Quem ostentou o curioso apelido de "Highlander" não se acostumaria fácil com a rotina fora dos gramados. Celebrando 42 anos, Paulo Baier aponta ao LANCE! a sensação de comemorar seu primeiro aniversário após ter encerrado a carreira:
- Está fazendo diferença sim. Convivo mais com a família, antes eu passava concentrado ou jogando. Às vezes, bate uma vontade de jogar, mas já tive um ciclo, pude deixar um legado nos times pelos quais passei, e só tenho a agradecer a todos eles.
Suas atenções seguem voltadas para o futebol. Porém, a corrida agora é atrás de outro sonho:
- Penso em mais para o futuro, quem sabe no ano que vem, seguir um trabalho como técnico. Já fiz alguns estágios e estou confiante de que posso ir bem.
Destaque por clubes como Criciúma, Palmeiras, Goiás e Atlético-PR por aliar sua vivência ao desafio de ser referência, Paulo Baier vê o futebol brasileiro com bom espaço para novos "Highlanders":
- Um bom "Highlander" é o Zé Roberto, que conseguiu manter o nível da nossa época. Tem o Magno Alves, com 39 anos, e muitos outros. A gente deixou um exemplo muito bom, aumentando em pelo menos dez anos o ciclo de um jogador. Muitos jogadores paravam em torno dos 30 anos, mas hoje há gente em alta. O Campeonato Brasileiro está muito nivelado, isto chama muita atenção também.
Aos olhos do ex-meia, o novo momento da Seleção Brasileira transmite confiança. Em especial, por ele ter conhecimento do modo de Tite trabalhar:
- A mudança foi muito boa. Tite foi meu treinador no Palmeiras, e ele é excelente não só em relação ao comando, mas em passar confiança. Isso ajuda muito.
Ao analisar a nova safra, Baier traça um jogador como promissor:
- Gosto muito do Gabriel Jesus. Além do potencial, ele tem um bom pensamento, e um espírito de jogar muito bom.
Com a sabedoria de quem completou 42 anos e tem histórias para contar em tantos clubes, Paulo Baier ainda deixa um conselho aos jovens. Segundo ele, a longevidade vai muito além de talento:
- O futebol resulta em profissionalismo, em fazer um pouco mais do que nos treinos. Quando o treinador apitar, não ser o primeiro a ir embora. Vai lá, treina um cruzamento, bate uma falta, tenta um chute a gol. Isso vai ser muito importante.
Palavras de quem lidou com a responsabilidade e "coleciona" muitas histórias nos gramados do país afora.