LANCE! Espresso: O fair play financeiro não existe no Brasil
Clubes convivem com atrasos, mas regulamento da CBF não é colocado em prática
O Fluminense viajou a Chapecó com uma grave crise na bagagem. Sem garantias concretas da diretoria, os jogadores convivem com dois meses de atraso de salário. Segundo reportagem do 'Globoesporte', o elenco, em solidariedade à situação ainda mais crítica dos funcionários do clube, está pagando contas e emprestando dinheiro a faxineiros e seguranças. A fragilidade financeira não é uma exclusividade do Tricolor. Os rivais Vasco e Botafogo, por exemplo, já passaram por situações similares este ano - no Cruz-Maltino, a falta de pagamentos resultou até na rescisão contratual do meia Wagner. Desde 2015, o regulamento de competições da CBF determina a perda de pontos para clubes que atrasem mais de um mês os salários dos jogadores. Entretanto, a regra raramente é cumprida, já que os atletas, que precisariam fazer a denúncia por meio de advogados ou do sindicato, temem represálias do clube ou da torcida. A excessão aconteceu com o Santa Cruz, punido com perda de três pontos e multa em 2017 pelo STJD, por infrações ao fair play financeiro. A medida da CBF só fará sentido quando a sensação de anisita e impunidade deixar de imperar no já combalido futebol brasileiro. O caso do Fluminense é só o retrato mais atual de um círculo vicioso de dívidas, processo trabalhistas e contas no vermelho. Se a regra fosse seguida à risca, faltaria espaço na zona de rebaixamento.
Quer ler mais opinião e informação todos os dias? O LANCE! Espresso é uma newsletter gratuita que chega de manhã ao seu e-mail, de segunda a sexta. É uma leitura rápida e saborosa como aquele cafezinho de todos os dias, que vai colocar você por dentro das principais notícias do esporte. A marca registrada do jornalismo do LANCE!, com análises e contextualização de Fabio Chiorino e Rodrigo Borges. Clique aqui e inscreva-se.