CAMPO NEUTRO: PSG, o seu dia chegará

José Inácio Werneck fala sobre assuntos em alta no mundo dos esportes

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Qual é o campeonato mais importante do calendário do futebol mundial? Até alguns anos era indiscutivelmente a Copa do Mundo. Agora, muitos sugerem ser a Champions League. O inegável é que as duas competições são como imensas galáxias no universo da bola. Este ano entraram em rota de colisão.

A Copa do Mundo no Qatar, por causa do grande calor na península árabe, será disputada entre novembro e dezembro, fugindo do verão no Hemisfério Norte. O resultado mais imediato é que a fase de grupos da Champions League - sua parte menos importante, mas a com o maior número de clubes - foi espremida neste segundo semestre de 2022. Será disputada em nove semanas, em vez dos três meses habituais.

Será este, enfim, o ano do Paris Saint-Germain, o clube francês que é propriedade do Qatar Sports Investments?

Há um bom número de cartolas europeus reclamando de uma suposta influência indevida do presidente do PSG, Nasser Al-Khelaif, junto à UEFA. São citados como exemplos a absolvição do clube da acusação de ter infringido as regras do Financial Fair Play da UEFA em 2018 e o silêncio que a mesma UEFA manteve quando ele, Nasser Al-Khelaif, em março deste ano, depois da derrota do PSG para o Real Madrid nas oitavas de final da Champions League, invadiu o vestiário dos árbitros e quebrou a bandeira de um dos assistentes do juiz Danny Makkelie. 

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Seu companheiro de façanha, o brasileiro Leonardo Araújo, que era então Diretor de Esportes do PSG, foi punido com suspensão. Uma medida inócua, pois Leonardo, logo depois, foi demitido por Al-Khelaif. Quanto a Al-Khelaif, nada lhe aconteceu. Ele, afinal, é simplesmente membro do Comitê Executivo da própria UEFA, além de ser, na condição de chairman do beIn Media Group, um parceiro importante da entidade.

Há mais. Ele é também o chairman da European Club Association que, por sua vez, faz parte de uma joint venture com a própria UEFA para negociar direitos de televisão da Champions League e duas outras competições da entidade. Negociar com a beIn Sports Media onde quem manda... é ele mesmo. Os contratos da beIn Sports Media com a UEFA rendem centenas de milhões de dólares para a entidade.

O homem é também membro do Comitê Organizador da Copa do Mundo e, por fim mas não de modo derradeiro, parceiro de tênis do Emir do Qatar, Tamin bin Hamad.

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Nasser Al-Khelaif é o cidadão que convenceu Kylian Mbappé a renovar contrato com o PSG em números astronômicos, quando o Real Madrid já estava certo de ter abiscoitado o francês.

O sonho de Nasser Al-Khelaif, o sonho do Qatar, o sonho do Emir do Qatar, o sonho do Qatar Sports Investment é, enfim, dar ao PSG o título da Champions League. As bolsas de apostas indicam o Manchester City como favorito para esta próxima Champions
League, com o Real Madrid em segundo.

Mas à vista do exposto acima, aconselho os apostadores a não se esquecerem do PSG. O seu dia chegará.

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