Túlio Maravilha garante: ‘Mesmo com ‘politicamente correto’, ainda há espaço para criatividade no futebol’
Ao LANCE!, ex-atacante aponta que comemorações espirituosas continuam a surgir nos gramados, e traz outras sugestões de celebrações para nova geração
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A luta para "driblar" as restrições impostas pela Fifa e manter o tom espirituoso das comemorações de gol parece árdua. No entanto, Túlio Maravilha aponta que o caminho sempre tem de ser a criatividade. Em entrevista ao LANCE!, o artilheiro reconheceu que quem está nos gramados agora passa por desafios, inclusive, ao pensar na maneira que demonstrará sua felicidade à torcida.
- Está tudo muito "politicamente correto". Com a situação atual que o país vive, de tolerância zero a qualquer tipo de provocação até em comemoração de gol. Tudo acaba levado para o lado pejorativo.
Aos seus olhos, os jogadores parecem "atados" até para pensar em alguma comemoração:
- A impressão é de que falta criatividade aos jogadores, de dedicar o gol a um parente, fazer uma coreografia, uma autopromoção... Hoje vai tudo muito pela blindagem, e o jogador, por ser um exemplo, vira refém disto. Ele sabe que qualquer deslize pode repercutir mal.
TÚLIO 'ELEGE' COMEMORAÇÕES CRIATIVAS DO FUTEBOL ATUAL
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No entanto, o irreverente ex-jogador fez um alerta: o bom humor nas comemorações permanece em campo para a torcida. Túlio destacou o que mais lhe chamou atenção entre as celebrações atuais nos gramados:
- O Romero teve criatividade mesmo com a comemoração do "selfie" após um gol (em um dos gols da vitória por 3 a 2 do Corinthians sobre o Palmeiras, no último domingo). Hoje o mundo é virtual, tem Internet. Além de não ser pejorativo, em um segundo ele saiu no mundo todo.
O campeão brasileiro de 1995 pelo Botafogo ainda destacou outras celebrações atuais:
- Acho que é legal fazer comemoração enigmática, ter marca registrada. O Cristiano Ronaldo fica parado, o Ricardo Oliveira faz aquela careta...
GOLEADOR SUGERE ALTERNATIVAS PARA EVITAR CARTÃO EM COMEMORAÇÃO
Segundo a Regra 12 da CBF, a punição acontece caso o atleta suba equipamentos de proteção ou lugares onde estão espectadores e em comemorações vistas como "provocativas, debochadas ou inflamatórias". Também está prevista advertência para quem cobrir o rosto com máscara ou artigo semelhante, e para o jogador que tirar a camisa ou cobrir o rosto com ela.
Túlio reconheceu que algumas de suas comemorações não teriam espaço no atual momento:
- Olha, depois do gol, eu levantava a camisa que dizia "Cristiane, meu amor". Eu ia para o orelhão do Maracanã e ligava para minha mãe. Se bem que o Gabriel Jesus fez aquela menção de que ligava de celular...
Mesmo assim, Túlio viu caminhos para despertar a irreverência da torcida:
- Ué, isso é fácil. Não pode usar máscara? Faz uma careta! Não precisa subir no alambrado, pendura na rede. Em vez de tirar a camisa, mostra o símbolo do clube, você ganha moral. Em vez de ir para a torcida, faz uma cambalhota, combina com o pessoal do banco, faz pose para tirar uma foto, para dizer que "tá podendo".
O ex-atacante ainda "sugeriu" caminhos para o jogador se inspirar. E até deixou uma ideia de comemoração para a nova geração:
- Na rede social, seria legal você pesquisar, ir a fundo, procurar comemorações criativas antigas, pensar em outras... Que tal na hora época de comemorar, meter um espadrado na boca? Uma comemoração de protesto! Faz um contrato com a marca, e mete um esparadrado na boca, brincando com isto de ter tanta regra.
A irreverência segue como um bom caminho para manter o bom humor no futebol.
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