Técnico do Água Santa revela drama do clube para as finais do Paulistão contra o Palmeiras
Com janela de transferências fechando cinco dias antes do jogo de volta da decisão, treinador do Netuno teme não ter parte do elenco para encarar o Verdão
Ao mesmo tempo em que comemora o feito histórico de ter levado o Água Santa à final do Campeonato Paulista, o técnico Thiago Carpini está preocupado com o elenco que terá em mãos para os duelos decisivos, que acontecem nos dias 2 e 9 de abril. A janela de transferências nacional fecha no dia 4 de abril.
O Netuno não terá competições profissionais no segundo semestre. E ainda que a grande maioria dos atletas da equipe de Diadema tenham contrato que se encerram depois do segundo jogo final, contra o Verdão, o que tira o sono de Carpini é o fato desses jogadores terem , na visão do treinador, que optar entre atuar na final ou ficar sem jogar até o dia 3 de julho, quando abre a janela do segundo semestre.
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A interpretação deste dispositivo, no entanto, abre divergências, já que a maioria dos atletas do Água Santa possuem contrato até o dia 10 de abril, data do jogo de volta da final do Paulistão. Assim, a partir do dia 11 de abril eles ficariam livres no mercado. Segundo Thiago Carpini, 80% do elenco do Netuno possuem acordos com equipes que disputam divisões nacionais.
- Somos uma equipe pequena, de calendário, e até o dia 4 (de abril) os atletas precisam estar inscritos na janela para não ficar sem calendário (no segundo semestre). Não posso pensar nessa final e não pensar neles. Alguns já tem pré-contrato. É competir da nossa manteria, o que tiver de melhor. Estou entusiasmado, feliz, mas preocupado. Oitenta por cento do elenco tem contrato acordado para a Série B e se até o dia 4 não estiverem (inscritos) na janela, como vão seguir a vida deles? - destacou o treinador da equipe de Diadema na entrevista coletiva após a classificação à final do Estadual, batendo o Bragantino, na Vila Belmiro.
Segundo o artigo 33 do Regulamento Geral de Competições da CBF, 'a transferência nacional de um atleta profissional no clube de origem e/ou destino para um clube participante do Campeonato Brasileiro Série A ou B deve ser efetuada em observância a um dos dois períodos de registros anuais fixados pela CBF’.
Ainda que tenha celebrado o feito histórico, Thiago Carpini admitiu que não se imaginava até mesmo no Água Santa a possibilidade de se chegar em uma decisão de Campeonato Paulista.
- Sendo bem realista, jamais montamos um projeto pensando na final do Paulista. A gente é o Água Santa, mas nos permitimos sonhar na medida que as coisas aconteceram, passo a passo - destacou o treinador, que acrescentou dizendo que uma das principais virtudes do clube é reconhecer as suas limitações.
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- É o primeiro ponto para saber que temos que nos desdobrar um pouco mais. Por mais que a diretoria nos dê suporte, talvez o nosso campo de treino não seja o melhor, a nossa alimentação, hotel, mas fazemos com muito amor. Temos pessoas e a comunidade abraça esse clube. A dificuldade nos une. Quando você passa por momentos de dificuldades, é mais simples, mais pé no chão e não tem vaidade. Isso ajuda a viver esses momentos.
Ainda que tenha sido fundado na década de 80, o Água Santa se profissionalizou em dezembro de 2011. Antes, o clube fazia parte do quadro amador do Grande ABC, a popular várzea. Vinculado à Federação Paulista de Futebol há somente 11 anos, o Netuno tem a oportunidade de se sagrar campeão estadual pela primeira vez na temporada em que se manteve na elite paulista de forma inédita. Antes, a equipe de Diadema havia disputado a Série A1 em duas outras ocasiões (2016 e 2020) e foi rebaixada em ambas.