LANCE! Espresso: Estádio meio cheio, copo inteiro vazio
Ministério da Saúde e CBF se unem em representação exata da falta de bom senso
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No momento em que o Flamengo, o time mais popular do Brasil, tem boa parte do elenco infectada, o Ministério da Saúde e a CBF, com apoio de diversos clubes da Série A, articulam a volta do público aos estádios.
O episodio atual do Rubro-Negro ganhou proporções maiores, e a partida contra o Barcelona de Guayaquil, válida pela Libertadores, só não foi adiada devido à pressão da Conmebol junto a autoridades do governo equatoriano, que cogitou interditar o estádio para impedir o jogo. A própria entidade havia dito, ao aumentar o limite de inscritos e adotar os seus protocolos, que nenhum jogo seria suspenso por conta da Covid-19.
A situação tem tudo para se agravar com o retorno das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa, com jogadores vindo dos mais diversos países. Ontem, por receio de uma nova onda do coronavírus no país, o governo da Inglaterra postergou em até seis meses a presença de torcedores nas arquibancadas, contrariando os desejos da Premier League.
Por tudo isso, a decisão do Ministério da Saúde em autorizar 30% de ocupação dos estádios do Campeonato Brasileiro a partir de outubro é uma distopia, a representação exata da falta de bom senso e da relativização de uma pandemia que já provocou a morte de mais de 966 mil pessoas pelo mundo. É como se inflassem um bonecão do posto, sorridente e segurando o cartaz: "Siga em frente e aja naturalmente". E seguimos. A caminho do precipício.
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