Os desdobramentos da investigação das causas da queda do avião que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas para Medellín trouxeram mais um episódio. Responsável por questionar o plano da companhia aérea LaMia antes do acidente com a aeronave, Celia Castedo Monasterio chegou ao Brasil, onde cogita pedir algum tipo de proteção, como refúgio, ou asilo, segundo informações do Globoesporte.com. Celia é funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana).
Em nota divulgada nesta terça-feira, o Ministério Público Federal (MPF) de Corumbá (MS) informou que Celia Castedo Monasterio se apresentou no dia anterior à sede do órgão para saber os detalhes sobre a proteção do Brasil:
"A Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República vai solicitar aos órgãos federais competentes as medidas cabíveis, conforme as normas internacionais e o direito brasileiro", informou o órgão em comunicado.
Porém, nem o MPF nem o advogado que acompanha Celia detalharam as razões pelas quais a funcionária procurou as informações. O comunicado aponta apenas que o Ministério Público da Bolívia a suspendeu por suposta negligência, sob acusação de "descumprimento de seus deveres" e "atentado contra a segurança dos transportes".
Celia havia feito várias observações sobre o plano de voo da LaMia. Após o acidente, a funcionária divulgou um relatório no qual afirmou que suas observações não foram atendidas pela empresas e, apesar dos alertas, a Aasana autorizando o voo.
Celia teria sinalizado que a autonomia de voo não era a adequada, e apontava a necessidade de mudanças. A observação que mais a teria preocupado era em relação ao tempo de voo previsto entre Santa Cruz de la Sierra e o Aeroporto de Medellín (4h e 22 minutos), que era o mesmo registrado para a autonomia de combustível da aeronave. A queda do avião culminou na morte de 71 pessoas.