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Coluna do Bichara: O pulverizador de recordes

Max Verstappen vence GP de Monza e alcança grande feito

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Verstappen segue fazendo história na Fórmula 1 (Foto: Koen van Weel / AFP)

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No último final de semana a F1 chegou a um dos seus templos sagrados, o autódromo de Monza, na Itália.

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Fora da pista teve início a chamada silly season, ou seja, a boataria em torno do mercado de pilotos. A noiva do baile parece ser Alex Albon, que vem tendo um desempenho notável, soerguendo a Williams. Na Red Bull especula-se sobre a substituição de Sergio Perez.Não sendo páreo para seu companheiro de equipe, ele desafia tão somente os carros mais lentos e a nossa paciência. Enquanto isso, a Mercedes se apressou e confirmou a sua dupla até 2025 (Lewis Hamilton parece seguir a moda de Fernando Alonso, e se recusa a vestir o pijama).

Para os brasileiros, um par boas notícias. Na F1 Felipe Drugovitch, que é piloto reserva na Aston Martin, pilotou o carro de Lance Stroll no FP1 na sexta-feira. Ficou em 18º, pouco menos de 1 segundo atrás de Alonso. Dado que ele teve poucas oportunidades de pilotar um carro de F1, não foi ruim. Mas também não foi espetacular, não vamos nos iludir nem ser ufanistas, como é típico da imprensa canarinho. Basta lembrarmos o caso de Liam Lawson, que nunca havia guiado um F1 na vida e, ao substituir Daniel Ricciardo, chegou em 13º e 11º nas duas provas que correu, e isso com um equipamento muito inferior ao de Drugovitch.

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Já na F3 o paulista, Gabriel Bortoleto, de 18 anos, faturou antecipadamente o título. O jovem campeão é pupilo de Fernando Alonso, que cuida da sua carreira. Especula-se que ele estaria prestes a fechar contrato com a academia McLaren. Oxalá tenhamos uma nova geração despontando para representar o Brasil na F1, quebrando nosso longo jejum.

No sábado, o treino pegou fogo. A Ferrari veio com uma linda pintura em homenagem ao seu triunfo em Le Mans e, querendo dar show em casa, com pouca asa (boa aposta para uma pista rápida como Monza, onde a velocidade máxima beira os 365 km/h), trocou o motor de ambos os carros - lembrando que as equipes têm direito a 4 motores por ano. Deu certo: cravou a pole com Carlos Sainz, que superou Max Verstappen, e emplacou Charles Leclerc logo atrás. Eis que o plano da equipe italiana deu certo, mas com o personagem errado: até os garçons da Cantina Cavallino – que fica em frente à fabrica em Maranello e foi frequentada por Enzo Ferrari, Luca Di Montezemolo e todos os pilotos da Ferrari – sabem que o enfant gâté é Leclerc. Por isso, o improvável herói do dia comemorou friamente com os membros da equipe, preferindo ir celebrar o triunfo junto aos Tifosi. Aliás, a radio paddock informa que o espanhol está com um pé fora da Ferrari: especula-se que ele vai liderar o time da Audi, que estreará na F1 em 2026. O fato da vida é que Sainz, embora seja o patinho feio na equipe, tem 117 pontos no campeonato contra 111 de Leclerc.

No domingo Sainz chegou cheio de moral, mas sua situação lembrava a de um clássico filme: “à espera de um milagre”. O espanhol fez uma largada primorosa, se defendendo bem e segurando a ponta. E seguiu firme mesmo quando, na 6ª volta, o momento Nutella começou (abertura da asa móvel). Até que na 15ª volta, após tentar ultrapassar algumas vezes na Variante Ascari – que se assemelha a uma chicane – Verstappen deu o bote na pequena reta que vem logo depois, executando uma manobra primorosa logo após um mínimo erro de Sainz numa freada. Duas voltas depois o holandês já tinha aberto quase 3 segundos. Daí para a frente, Você já sabe…

Sobrou acompanhar a briga das Ferrari com Perez, e também entre si. O mexicano acabou levando a melhor, deixando os carros italianos brigarem para ver quem teria a honra de subir ao pódio em casa. Nesse duelo, por pouco que se repete a cena de 1993, quando Jean Alesi e Gerhard Berger bateram pilotando duas Ferrari (curiosidade: o bico de uma delas, que voou longe no acidente, está no Rio de Janeiro, na casa de um colecionador de memorabilia de F1). Leclerc foi para cima, mas novamente Sainz soube se defender, não sem apelar por clemência pelo rádio. Embora a equipe tenha acolhido o pleito de não agressão, o pêndulo da polêmica dentro do time italiano voltou a oscilar: Leclerc, mimadinho que só, ignorou a ordem e seguiu tentando a ultrapassagem até o final.

Com uma calma beduína, Verstappen seguiu para a vitória, aceitando com desenvoltura seu destino: tornou-se o recordista absoluto de vitórias consecutivas na F1, com 10. Foi escoltado por Perez, que chegou em 2º lugar. Após a bandeirada, as Red Bull desfilaram em formação por Monza, no que pareceu ser uma provocação aos donos da casa. Sainz cravou um heroico 3º lugar (seu 1º pódio do ano), seguido por Leclerc, Russel, Hamilton e Albon.

A Red Bull atinge a incrível marca de 24 vitórias em 25 GP’s, 15 consecutivas. Curiosamente o recorde anterior de vitórias consecutivas, que era da McLaren, foi quebrado justamente em Monza, no ano de 1988. A Mclaren Honda era muito superior às demais equipes e havia ganho todas as provas. Mas naquele dia em setembro de 1988, Alain Prost parou por quebra no motor, e Senna bateu na penúltima volta. Na anatomia de um milagre, Gehrard Berger assumiu a ponta, sendo seguido por Michele Alboreto, numa dobradinha épica da Ferrari. Essa foi a 1ª vez que a
Ferrari correu em Monza após a morte do Comendador Enzo Ferrari, ocorrida poucos dias antes.
Nesse caso, contamos o milagre e o nome do Santo.

* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!

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