A tragédia em Medellín rendeu uma decisão difícil para um dos principais ídolos da Chapecoense. Nesta quarta-feira, Nivaldo anunciou que pendurará as luvas, abdicando até mesmo de fazer o jogo 300 no clube. Em entrevista ao programa "Tá na Área", no Sportv, o goleiro diz que tomou a atitude devido a uma fatalidade:
- Eu tinha tudo para estar nesse avião, entre os relacionados da equipe. Já tinha combinado que jogaria mais uma partida. Aí, nesse meio tempo, aconteceu tudo isto. A gente está passando por um momento muito difícil, é viver em um pesadelo horrível e, infelizmente, temos de absorver isso.
O goleiro não escondeu sua preocupação sobre a possibilidade de entrar em campo no dia 11 de dezembro, para o confronto da Chape com o Atlético-MG, pela última rodada do Brasileirão. De acordo com Nivaldo, será um desafio tanto para ele quanto para quem segue no clube:
- Eu acho que nós temos de tirar força, pelas pessoas que se foram e certamente iriam querer nos ver jogando pela Chapecoense. O problema é que a gente não sabe se vai suportar entrar em campo e o estádio chamando pelo Danilo, Kempes, Bruno Rangel. Não sei se temos caixa para suportar tanta coisa. A gente queria ver todos alegres, e não dentro do caixão.
Com 11 anos de história na Chapecoense, o atleta falou sobre a dificuldade de reconstrução da equipe:
- Vi os acessos para Série C, Série B, e conseguimos nos concretizar na elite. Foi um sonho que se concretizou mas, se me perguntar hoje, perdemos praticamente tudo... Nossos atletas, parte da nossa diretoria. É preciso ter força para reerguer isso tudo.