Felipe Rolim: Atlético-MG ainda não joga como já jogou com Cuca
Colunista do LANCE! analisa desempenho do Galo em nova passagem do técnico pelo clube
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Na volta de Cuca o Atlético-MG tem quatro pontos em 15 possíveis. Foram cinco jogos com apenas uma vitória e um empate. Muito pouco para um time que já era poderoso e contou com a janela para a chegada de Alan Kardec e Pedrinho, entre outros. No entanto, mais do que a ausência de bons resultados, o time não mostra o poderio da última passagem do treinador.
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Hoje, antes da 25ª rodada, o Atlético-MG é o sétimo colocado do Brasileirão. Vem de derrota para o Goiás e de empate com o América-MG na última rodada. Estes dois jogos são emblemáticos. Contra o Goiás o Galo finalizou 24 vezes, que é 50% a mais do que a sua média no Brasileirão, e não conseguiu sequer empatar a partida. Contra o Coelhão o Galo empatou um jogo em que o adversário foi bem mais perigoso, ou seja, no jargão popular, um jogo que merecia perder.
Pedrinho, que vinha entrando bem e individualmente ajudando a equipe, teve confirmada uma lesão na coxa e é baixa importante para o ataque de Cuca. Um ataque que vem mostrando pouca variação, poucas ações para provocar desmarques e criar espaços. Contra o América o Galo pouco variou de corredor e pouco balançou a defesa adversária. De perigo, obviamente o gol marcado por Hulk em cobrança de falta e um chute de Zaracho no travessão. Dois lances com probabilidade baixa de serem convertidos em gol. Um ataque que incomodou pouco o goleiro Cavichioli. Triangulações para ultrapassagens pela lateral buscando a linha de fundo e lançamentos longos buscando o Hulk ou o espaço atrás da zaga para Ademir ou Pavón. Era o padrão das investidas do Galo. Um time que atuou se defendendo sem pressionar a saída de bola adversária, somente com Hulk para incomodar a distribuição dos zagueiros e os demais da linha do meio de campo para trás. O lance do primeiro gol sai em ataque de transição, rápido e procurando Hulk na faixa central, que aciona Pavón, que sofre a falta convertida pelo Hulk.
Um ataque que só mostrou querer desorganizar a defesa do América com a entrada do Keno no segundo tempo. Desde o ano passado, com Cuca, Keno vem afunilando para se associar com Hulk e os jogadores de meio de campo, provocando superioridade numérica no setor e abrindo a beirada para a subida de Arana. Mas não tinha a coordenação de movimentos de 2021.
Na defesa, destaque para Réver que tentava a todo custo abordar os jogadores do América que subiam em bloco e posicionavam todos os homens de linha no campo ofensivo durante a partida. Em uma das vezes em que Réver saltou a sua linha para pressionar na altura de Jair e Allan, conseguiu a roubada de bola que originou o contragolpe e a falta em Pavón que Hulk converteu. Já em outra vez, com todo o América trocando passes no campo de ataque e Jair mal posicionado para dar o bote em Juninho, Réver teve que abandonar a marcação de Henrique Almeida para não deixar que Juninho recebesse sem pressão. Chegou atrasado e Juninho acertou o passe para o mesmo Henrique Almeida, agora desmarcado, empatar o jogo.
O Atlético-MG tem sido mais refém de vitórias individuais de seus atacantes que de jogadas coordenadas. Jogadores de potência, drible e força, mas que precisam ser potencializados pelo coletivo, o que Cuca ainda não conseguiu fazer. No papel, o time de Cuca tem mais para dar e pode pensar em posições mais altas na tabela. No gramado, ainda há muito a melhorar para se parecer com o ano que passou.
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