Foi visível neste sábado que Beatriz Haddad Maia não tinha controle da partida. Que o jogo dependia mais do que Jelena Ostapenko produzia. Quando baixou o nível, a brasileira se aproveitou , venceu o segundo set e abriu quebra no terceiro. Quando a letã voltou a acertar suas devoluções e pancadas, rapidamente a situação mudou. O que era um 3 a 1 no terceiro foi para 3/6 em menos de meia-hora.
Sim, o duelo teve outras questões como o público brasileiro, as reclamações de Ostapenko (que são recorrentes quando entra em quadra) e uma certa catimba da europeia que em linhas gerais administrou melhor a parte mental.
Foi o quarto jogo entre elas e a pedra no sapato ainda não saiu. Quarta vitória de Jelena. Derrota normal. Ostapenko foi campeã de Roland Garros, foi top 10 e está ali, é 22 do mundo. Mas dava para ter saído com o triunfo.
O que é notório é que nos últimos meses Bia vem perdendo espaço contra tenistas que jogam de igual potência ou mais pesado que ela. Contra Raducanu em Indian Wells foi assim, contra Jessica Pegula em Doha a brasileira foi dominada, assim como contra Belinda Bencic em Abu Dhabi. De vitórias contra tenistas desse tipo triunfos contra Elena Rybakina e Paula Badosa.
Sabemos que a brasileira tem potência e tem bola. Não é uma jogadora limitada. Precisa encontrar alternativas e tirar certas lições.
Ser mais efetiva nas variações (sejam slices, altura da bola, curtinhas) e voltar a ganhar uma confiança que pode ter se perdido pelo caminho nas últimas semanas. Confiança para escolher as bolas certas nos momentos adequados. Dessa forma as vitórias virão e tudo pode fluir novamente. Agora, confiança só vem com vitórias. E o saibro está chegando. Ela poderia escolher por Bogotá ou Charleston, pedir um convite . Não se inscreveu em nenhum deles.
E que jogão fez o Thiago Monteiro contra o Felix Aliassime. Derrota nos detalhes. Ele vem merecendo uma vitória desse quilate. Acaba pecando no mental e um pouco na falta de uma boa devolução, mas vem evoluindo.