torcida indo no aeroporto, invadindo CT, nossa torcida não faz isso, temos essa segurança. E o local onde eles protestam é na arquibancada. Estão no direito deles e a gente tem que resolver da melhor forma internamente, fortalecendo principalmente os mais novos para não acabarmos expondo muito esses moleques. É difícil fazer um pedido, mas eles sabem o peso que tem para dar um levante. Precisamos disso porque daqui a dois dias temos uma Sul-Americana, tem que ganhar, jogar bem, voltar a ter o brilho no olho para vencer dentro de casa.
- Acho que para abalar o Abel, pela história de carreira e de vida, é impossível. Esse cara é uma muralha. Temos muito orgulho internamente. O que nós temos obrigação de fazer, como proteger os mais novos, é proteger todo mundo. Nosso time jogando nada, o Abel sempre vai lá e põe a cara. Chegou a hora da gente colocar a cara, blindar, proteger. Vamos fazer isso internamente. Estamos doidos para chegar terça-feira, dar uma resposta rápida e poder comemorar com o Abel. Ele merece. Foi um cara que conseguiu trazer um título para nós depois de dez anos. Por estar na frente é um cara que sempre vai sofrer esses protestos, mas também conheço nossa torcida, sei que tem carinho por todo mundo. Vamos nos fechar primeiro em campo para depois fechar com a torcida de volta - completou.
Com o resultado, o Tricolor fica em nono lugar, com quatro pontos em três partidas. O Fluminense volta a campo na terça-feira pela Copa Sul-Americana, quando enfrenta o Unión Santa Fe, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã. Pelo Brasileirão, o próximo compromisso é no domingo, contra o Coritiba, no Couto Pereira.
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OSCILAÇÃO
- Estamos oscilando. Jogando três vezes por semana, isso está acontecendo. Não estamos conseguindo treinar. Acho que todas as vezes que estamos enfrentando times que jogam mais fechados estamos sentindo dificuldade, desorganizando e tomando o gol. Isso está deixando a gente um pouco afoito, o clima foda, as vaias, está jogando pressão. Está desorganizado. É algo que o Abel conversa, pede para não fazer. É um processo, temos que passar por ele e tomara que seja rápido para atingir a maturidade e errar o menos possível.
MARATONA, LESÕES E SUL-AMERICANA
- Já passamos por isso várias vezes. Sempre uma pressão pelo peso da camisa. Vamos descansar porque não temos tempo para treinar e pedir a Deus para que ninguém se machuque mais. Ficamos sem o Nonato por força de contrato, sem Yago lesionado, o Cris voltando, Caio machucado. Hoje o Manoel sentiu, Felipe Melo, Willian sentiu desconforto. O Brasileirão está difícil. São dois jogos em casa, na temporada passada fomos o terceiro melhor mandante e ainda não conseguimos vencer aqui. Temos que acordar rápido. É uma competição longa, mas tem que fazer prevalecer o fator casa. Agora é virar a chave porque terça-feira temos que vencer ou ganhar para buscar a classificação para as oitavas.
JOGO
- Não é desculpa de perdedor, o Inter realmente fez um jogo muito seguro. Tiveram maturidade para ficar picotando a partida. A estratégia deles foi mais sólida, fisicamente foram superiores. Tecnicamente ficaram mais próximos do gol e a gente não conseguiu igualar para depois colocar nossa qualidade. Tentamos jogar muito com a bola e esquecemos que estamos jogando contra um time gaúcho, de contato. É mais enaltecer o Inter.